Maya's POVVocê nunca sabe qual vai ser o pior dia da sua vida, se vai ser apenas um, ou se vão existir milhares. Você não sabe até estar vivendo e eu estava vivendo muitos deles ultimamente. Não sabia mais quem eu era, nem se ainda existia alguma possibilidade de voltar a empresa e fazer o que tinha me comprometido a fazer. Se poderia recuperar minha vida.
Provavelmente todos estariam me odiando ou me julgando, parte de mim não ligava, mas outra parte morria um pouco cada vez que pensava sobre isso, sobre voltar e não ter ninguém do meu lado. Sobre estar sozinha. Era insuportável a ideia de estar sozinha. Mesmo que eu estivesse fazendo tudo para afastar as pessoas de mim.
Decidi fazer daquele dia um pouco melhor do que os outros, minha cabeça e consciência doíam, bebi algo que não lembro, e usamos um tipo diferente de droga que também não lembro o nome. Mas para o meu desespero, o pior dia da minha vida amanheceu junto com o sol. Como Hope diria: as pessoas fazem planos e Deus ri.
Conheci Finch em uma das festas que andava frequentando e não nos desgrudamos mais. Ela combinava comigo e eu diria sem medo, que era minha alma gêmea. Ela tinha me apresentado um mundo inteiro que eu ainda não conhecia. Me apresentou sensações novas, sensações boas. Me fazia flutuar todas as vezes que nos encontrávamos.
Mas naquele dia, naquele dia tudo em que eu acreditava, caiu por terra. Tudo caiu por terra quando acordei e ela não. Eu gritava, gritava o nome dela e chorava como nunca me lembro de ter chorado na vida. Sentia culpa, muita culpa. Ela morreu de overdose, do meu lado.
— Finch? Finch?- eu sacudia ela e nada. Nenhum movimento. Nenhum batimento. Nada.
O mundo girou em câmera lenta, minha cabeça estava em câmera lenta. Liguei para a polícia e logo eles chegaram. Confirmando assim que ela tinha morrido de overdose. Eu precisaria prestar depoimento só para constar mesmo, a culpa não era minha embora ela estivesse me corroendo por dentro.
Eu não sabia o que fazer, nem a quem chamar. Estava com medo. Com medo de tudo. Queria estar no lugar dela. Queria ter evitado tudo isso. Poderia ter evitado tudo isso.
— Senhora? Senhora? Quer que chame alguém? Para quem ligamos?- um dos policiais me perguntava.
— Hope Mikaelson. - respondi. Foi automático, a primeira pessoa que veio na minha cabeça e que eu sabia ou pelo menos esperava que me ajudasse.
Eles ligaram e em 10 minutos ela estava lá resolvendo tudo, eu tinha razão.
— Está tudo bem. Está tudo bem.- ela dizia enquanto me abraçava. E eu não conseguia falar nada, apenas chorava desesperada com a mão sobre o meu peito querendo que aquela dor não fosse real.
Mas era, pela primeira vez em meses estava sentindo algo real, não uma ilusão criada pelas coisas que eu usava. Era real e eu queria pará-la. Precisava que ela parasse.
– Eu quero ir para a reabilitação! Preciso de ajuda.
Dito isso, Maya deu total liberdade a Hope para ajudá-la. Ambas sabiam que não seria fácil, ela teria que passar por um longo período de desintoxicação e seria uma das piores sensações que ela provaria na vida. Mas agora, o choque de realidade que estava sendo jogado sobre ela, a fazia ter coragem para enfrentar qualquer coisa. Não queria ter o mesmo fim de Finch.
E Hope não desistiria dela, ao contrário do que Maya pensava, alguém estava do seu lado e esse alguém era Hope. As coisas com Ethan não seriam tão fáceis, mas ela não ligava mais. Não ligava porque agora só estava disposta a ficar bem e se ficar bem incluísse se afastar do que a fazia mal, ela se afastaria do irmão.
Elas chegaram na clínica e foram conhecer o lugar. Era enorme e parecia agradável, aconchegante. Nada que parecesse uma prisão, como Hope pensava. Várias pessoas andavam pelo jardim, um jardim lindo e florido o que fez Hope automaticamente pensar em Josie. Se pudesse tiraria algumas fotos para mostrar a ela. Mas não podia. Apenas podiam levar alguns folhetos que mostravam mais ou menos como era o lugar e o tipo de tratamento que os pacientes recebiam.
Elas continuavam andando por ali, era notável a agonia de Maya, sempre mexendo com as mãos e olhando de um lado para o outro como se estivesse com medo ou procurando por algo ou alguém. Volta e meia batia no próprio braço alegando que teriam insetos nele. Não tinha. Esse era um dos efeitos colaterais de estar ficando limpa, e era só o começo.
Logo a enfermeira veio com as roupas que Maya deveria usar. Hopd ficou esperando do lado de fora do quarto e percebeu que na sala ao lado estava alguém que ela conhecia. Alguém que ela desejaria não ter visto naquele dia nem em qualquer outro. Mas ela precisava ter certeza de que se tratava da pessoa que ela pensava, então se aproximou da porta e naquele minuto ela quis que o chão se abrisse ali mesmo embaixo de seus pés. Em letras grandes e escuras na porta dizia:
Dra. Kara Danvers.
Hope ficou parada ali por mais tempo do que percebeu. Quando se deu conta do que estava fazendo, se afastou, mas continuou observando. Ela conversava com, provavelmente, algum paciente e a conversa parecia ir bem.
— Hope? Olha que roupa ridícula.- Maya lia disse a tirando de seus pensamentos.
— Você está adorável, May. Espera, você vai ter algum colega de quarto? Tem duas camas.- ela disse olhando para dentro do quarto.
— Aparentemente sim. Dizem que é mais fácil quando você entra, ter alguém que já passou pela primeira fase, te ajuda a não enlouquecer embora eu vá enlouquecer de qualquer forma.- ela sorriu triste.
— Você nunca vai estar sozinha, okay? Se você puder receber visitas, estarei aqui. Se não puder, estarei lá na porta esperando quando você sair.- ela disse beijando a testa de Maya e recebendo um abraço em resposta.
— Eu sinto muito por tudo que falei. Eu sinto muito mesmo.- ela disse ainda no abraço.
— Tudo bem. Tudo bem. Isso já foi, daqui pra frente tudo vai melhorar.
— Desculpe interrompê-las, mas a Senhorita Mac precisará passar por uma avaliação com a nossa psiquiatra. Gostaria de acompanhá-la?
Antes que Hopd pudesse responder um alto e sonoro 'não' Maya disse a puxando pelo braço.
— É claro que ela gostaria.
Hope puxou o ar várias vezes antes de entrar na sala. Não sabia como seria encarar Kara depois de tantos anos. Será que ela a reconheceria? A enfermeira empurrou a porta e as duas entraram. Kara se perdeu no que dizia quando encarou Hope. Ela lembrava. Como poderia esquecer afinal? Estavam frente a frente agora. E ninguém naquela sala sabia o que aconteceria daquele dia em diante.
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Amor por Contrato - Hosie
Fiksi PenggemarQuando Josie Salvatore enviou seu currículo para o Marshall Mikaelson Office, foi somente para deixar de ouvir Lizzie lhe dizer "tente". Jamais pensou que pudesse ser realmente convocada para assumir o cargo de secretária pessoal da presidente da em...