Há um suspiro olhando para o céu. Por onde devo começar? Pelo fim? Mas o fim é o início de tudo... Parece clichê eu sei, mas é a verdade.
Vivíamos nos Estados Unidos em 2010, na Geórgia, que coincidentemente era a minha idade, 10 é claro, você seria um tonto se pensasse que eu tinha 2010 anos!
Desculpe, prometi que não iria me estressar ao contar isso... Estávamos saindo da cidade quando tudo já estava dando errado, havíamos visto várias notícias na televisão até que a tela ficou azul, de todos os canais ao mesmo tempo.
Meu pai sabia que era motivo o suficiente para meter o pé na estrada, pegamos nossas malas, e entramos no carro... Papai ouviu um grito, era o vizinho sendo atacado por outro, nunca vou me esquecer daqueles gritos... Eu conhecia o Mark, ele era um vizinho legal, me oferecia muitos doces... Claro que era uma chantagem por vê-lo às vezes com a minha mãe.
Minha mãe queria ajudá-lo, mas meu pai preferiu ignorar, pegamos a estrada o mais rápido possível. Minha irmã mais velha, Mayu Charles, de 17 anos. Não parava de gritar quando via alguém esbarrando no nosso carro, pedindo ajuda e tentando abrir a porta.
Meu pai disse para taparmos os ouvidos e ignorar, era o único jeito de conseguir sobreviver enquanto o carro se movimentava na rua bagunçada, tinha sangue por todos os lados e vários carros de polícia, bombeiros e principalmente de ambulância passando por nós.
Com sucesso nós nos afastamos do pânico, mas ainda podíamos ouvir os gritos, os pedidos de ajuda, e o som ensurdecedor da ambulância. Nos assustamos quando ouvimos um som próximo, alguns aviões que passavam rasgando o céu estavam explodindo as ruas, a energia simplesmente acabou e deixou tudo escuro, inclusive a estrada.
Ficou um silêncio brevemente, eu podia ver a boca da minha irmã se movimentar, mas eu não conseguia ouvi-la. Demorou muito tempo para a minha audição voltar.
Papai dirigia em alta velocidade, passava entre os carros, alguns estavam capotados e parte deles atrapalhava a pista, mas meu pai não se importou, usou a força do carro para empurrar a traseira deles e passou com alívio.
Me virei para trás e fiquei de joelhos no banco vendo algumas luzes douradas na cidade, eram explosões cada vez maiores. Se não tivéssemos saído a tempo, talvez nunca tivéssemos sobrevivido. Para a minha sorte eu não tinha nenhum amigo na escola, então não me fariam falta, nem a escola é claro.
Mostrei o dedo do meio para aquela cidade e fui repreendida pela minha irmã. Eu me lembro da cara irritada dela, eu não podia ouvi-la, é claro. Fiquei feliz por isso. Mayu era do tipo de garota mística, adorava signos e cristais... Nunca contei ao meu pai que ela fumava maconha, pois sabia que ele não iria surtar. Meu pai era o tipo de homem covarde, talvez por isso a gente sobreviveu ao bombardeio.
Meu pai olhou para trás, estava provavelmente pedindo que eu sentasse e colocasse o cinto. Eu me sentei e comecei a colocar, mas me assustei quando olhei para frente e vi vários daquelas coisas, pessoas andando de um jeito estranho e sujas de sangue, havia muitos!
Batemos com tudo neles e o carro girou, não tive tempo de contar, talvez uma, duas, três, quatro voltas com o carro? Cai de mal jeito no teto, o carro estava de ponta cabeça, minha audição voltou com o sacode da minha irmã no meu ombro.
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T.W.D - 𝙎𝙩𝙖𝙮 𝘼𝙡𝙞𝙫𝙚
Science Fiction[Obra Ativa] CAPÍTULO NOVO TODA SEMANA Light Novel Stay Alive conta a História de uma pequena sobrevivente, Maggie Charles de 10 anos. No mundo pós-apocalíptico tomado pelos mortos-vivos, e sobreviventes crué...