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Madara não tentou esconder o quão frustrado estava ao sentar-se do lado de seu ômega no confortável sofá da sala.

Na rara ocasião em que seu melhor amigo Hashirama trabalhava durante a noite, Madara tinha a oportuna chance de passar um tempo a sós com o querido irmão mais novo dele. Os dois mantinham um relacionamento secreto, pode-se dizer.

Mas hoje, quando rara oportunidade finalmente se fez presente, Tobirama estava o ignorando para dar atenção àquele estúpido vídeo game em suas mãos.

  - Tobirama... - o alfa apoiou o queixo ombro do ômega, observando desinteressado o jogo que ele tanto dava atenção. - Vem deitar comigo...

  - Não - a calma e suave voz do ômega o respondeu. O belo rapaz de cabelos albinos nem mesmo desviou a atenção a do console em suas mãos para o responder.

Mas Madara estava longe de desistir. Queria aproveitar aquele oportuno momento para abraçar o Senju com força e o encher de beijos e carinhos por toda a noite. Tobirama era um ômega recluso e orgulhoso; mas o Uchiha sabia bem quais eram os pontos fracos dele.

Disfarçadamente, começou a arrastar o nariz pelo pescoço dele lentamente; se divertindo ao sentir os pelos se arrepiarem com seu toque.

  - Sai... - Tobirama o xingou em um tom baixo, rosnando baixinho.

  - Não quero - ignorando o protesto dele, Madara abraçou sua cintura com pouca força, deixando breves beijos por seus ombros.

O ômega ainda prestava atenção no jogo, mas o alfa notou os pequenos sinais de que estava ganhando aquela disputa. Tobirama mordia os lábios e se encolhia em seus braços; provavelmente, tentando esconder o belo tom rubro que tomou conta de seu delicado rosto.

  - Me deixa... - suplicou o albino mais uma vez, fechando os olhos com força quando Madara passou a beijar seu rosto com carinho.

Aparentemente, Tobirama estava mais mal humorado do que o de costume.

  - Se você me beijar, eu te deixo jogar em paz...

Madara inclinou seu corpo para frente e praticamente se jogou encima do ômega; levou sua boca até o pescoço dele e deu uma leve mordida no local, causando um súbito sobressalto no albino. Aquele ômega tinha as mais adoráveis reações.

Tobirama rosnou novamente e lhe deu um fraco tapa no ombro.

  - Maldito Garchomp... - ele reclamou com o jogo, levemente irritado. Depositou o console no braço do sofá e encarou o alfa com um olhar acusador. - Eu só vou te beijar quando você contar a verdade ao meu irmão.

Inconscientemente, o ômega segurou a mão do alfa e a guiou até sua barriga. Naquele momento, Madara entendeu o motivo do descontento alheio.

  - Eu vou contar, prometo... - sua mão deslizou pela barriga do ômega com delicadeza; em seu rosto, um provável sorriso bobo estava estampado. - Só estou criando coragem.

Foi inevitável para Madara não se encantar com aquele ômega na primeira vez que o viu; também foi inevitável manter-se longe dele, apesar de seu inicial comportamento emburrado. O alfa não pretendia esconder a relação deles para sempre; estava planejando com cautela como contaria ao ciumento Senju Hashirama que estavam juntos.

No entanto, um pequeno imprevisto aconteceu. E agora, com um filhote à caminho, os dois não poderiam mais esconder a secreta relação que tinham.

- Eu pensei que você não tivesse medo de nada - disse o albino em um tom provocativo, aproveitando o gostoso carinho que o alfa fazia em sua barriga.

- E eu não tenho, mas você já viu o Hashirama com raiva? É assustador - um breve arrepio correu o corpo do alfa ao dizer tais palavras. Apesar de sua infinita bondade, o Senju mais velho possuía uma tenebrosa fúria interior. - Ele vai me arrebentar.

Ao invés de lhe trazer algum tipo de conforto, o ômega apenas riu de suas palavras.

  - Vai mesmo.

  - Tobirama, você não está ajudando!

O ômega apenas riu ainda mais, e Madara não deixou aquilo barato. Apoiou as mãos nos ombros dele e o empurrou com fraqueza, fazendo ele se deitar no sofá.

- Falando sério agora. Ele provavelmente vai surtar, mas vai aceitar com o tempo - com um pequeno sorriso em seu rosto, Tobirama alisou o rosto do alfa acima dele para tentar o acalmar. - Não se preocupe.

Madara então sorriu aliviado. Tobirama estava estranhamente otimista, portanto, tomou aquilo como um bom sinal. Aproximou seu rosto do ômega e beijou os lábios dele com carinho, acariciando os cabelos albinos em meio às carícias.

  - De hoje não passa, prometo - disse o alfa ao se separar, levando seus lábios até a orelha do Senju em seguida. - Acha que o seu irmão ficaria muito bravo se ele descobrisse que nós fizemos esse filhote na cama dele?

O Uchiha começou a rir quando sentiu um forte tapa ser desferido em suas costas. Afastou-se um pouco e se agraciou com a bela face avermelhada de seu ômega.

- Idiota! - Xingou envergonhado. - Você não é nem louco de contar isso à ele.

Rindo de seu jeito fofo, Madara deslizou as mãos pelo torso do albino e levantou a camisa dele um pouco; sorrindo ao ver a pálida pele de sua barriga.

- Estou brincando, meu amor...

Apesar de sua inicial irritação e constrangimento, Tobirama não pôde deixar de sorrir bobo ao ver o puro amor nos olhos do Uchiha. Ele beijava sua barriga com carinho, lhe causando um gostoso calor em seu corpo.

- Vem, vamos dormir - disse o alfa ao se levantar do sofá, pegando o ômega cuidadosamente em seus braços. - Nosso filhote precisa descansar.

Tobirama até quis teimar com ele de que ainda eram nove da noite; mas no fim, decidiu por apenas deitar a cabeça no peito dele enquanto era carregado até seu quarto.

- Eu estou grávido, não doente - reclamou emburrado, pois Madara estava o enchendo de cobertores para o proteger do frio.

- Prefiro não arriscar.

Após se certificar de que seu ômega estava quentinho e devidamente agasalhado; Madara o envolveu em seus braços e se deitou com ele na cama. Tobirama se aninhou em seu peito e lhe deu um breve beijo nos lábios.

Mas quando eles finalmente fecharam os olhos, o barulho do carro de Hashirama se fez presente.

- Meu irmão chegou... - o albino comentou inutilmente, sentindo um pouco de medo e ansiedade se arrastar por seu peito.

- Sim... - sentindo o mesmo que ele, Madara completou.

Os dois se entreolharam por alguns segundos, buscando um no outro a coragem que tanto precisavam.

- É agora eu nunca - o alfa respirou fundo antes de se sentar na cama. - Fique aqui descansando, por enquanto.

Antes de deixar o quarto, Madara olhou para o ômega uma última vez. Este, lhe lançou um sorriso travesso.

- Qual tipo de flor você vai querer no seu velório? 

Tobirama!

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