Capítulo 10 - Puberdade Angelical

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Ergron aproximou-se de uma estrela e avistou uma linda angelical empenhada nas suas tarefas de equilíbrio.

Cumprimentou-a e indagou se ela precisava de ajuda.

Ela agradeceu com um doce sorriso e disse que já estava quase terminando. Ele perguntou o seu nome, pedindo-lhe permissão para permanecer ali, observando o seu encantador jeito de manusear os elementos.

A angelical tornou a olhá-lo, observando o seu porte viril e a sua voz agradável. Ela sorriu novamente. Ele era bonito e aproximava-se com aquela conversa para conquistá-la para a dança do amor.

Ficaram a conversar sobre assuntos corriqueiros, até que ele aproximou-se mais, fazendo elogios à sua beleza e pedindo-lhe que dançasse com ele.

- Tenho de terminar minhas tarefas – Ela disse.

- Terei prazer em ajudá-la após a dança. – Ergron apanhou suas mãos, retirou as luvas protetoras e acariciou-as, beijando-as em seguida.

Ela o contemplou mais uma vez, depois tocou os seus cabelos louros, cacheados, elogiando o perfume.

- Esse aroma é produzido com a essência das flores da Dimensão Norte. – Ele apanhou um frasco do perfume em seu alforje e deu a ela como presente. Ela despiu-se da capa protetora e espalhou a suave fragrância pelo seu corpo atraente e delicado como as pétalas da rosa.

Ergron contemplou-a com desejo e conduziu-a delicadamente para detrás das nuvens. Envolveram-se em beijos e carícias, invadidos por uma sensação de desejo cada vez mais forte.

Nem perceberam que o Grande Pai passeava pelos cosmos e, assoviando distraído, aproximava-se do local onde os dois anjos se acasalavam.

O Grande Ser observou alguns elementos dispostos e não compreendeu porque haviam interrompido aquela tarefa quase no final.

Pensou em dar continuidade, mas observou luvas e capas protetoras abandonadas. Ouviu alguns gemidos que vinham por detrás da grande nuvem. Aproximou-se preocupado. Será que algum de seus filhos havia se ferido e gemia de dor atrás das nuvens?!

Ao erguer a cabeça por sobre as nuvens, observou por entre elas, o casal de anjos, totalmente nus, envolvidos em carícias e afagos, tão afoitos e compenetrados, que nem perceberam a chegada silenciosa do Grande Pai, prosseguindo com seus beijos e murmúrios, até que, ansiosos, explodiram num êxtase. Depois suspiraram e sorriram.

Abraçaram-se agradecidos e satisfeitos. Prosseguiram a trocar beijos, palavras de afeto e expressões carinhosas, sem perceber que o Grande Pai os flagrara em seu Ato de Amor.

O Grande Pai afastou-se silenciosamente, sem que eles o percebessem.

Caminhou pensativo e sorriu. Era bonita a forma dos seus filhos praticarem o ritual do amor. Precisava conversar sobre isso com a Mãe-Natureza. Seus filhos estavam crescendo mais rápido do que ele esperava.

Aqueles bilhões de anos desde que separara a Luz das Trevas e iniciara a Obra da Sua Criação passaram num piscar de olhos, e os Herdeiros da Sua Criação estavam amadurecendo.

Talvez já fosse o tempo de conceder-lhes o poder da procriação.

Numa outra banda do cosmo...

Portador do Amor estava preocupado. Seu irmão gêmeo, Portador da Luz andava estranho, ausentando-se por vários dias. Indagou-lhe sobre o que ocorria, mas Portador da Luz dissimulou dizendo-lhe que preparava uma grande surpresa.

Não demorou, Portador do Amor veio saber o porquê de seu irmão andar tão ausente. Por detrás da constelação no extremo noroeste, Portador da Luz construía o seu primeiro sistema. Era muito lindo, comandado por dois sóis.

OS FILHOS DO AMOR - A História dos Anjos RebeldesOnde histórias criam vida. Descubra agora