◖ℙ𝕆𝕊𝕊𝔼𝕊𝕊𝕀𝕍𝔼◗𝘚𝘩𝘶𝘫𝘪 𝘏𝘢𝘯𝘮𝘢

Cᥲρίtᥙᥣ᥆ 13

    Já se passaram semanas e desde então não vejo Hanma, ele não me ligou, não me mandou mensagem, não veio me ver, e eu também não fui atrás. Quem errou feio foi ele, então quem tem que vir atrás e concertar o erro é ele, eu não vou dá meu braço a torce. Sem falar que ultimamente tenho problemas maiores e mais importantes ocupando minha cabeça, como a história absurda que papai inventou agora de que a Sirah vai vir mora aqui em casa com a gente, claro, ela e o filho dela. Que eu nem conheço.

— Relaxa, para de ser rabugenta e chata. — Shecy diz enquanto decora as bordas de uma cartolina com desenhos de flores. — Vai dá tudo certo.

    Estávamos realmente fazendo um trabalho escolar desta vez, e pra minha sorte, era de ciências. Porque se fosse de geografia ficaria estranho e papai desconfiaria de algo.

— Eu não sou rabugenta, Shecy. — me sento ao lado dela no chão do meu quarto. — Você tem que intender que a ideia de ter mais pessoas aqui em casa, além de mim e do papai é uma coisa nova pra mim, e que me assusta um pouco.

— Mas essa mulher num é legal? — me encarou brevemente, mas logo voltou sua atenção para seus desenhos. — Você mesma disse.

— É, ela é legal, simpática, gentil, bonita, aparentemente uma boa pessoa, confesso...

— Então porque a paranóia?

— Não é paranóia. — suspiro e me deito no chão encarando o teto. — Mas sei lá, acho que não 'tô' preparada pra ter uma madrasta e um "irmão" assim, tão de repente.

— Não é tão de repente, você já conhece ela a um tempo. Mas o lance de ter um irmão pode ser mais complicado mesmo. — dizia juntando seus cabelos e o jogando para trás para não atrapalha-la mais. — Porque tipo, é um "irmão", né.

— Você tem um irmão, não é? — pergunto.

— Sim, por parte de pai. — dar de ombros parecendo não se importa muito. — Mas ele mora fora e quase não fala comigo.

— Faz tempo que não o vê? — a olhei de relance.

— Quando vi ele pessoalmente pela última vez eu tinha cinco anos, nem me lembro direito do jeito que ele é. — dar de ombros novamente.

— Entendi... — voltei a encarar o teto pensativa. — Pra te fala a verdade, é isso que ta me deixa mais intrigada, outro adolescente nessa casa.

— Não acho que seja ruim, vocês podem virar amigos.

— É, talvez. Mas será que com mais pessoas nessa casa papai vai se esquecer de mim? — faço uma carinha triste. — Porque agora ele vai fica dando atenção pra Sirah, a esposa.

— Errado! — exclama apontando pra mim. — Você só vai ter que dividir atenção dele agora, mas tenho certeza que seu pai não vai te deixa de lado.

— Será? — interrogo duvidosa.

— Sim, relaxa. — diz e volta a fazer seus desenhos.

— Amanhã ela vai vir janta aqui casa e vai trazer o filho dela pra gente se conhecer. — digo um pouco desanimada. — Era pra mim ter conhecido ele a uns dias, que meu pai foi janta na casa da Sirah, mas como rolou aquela confusão toda com o Hanma e tudo mais, não deu.

— A bom... — sorri sapeca me olhando. — Mas será que ele é gatinho? Tipo, ele tem a sua idade, né?

— Eu não sei se é bonito. — coloco minhas mãos atrás da cabeça pra servi de travesseiro. — A Sirah disse que ele tem mais o menos a minha idade, então tem a possibilidade dele ser mais novo ou muito mais velho do que eu.