“Eu queria ser forte sem ninguém me dando apoio.”
— Lady Gaga, Scheiβe.
Já passavam das cinco da tarde quando Alexia observou o céu tingir-se de laranja e o sol começar a se pôr, logo era um azul escuro, e as estrelas cintilaram. Ela sempre pensou que as estrelas fossem anjos, e que quando elas começavam a aparecer era como uma festa no céu. Observou toda essa dança angelical da janela do seu quarto, seus braços encostados na balaustrada, sentindo o vento atingir seu rosto. Uma das coisas que ela mais gostava em Fortaleza era o clima, podia ser quente, poderia ser frio, mas quase sempre era um clima agradável. Principalmente olhando para a praia.
Alexia morava em um apartamento na Beira-mar, seu apartamento começava no décimo primeiro andar e terminava no décimo segundo — não contado com a piscina, é claro, era um área comum.
Seu pai comprara os dois apartamentos ainda na construção, e mandara o arquiteto fazê-lo com uma escada espiral, emendando os dois andares na sala. Tudo fora feito com a ajuda de um arquiteto brasileiro bem famoso. Seu apartamento tinha uma nobre visão para o mar, e para o calçadão da Beira-Mar, que era lotado de turistas, adolescentes e pessoas fazendo caminhada.
Todos os dias ela via milhares de adolescentes patinando no calçadão, idosos caminhando, pessoas passeando com seus cachorros e turistas comprando artesanato. Ela gostava de passear pelo calçadão, ou de apenas colocar os pés na areia e observar o mar à noite.
Além de sentir toda a história da cidade naquela avenida. O Náutico, a Ponte Metálica, a estátua de Iracema e a Avenida Beira-mar.
Nesse momento estava observando o tempo passar, tomando coragem para começar a se arrumar. Concordara em ir à festa com Samuel, e prometera que iria se divertir. Perguntou a si mesma como seria ela se divertindo, já que não se divertia em nada desde o seu último término, o que somava uns dois meses.
Seu quarto tinha paredes brancas, e sua cama era grande e ficava no centro do quarto, seu armário era embutido, tinha quatro portas, uma dessas portas a levava ao banheiro, o que era engraçado que, quando recebia visita, as pessoas acabavam abrindo a porta errada e dando de cara com várias roupas.
Sem comentar o mapa-múndi na parede do seu quarto. Cada país pintado representava um país visitado por ela. Cada cor representava um ano da sua vida. Por exemplo, a França estava pintada de azul, lembrança de sua viagem aos onze anos — que coincidentemente foi o ano em que ela mandou desenhar o mapa-múndi em sua parede. Havia vários países sem cores, com apenas as linhas negras que marcavam seus limites.
Desejava conhecer todos os países do mundo. Felizmente, já conhecera vários.
Ela abriu o armário e pegou algumas peças, jogando-as em cima da cama, sua gata saltou em cima da cama e ela pulou para pegar Elphaba. Alexia era apaixonada pelo musical Wicked, nomeara sua gata de Elphaba em homenagem à personagem principal. Mas sua família geralmente chamava a gata de Elphie, por ser mais simples de pronunciar. Ou seu pai que a chamava de Falala, — assim como o pai de Elphaba a chamava no livro.
Elphaba era uma gata preta e linda, com olhos heterocromados, um azul e outro verde, Alexia a tinha como uma companhia valiosa. A gata se mexia em seus braços um pouco irritada por Alexia tira-la de cima da cama. Largou a gata no chão, que saiu correndo porta a fora. Então voltou a olhar para as roupas, quando seu celular vibrou, era uma mensagem de texto de Samuel.
“Te pego as oito”. Dizia a mensagem.
Ótimo, ela tinha duas horas para se arrumar, o que seria bem difícil. Afinal, uma maravilha do mundo não fora construída em poucas horas. Contudo, aceitou o desafio. O tempo voara quando o interfone tocou e sua mãe falava do outro cômodo:
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Fragmentos da Alma
Storie d'amoreAlexia sempre foi o tipo de garota sonhadora. Não o tipo que sonha viajar para fora do país, ser famosa ou rica, mas daquelas que sonham viver um romance arrebatador. Contudo, sua vida amorosa era tão conturbada quanto suas paixões platônicas. Com u...