Normɑn Fucking Rockwell⟳

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É nítido em nosso olhar, nos pertencemos como nunca havíamos pertencidoa alguém antes

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É nítido em nosso olhar,
nos pertencemos como nunca
havíamos pertencido
a alguém antes.

── Se você me quer seja claro, diga com todas as palavras e não faça mais um dos seus inúmeros joguinhos, pois estou cansada deles! ── S/n enxugou as lágrimas insistentes de seus olhos antes de olhar para o garoto com o olhar ferido.

── Eu quero você desde o maldito dia em que nos conhecemos, quero tanto estar ao seu lado que é quase impossível de respirar e quando você está por perto é como se eu fosse tirado de órbita ── Timothée rebateu se aproximando, segurou no rosto da garota que o encarava e selou seus lábios.

── CORTA ── alguém do estúdio gritou e então as luzes se acenderam e as muitas câmeras que antes estavam escondidas se fizeram visíveis aos olhos dos dois que exibiam sorrisos orgulhosos por causa das atuações ── Se preparem e daqui a pouco iremos gravar a cena final.

   S/n assentiu e se retirou indo para seu camarim, Timothée em sua cola andando apressado enquanto alguns maquiadores o seguiam querendo retocar a maquiagem da pele do garoto a tempo para a próxima cena.

── Você foi muito boa lá, cheguei até pensar que seus sentimentos por mim eram verdadeiros.

── Obrigada, isso se chama atuação ── a garota retrucou com um sorriso, não era novidade para ninguém as provocações que rolavam entre eles, viviam como gato e rato.

── Então S/n, o que acha de sair um dia desses?

── Desculpa Timmy, não saio com colegas de trabalho ── a mulher entrou no seu camarim e fechou a porta, deixando o homem parado lá.

── E quando não formos mais colegas de trabalho? ── ele gritou, mas ela já não prestava mais atenção.

    ✁

   Meses depois do término das gravações, antes do filme ser lançado, por um erro do destino (e dos seus agentes) Timothée e S/n foram mandados horas antes para a premiere do filme, sendo obrigados a esperarem em uma área isolada do aeroporto por horas. A garota estava irritada e frustrada, arrumada dos pés a cabeça o que a fazia ter um ar mais mandão do que ela já tinha, Timothée, pelo contrário estava sentado com as mãos nos bolsos, sua expressão tão relaxada como alguém que estava de férias.

── Você quer se sentar um pouco? Está me deixando tonto andando de um lado para o outro igual barata tonta.

── Eu não entendo como você está tão calmo em um momento como esses, teremos que passar horas aqui dentro esperando.

── Se eu ficar estressado ou não o tempo demorará igualmente para passar, então prefiro poupar minhas energias.

   Depois de pensar um pouco S/n constatou que ele tinha razão, se sentou na cadeira ao seu lado e olhou ao redor, as luzes eram brancas e fortes como as de um hospital e de longe era possivel ouvir os voos sendo anunciados no microfone, as cadeiras eram um pouco desconfortáveis, Timothée ouvia música em seu celular enquanto balançava os pés no ritmo, a garota tomou um de seus fones e colocou na própria orelha começando ouvir imediatamente a música que o outro ouvia, era uma das músicas cantadas na série glee, rehab.

── Eu não creio que você ouve musicas de glee no seu tempo livre ── a mulher caçoou esticando o pescoço e tomando o celular da mão dele, descendo a playlist ── oh meu deus, você tem uma playlist inteira delas.

── Hahaha, me zoa bastante engraçadinha, mas não sou eu que terei que ficar por horas no aeroporto com meu celular descarregado.

   S/n só deu de ombros e colocou o fone de volta, o coral de vozes contagiante só a fez rir mais e quando ela se deu por si ambos estavam rindo, Timothée revirou o olho e pausou a música, enrolando os fones ao redor do celular.

── Estou vendo que você não vai me deixar em paz nunca mais por causa disso.

── Acho que não, quando você morrer vou mandar escrever na sua lápide "o último fã de glee jaz aqui".

── Cala a boca, Glee tem muitos fãs e você fala como se você não se matasse de cantar Livre estou a cada vez que passa frozen.

── Livre estou é um clássico e eu não canto não.

── Meu camarim é ao lado do seu e me lembro muito bem de ouvir ── e então ele colocou a mão no peito imitando a mulher cantar com uma voz esganiçada, para depois rir.

── Eu não canto assim, ok?

── Claro que não, minha voz é mais bonita.

── Você é um babaca presunçoso.

── Como se você não gostasse.

   Um silêncio daqueles confortável recaiu sobre os dois, olharam para os lados sem saber muito o que dizer, nunca haviam trocado muitas palavras além das falas de Norman Fucking Rockwell.

── Nossa, estou com fome ── foi S/n quem quebrou o silêncio ── Você trouxe alguma coisa de comer dentro dessa mochila de acampar?

── Você parece aquelas crianças que não pode o menino que gosta quieto que vai encher o saco dele  ── ele disse fingindo irritação, mas abriu a bolsa tirando um pacote de salgadinho de lá ── E não é uma mochila de acampar, é uma mala de emergência ok?

    Ele abriu o salgadinho e comeram, terminaram com os dedos e a boca sujos do corante alaranjado, conversavam e riam a cada mordida no cheetos e quando menos esperavam já estavam sentados no chão, a mulher deitada com a cabeça no colo de Timothée enquanto contava uma história boba da sua infância que só parecia ter importância naquele momento e o homem ria com afeto como se pudesse viver a experiência só de ouvir as palavras que saiam da boca dela.

   O tempo passou mais rápido como se os dois juntos tivessem um efeito engraçado no relógio, em algum momento S/n se pegou encarando os lábios do outro, se repreendeu, mas de uma hora para outra os lábios finos que estavam diante de si pareciam atrativos demais, como se a chamasse para provar seu sabor. A mulher se aproximou e lhe deu um selinho que deixou Timothée chocado e sem reação no meio de alguma coisa que ele explicava e quando ela achou que ele não tinha gostado e já estava se preparando para pedir desculpas ele a tomou em um beijo intenso. 

   Suas mãos pousaram no rosto do outro enquanto suas línguas dançavam juntas e em um ritmo só, como se seus lábios tivessem sido feito sob medida para encaixar com os seus. A mão do rapaz vagou pelos cabelos de S/n e o segurou firme, enquanto a outra mão deslizava como a serpente do pecado para o pescoço da mesma que ao sentir seus toques teve como reação sua pele arrepiada. Ambas as respirações estavam ofegantes e foi como se os dois juntos fossem a única coisa que faltava para o universo fazer sentido.

── Pensei que você não saia com colegas de trabalho ── Timothée disse sorrindo quando se separaram, as respirações descompassadas lutando para voltarem a serem ritmadas.

── Eu não sai com você e você não é mais meu colega de trabalho.

── Tivemos música da melhor qualidade, comida duvidosa, conversas embaraçosas sobre a infância e as coisas que gostamos e você ainda me beijou, eu chamo isso de encontro e você?

── Eu chamo isso de Timothée cala a boca pelo menos uma vez na vida antes que eu te bata por favor? ── o sorriso brincalhão nos lábios da mulher traía sua voz irritada.

  E então se beijaram de novo, era como se fossem puxados por um imã e aquela foi a melhor não premiere e estréia de filme da vida de ambos. Não queria estar em outro lugar a não ser ali naquele aeroporto vazio onde seus corações haviam se cruzado de uma vez por todas.

PEDIDO DE JULIATAVARESTEIXEIRA

𝑰𝒎𝒂𝒈𝒊𝒏𝒆𝒔/𝑻𝒊𝒎𝒐𝒕𝒉𝒆𝒆 𝑪𝒉𝒂𝒍𝒂𝒎𝒆𝒕Onde histórias criam vida. Descubra agora