– Eu odeio essa festa do pijama! – Luz choramingou com Aury nos braços, a abominação não parava de chorar e dessa vez, eu não iria tomar frente da situação – Shhh...
Aury começou a chorar mais alto, Luz parecia desesperada, sorri, não era o primeiro perrengue que passávamos desde que aceitamos a tarefa. O primeiro foi aprender a trocar fraldas, na verdade, estava sendo relativamente fácil para mim, mas Luz parecia sofrer a cada atividade. Eu me sentia mal por tê-la induzido a isso, mas era uma ótima chance de me destacar e... Eu realmente apreciava ficar mais tempo com a humana. Vê-la desesperada com Aury era incrível, ela ficava tão fofa...
– Amity! – ri e fui até ela, pegando a abominação no colo. A criança parou de chorar quase no mesmo momento.
– Vou colocar Aury para dormir, não quer descansar um pouco? – A Noceda desmontou no sofá, coloquei o bebê no berço e então voltei para a sala.
– Eu sou terrível nisso! – Luz disse parecendo magoada, suspirei e me sentei ao lado dela abrindo os braços para um abraço, mesmo que aquilo não fosse nada do meu feitio.
Corei quando a humana se aconchegou em meus braços, fiz um carinho em seu cabelo. Aury seria meleca de abominação amanhã, não queria falar isso e magoar os sentimentos de Luz, mas o importante era apenas deixar o bebê vivo até o dia seguinte, nós não precisávamos ser perfeitas, só funcionais.
– Está tudo bem, Luz...
– No estás nada bien! – Meu coração bateu mais rápido ao ouvi-la falar em espanhol.
– Luz! Não surta, ok? – Afastei ela um pouco, conseguindo fazê-la olhar em meus olhos – Você está sendo...
– Péssima!
– Incrível – senti meu rosto pegar fogo, ajeitei uma mecha de cabelo, colocando-a atrás da orelha – Você podia ter dito não e eu não poderia te culpar, mas obrigada por fazer isso... Você é realmente única, Luz.
– Amity... – Mal conseguia respirar, eu estava falando demais. Já havia falado demais – Posso perguntar algo?
– O q-que? – Senti um frio no estômago ao pensar nas possibilidades, e se ela houvesse descoberto o meu pequeno crush por ela? E se esse fosse o momento da rejeição? No baile ela não fazia ideia que era ela a pessoa com quem queria ir, mas agora a situação era diferente e...
– Quando estávamos conversando com o diretor, porque mudou as orelhas do bebê abominação? – Quase ri de alívio.
– Ah, eu gosto delas – Disse e então parei por um segundo voltando a sentir meu coração acelerar. Luz estava me olhando, muito de perto, era estranho que eu não me sentisse na necessidade de me afastar – Eu gosto das suas orelhas, Luz.
– Ufa! Achei por um momento que, sei lá, você achasse estranho, ou então que me considerasse uma abominação, talvez boba como uma abominação, eu não sei, então fiquei pensando nisso e... – Enquanto ela falava, meus olhos se fixaram nos lábios da humana – Amity?
– Hm?
– Eu gosto das suas orelhas também – Só tive tempo de fechar os olhos antes que Luz cortasse o espaço entre nós e me beijasse.
Whow. Mágico. Os lábios de Luz pareciam a melhor coisa do mundo. "Tente negar agora, Blight" ouvi a voz daquele mesmo dia ecoar na minha cabeça. Não tinha como negar. Se Luz Noceda quisesse me beijar, ela tinha passe livre, eu não iria dizer não. Meu rosto ainda estava pegando fogo, meu coração batia como um louco e eu só conseguia sentir o calor nos envolvendo. Azura ficaria com inveja de não ter um par romântico assim.
Mal tínhamos nos afastado quando ouvimos Aury chorar, Luz levantou em um pulo, pisquei atordoada.
– Eu vou fazer esse bebê de abominação parar de chorar – franzi a testa, o que a humana havia sentido com tudo isso?
– Tem certeza, não quer que eu...
– Não! Eu vou conseguir – abri um meio sorriso com a determinação de Luz – Eu sou uma humana fazendo magia em um mundo de bruxas, não pode ser tão difícil.
– Certo... – A morena já estava se afastando quando parou e olhou para mim.
– Hãn, Amity? – vi as bochechas dela corarem – Whow.
– Whow, Luz – Retruquei e sorri enquanto ela ia cuidar de Aury.
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Bebê abominação - Lumity
FanficUm evento na escola de Feitiçologia acaba por juntar Luz Noceda e Amity Blight em uma difícil missão: Cuidar de uma abominação realista. Enquanto tentam desempenhar a tarefa que lhes foi dada, a humana e a bruxa tem que lidar com os sentimentos que...