Conectadas. Capitulo 30.

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UM DIA DEPOIS

Mãe e filha estavam dormindo naquele quarto de hospital, que as enfermeiras trataram de deixar um pouco mais aconchegante e elegante, já que era uma exigência da prefeita da cidade.
Ninguém queria ver Regina Mills “soltar fogo pelas ventas” ou simplesmente dar um daqueles seus olhares intimidadores e cheios de ira. Dava pra sentir a claridade invadir aquelas finas cortinas brancas e de muito mau gosto do hospital.
O ar estava frio e pesado, diferente do habitual ensolarado, porém era o equilibrado clima do Maine. Mills riu quando viu que a filha ainda roncava, coisa que antes a tirava do sério. Em alguns minutos seus bebês iriam vir para serem amamentados, ao lembrar-se da neta e do filho a "Rainha" esboçou um enorme sorriso de um lado a outro. Havia se levantado, escovado os dentes naquele banheiro minúsculo e voltado para a cama. Seu roupão negro de seda destacava o seu autoritarismo e classe, mas seu ar de mãe coruja derrubava quaisquer muralhas ou má impressão que pudesse transmitir. Deitou-se e impaciente começou a usar um pouco de magia mudando uma coisa ou outra de lugar. Alguns minutos se passaram até que os olhos fundos e esverdeados de Swan se abriram, mas dava para perceber que ela ainda estava dormindo "acordada". A loira olhou para a mulher ao seu lado, franziu a testa tentando organizar as idéias e fechou e abriu os olhos novamente...

—Bom dia, Emma! –Disse a morena feliz por sair da solidão daquele quarto que mais parecia ter sido decorado por Mary Margareth de tão horrendo.

 Adormecida e com um cansaço incomum a Salvadora apenas soltou um sorriso “amarelo” como saudação e debruçou-se de novo na cama. Mills sorriu para si mesma com aquela cena. Quanto não pagaria para ver aquela mulher e mãe quando era criança. Quanto não daria para ter criado a sua filha e poder ter ensinado as coisas da vida ou coisas simples como "como se maquiar". Ter levado-a alguma vez para cavalgar como fez com Henry. Mas perdera todas essas oportunidades e talvez não haja como recuperar a maioria delas, afinal, a infância só se vive uma vez na vida.

—Bom dia, mamães?! –Disse a enfermeira chefe carregando Liam e a outra em seu percalço com Alice já vermelha de tanto chorar.

Regina pegou seu filho tranqüilo em seus braços e o sentiu, era indescritível a emoção de tê-lo em seus braços. Contemplou-o por alguns segundos e voltou seu olhar preocupado para a menina.
Emma reagiu por instinto materno e se levantou antes mesmo que a enfermeira entregasse a menina. Alice sentiu o cheiro e o toque da mãe e pareceu se acalmar. A menina de cabelos lisos e negros olhou para a sua genitora, como se quisesse ter certeza que ela estava ali. Swan a beijou e despertou da sonolência matinal ao ver aqueles olhos azuis da cor do mar buscar os dela.

—Emma, cuidado com os pontos! –Disse Regina num tom de reprovação que foi aceito pelas enfermeiras.

—Pelo menos essa bela mocinha se acalmou. –Defendeu a enfermeira chefe, admirada com a reação da criança que agora buscava o seio da mãe.

—Acho que ela puxou o lado “guloso” da mãe. –Brincou Regina sob o olhar reprovador da filha.

Liam puxava seu seio com vontade, a princípio doía um pouco, mas logo ela esquecia a dor e aproveitava o momento com o filho. As enfermeiras saíram e elas amamentaram seus filhos até que estes voltaram a dormir. Parecia que aquelas duas crianças tinham uma ligação mais que consangüínea.
Eles pareciam ter um contato raro, porém, forte e indestrutível. Regina que não é boba havia notado aquele laço entre os bebês, mas calou ao ver chegar James, Henry e Hook. Os homens pareciam duas crianças bobas e Henry não sabia qual dos bebês acariciar primeiro. O neto de Gold estava maravilhado e sua vontade era pegar os dois bebês no colo e abraçá-los bem forte, mas, todavia não se sentia seguro para fazê-lo.
Os olhos do pirata brilhavam, ele estava morrendo de felicidade assim como todos. Uma hora se passou e o pai de primeira viagem assim como seu sogro e enteado foram para a mansão Mills, deixando as duas mulheres e os recém nascidos no hospital até a manhã seguinte, dia da alta.
Emma adormeceu com a filha ao seu lado e Regina apenas observava à loira e sua neta e se perguntava mentalmente: será que era mesmo o que ela estava pensando? Será que os bebês tinham magia? E se tinham, será que era branca?

—Há muito tempo não a via concentrada, dearie. –Comentou a voz baixa e debochada no fundo do quarto. Parecia que o homem havia surgido através das paredes. Da escuridão. Swan de repente se encolheu, a prefeita pode sentir o calafrio que percorreu a espinha da filha "adormecida". Felizmente.

—Agora anda substituindo Hades? –Falou mordaz e com os seus olhos castanhos que pareciam chamuscar de tanta ira ao ver Gold ali. Liam começou a chorar despertando a mãe biológica de Henry e Alice.

—O trono no inferno não me atrai, Darling. –Confessou com uma careta de desdém. Eu prefiro os vivos... Encantados. Hihihi.

—Deveria lhe atrair já que você se empenha tanto em destruir as pessoas e os seus finais felizes. –Retrucou. O protótipo de feiticeiro das trevas iria sair dali voando pela via Láctea se dependesse de Regina Mills.

—Gold? –Articulou Emma pasma, mais que isso, a loira parecia ter perdido todo o rubor do seu rosto. Tinha a expressão confusa de ira e insegurança, coisa que exprimiu ao apertar mais a filha contra o seu corpo.

—Aprecio essa recepção calorosa, damas. No entanto, prefiro que me entreguem os bebês. –Nesse instante, o coração da Salvadora entra numa disritmia. O suor começa a minar pelos poros de sua pele macia, e agora branca, até que uma gota escorre pelo canto da maçã do rosto feminino. Aquilo alimenta ainda mais o super ego de Rumplestiltiskin. Ele sorri maquiavélico.

Vendo a reação de Emma, e num instinto natural, Regina se concentra e usa uma das suas mãos para lançar um feitiço contra o velho crocodilo. Liam passa a chorar ainda mais alto e a morena franze a testa. Seu golpe sequer arranha Gold e o pequeno príncipe parece estar apavorado com algo que a rainha não logra decifrar. No mesmo instante, Alice começa a chorar e o choro em conjunto dos recém-nascidos perturbam suas mães, parecem ondas sonoras muito fortes para os seus ouvidos. Elas ninam as crianças, a morena ainda canta uma música que costumava acalmar Henry quando pequeno...

—Oh, como é doce o cantarolar maternal.

—O que fez? –Perguntou Swan desafiadora.

—Sem astúcia e maldade não há “encanto”, senhorita Swan. Digamos que eu apenas os ajudei a expressar com quem querem ficar, com àquele cujo destino será transformá-los em feiticeiros cheios de poder sob a humanidade inteira e sob a floresta encantada. Hihihi.

—É melhor ir procurar carniça no lixão da cidade e sair daqui, Urubu velho. –Disse a aprendiz de feiticeira aborrecida, que concentrou toda a sua energia e trabalhou seu espírito e alma para transportá-lo dali para algum lugar longe dos bebês. Pela primeira vez, mãe e filha conseguiram algo inimaginável, conquistaram um poder: telepatia. Regina entendeu o que sua filha quis e concentrou-se na sua vontade de proteger seus seres amados. As duas entrelaçaram suas mãos que estavam há poucos metros de distância uma da outra e mesmo com todo o "zunzunzum" do choro incontrolável dos bebês e sua inquietude, elas conseguiram que um clarão tomasse conta de todo o quarto de repouso.
Uma luz branca, uma leve brisa circundando todo o ambiente e algumas folhas secas, porém pequenas pairando no ar do lado de fora. De repente o tempo parou e houve o  sumiço...

CONTINUA

obs: Mil perdões pela demora, sei que foi demais, mas tive muitos motivos para isso. Me desculpa e espero que vocês ao menos queiram ler este capitulo, me esforcei para terminá-lo  o mais rápido que pude. Obrigada por todos os comentários, indicações e pela paciência. Beijos e uma boa semana.

A Outra Face (SENDO EDITADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora