O CLÃ - Série Crônicas do Reino Escondido - Vol. 1

Capítulo 47 - A batalha final

Fran,

As coisas estão estranhas aqui, estamos andando há mais de uma hora e nada de rastros do Clã. Matt também percebe que tem alguma coisa errada e resolve ir até a capitã.

- Capitã, não deveríamos estar perto do acampamento...

Uma flecha quase o atinge, se não fosse a capitã ter puxado ele, talvez meu noivo estivesse morto nesse momento.

Nos escondemos procurando de onde veio o ataque. Nesse instante o Oficial Song captura um rebelde que sorri de nós e depois começa a espumar, caindo morto no chão.

Fico alerta, provavelmente estão nos cercando. Vejo uma movimentação estranha e então atiro, posso ver a pessoa mancar e depois atirar na minha direção.

- Estão nos cercando! Atirem! - Grito e depois sinto algo latejar no meu ombro.

Me escondo atrás de uma árvore, coloco a mão boa no ferimento e vejo que não estou sangrando muito, isso é bom. Depois de estancar o sangramento, faço de conta que não estou ferida, pois preciso focar para não ser atingida pelos disparos.

Agora era oficial o nosso confronto tinha começado. Matt tem um confronto corpo a corpo com um rebelde, mas o neutraliza facilmente.

Com meu braço bom eu tento distrair os inimigos, fazendo com que fiquem fixados nos meus disparos. A estratégia funciona, porque meus amigos conseguem avançar e chegar até os rebeldes.

Pouco tempo depois conseguimos vencer todos os rebeldes, eram apenas dezessete, um número pequeno para um acampamento do Clã. Havia algo de errado.

A tenente pega a pílula da morte que o único sobrevivente carregava. Ele parecia assustado, tinha uns dezesseis anos no máximo. A oficial olha para ele de forma assustadora e pergunta sobre o plano, o pobre coitado resiste um pouco, mas depois acaba contando.

- Era uma farsa. Não estamos acampados aqui. Sabíamos que os oficiais planejavam vir para cá e então resolvemos fazer um cerco. A única coisa que eu sei é isso oficial por favor...- Ele dizia suplicando com sua voz esganiçada.

- Capitã o que faremos então? - pergunto curiosa.

- Nossa missão aqui já foi cumprida, vamos voltar e vou tentar contatar o Oficial Flyn para nos juntarmos a eles.

- E quanto a ele? - Hong olha para o rapaz magrelo.

- Certifiquem-se de que o prenderem bem firme e depois decidimos.

A nossa superior sai apressada tentando contatar o comandante do esquadrão beta.

Matt vem todo preocupado olhar meu braço, mas digo que não é nada demais e que foi superficial. É claro que ele não acredita. Faz questão de parar e olhar o ferimento e só depois de fazer um curativo é que ele fica calmo.

Chegamos a nossa base e ficamos aguardando as ordens. Dou um pouco de água para o rapaz magrelo e Hong pega o copo e joga no chão.

- O que você está fazendo Francesca? Ficou louca? Dando nossa água para esse marginal!

- Ele é só um adolescente Hong! E nem era tanta água assim.

- É um marginal sim! Não se esqueça que o povo dele quase te acertou em cheio e não faz muito tempo!

- Não precisamos pagar com maldade. - Digo.

O garoto parecia desidratado.

- Agora você vai ficar do lado deles? Bom saber...

- O que está acontecendo aqui? - Matt chega e encara Hong.

- A sua namoradinha é uma traidora. - Ele aponta para mim com ódio.