Bruno conseguia ouvir os pensamentos rígidos de sua mãe na mesa, ele tentava dizer para si mesmo de que seria mais um jantar tranquilo com os novos namorados de suas irmãs, sem cobranças e sem perguntas desconfortáveis sobre a sua vida pessoal. O tempo estava passando e o filho caçula não arranjava ninguém, mas como ele o faria se todos na vila o viam como um símbolo de má sorte? Ninguém se atreveria e todos na família sabiam muito bem disso.
Afinal, eles não mediam suas palavras quando diziam que o seu dom machucava a todos, por vezes discutiam e Bruno acabava se isolando na sua torre, saindo apenas no dia seguinte. Nessas curtas situações, o rapaz fez amigos peculiares: pequenos ratos que apareciam para roubar comida na cozinha. Julieta pediu para que ele cuidasse dos pequenos animaizinhos e, bem, acabou cuidando até demais.
Ele não é tão criativo com nomes, aliás.
Alma ficava feliz conforme seus genros se apresentavam, torcia para que seus casamentos dessem certo pelo amadurecimento e crescimento da família - e consequentemente da magia.
Já fazia algum tempo que suas irmãs estavam com estes rapazes, mas só agora estavam sendo devidamente apresentados para a matriarca.
E estava tudo ocorrendo muito bem. Os cinco conversavam sobre coisas banais enquanto se conheciam mais profundamente.
''E quanto você, hijo?''
''Eu... Eu o quê?'' Bruno perguntou perdido, não sabia sobre o que estava falando e pouco lhe importava.
Até mesmo em jantares da própria família ele se sentia deslocado.
''Quando vai arrumar alguém?'' De repente, sentiu todos os olhares para si, o deixando completamente nervoso e com as mãos molhadas.
''A-a-arrumar alguém?'' Repetiu as palavras trêmulas por não ter o que falar em resposta, foi algo automático. ''E-eu...''
Bruno sabia o que diriam dizer.
''Você deveria dar ao menos um pouco de orgulho para nós.''
Talvez aquelas palavras não fossem ditas de maneira proposital, mas machucavam como uma estaca perfurando uma superfície fina e delicada.
Recebeu olhares desconfiados de todos naquela mesa.
''Nem uma visão sobre quem poderia ser?'' Pepa perguntou enquanto arrumava suas tranças. ''Estamos ansiosos, Brunito!''
Bruno ergueu os ombros, entregando um olhar confuso para todos. Aquela não era a primeira, e nem seria a última conversa que teriam sobre pretendentes. Então ele já estava preparado para estas ocasiões.
''Bom... Na verdade, tem sim.'' Prolongou a fala. ''Ela é meio engraçada e é bem viciada em café, tipo, muito mesmo.
Ninguém esperava que realmente fosse existir alguém, por isso o silêncio absurdo que estava naquela mesa se prolongou por mais alguns minutos.
''Isso é sério?'' Pepa arqueou a sobrancelha e Bruno assentiu. ''Você não 'tá mentindo pra gente não, né?''
''Não...'' Bruno revirou os olhos para todos os cantos para não ter que encarar diretamente os olhos de Pepa.
''ótimo, quando podemos conhecê-la?'' Alma parecia surpreendetemente feliz.
''Bem...'' Bruno coçou a garganta. Rapidamente se arrependeu do que havia contado.
Era praticamente impossível arrumar alguém com aquelas mesmas e específicas características, não é?
✩
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𝐋𝐎𝐕𝐄𝐑 𝐈𝐒 𝐀 𝐃𝐀𝐘, 𝘣𝘳𝘶𝘯𝘰 𝘮𝘢𝘥𝘳𝘪𝘨𝘢𝘭
Fanfiction"Não falamos do 𝗯𝗿𝘂𝗻𝗼 e muito menos da sua 𝗻𝗮𝗺𝗼𝗿𝗮𝗱𝗮 𝗳𝗮𝘇-𝗱𝗲-𝗰𝗼𝗻𝘁𝗮" Bruno Madrigal x Fem!OC ୭ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀@cuph3ad ୭ 2021 ୭ pausada.