My type

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O som da buzina ecoou por todo o ambiente cinzento. Você observou o local até que mandaram você encostar as mãos na parede e abrir as pernas para ser revistada.

O guarda passou as mãos cautelosamente pelas suas pernas macias e grossas, procurando por qualquer volume, de forma a subir mais pelo seu corpo até chegar na sua comissão de frente, ou melhor, seus seios. Você definitivamente se sentia invadida e chateada, então bufou um "Ande logo com isso". Recebeu como resposta o silêncio e isso até que a agradou já que esperava um rude "não" vindo do homem.

[Nome] torcia pelo fim da revista padrão para a entrada de novos presidiários e o que desejava logo chegou. Foram-lhe entregues roupas "novas" que consistiam em uma calça e blusa listradas, peças íntimas pretas e uma bota da mesma cor. Ela não podia negar que estava apavorada com o novo ambiente. Nunca foi boa com mudanças, principalmente quando elas se tratavam de uma ida indeterminada para a prisão por algo que não cometeu. Só torcia para que seu jeito brincalhão e durão de sempre fosse o suficiente para mantê-la viva naquele lugar.

O homem uniformizado a guia pelos corredores enquanto explica sem animação nenhuma:

-Olha, as celas tão cheias, 'cê sabe? Muitos crimes rolando. Como fui com sua cara bonitinha, vou te dar uma chance de mudar de cela se não se acostumar com sua parceira.

-Obrigada? Eu acho...

Confusão era presente em sua voz. Depois de caminharem por algum tempo, ele para em frente a uma cela com uma mulher socando a parede. Ela tinha músculos - bastante para ser sincera - de acordo com seu vulto. Ela podia te detonar se não fosse com sua cara.

-Posso já mudar de cela? Eu escolho qualquer companheira que não tenha músculos - você sussura para o cara ao seu lado

-'Cê ainda nem tentou detenta. Tenho certeza que ela não te fará mal... a não ser que você a provoque - ele ri e te empurra pra dentro - 516, tem uma surpresinha pra você.
Ela se vira e a encara, a escuridão do outro lado da cela não permitia que você a enxergasse direito então apenas disse com um sorriso amarelo:

-Eai.

Ela não responde e apenas se vira, voltando a socar a parede. Você não queria parecer medrosa mas se a irritasse, receberia uma bela surra. Mas... ela não te mataria, né? Tinha que tentar se enturmar.

-Olha, sei que não 'tá afim de conversa. Mas queria te perguntar algumas coisas... Tipo... qual cama é a sua? Como funciona aqui? Digo... os horários. Sabe, senti uma vibe boa de tu! - Mentia descaradamente por causa da pressão que sentia - Queria te conhecer melhor e...

Ela para de socar a parede, provavelmente por querer mudar o alvo para a sua cara. Então você se aquieta e é salva pelo gongo, literalmente. A sirene sinalizava que havia chegado a hora do almoço.
Você logo sai do cubículo, sem a esperar e segue um outro detento. Ao chegar no refeitório, pega sua bandeja e entra na fila, onde uns empurravam aos outros e conversavam sobre diversos assuntos.

Com sua gororoba na bandeja você enxerga um lugar vazio naquele mar de cabeças. Passando por entre diferentes pessoas, você se distraia tentando achar um rosto familiar - algo quase impossível - quando de repente: Plaft!

Você caiu de um forma nada bonita. Os prisioneiros na mesa ao lado riram e dois deles deram um bate aqui. Um dos dois tinha um sorriso presunçoso e você se levantando, já sabendo quem era o culpado e suja de comida, fala:

-Entendi. Uma espécie de iniciação, né?

-Pegou rápido a ideia - ele diz cruzando os braços enquanto ainda ria

-Então você coloca seu pézinho bonitinho na frente de um novato como se fosse uma regra, não é?

-Exato - seu sorriso presunçoso não tinha fim

-Mas eu tenho minhas próprias regras, sabia bocó? Um: Se mexer comigo, eu bato.

Você diz e acerta ele na cabeça com a bandeja que tinha em mãos. O homem, de uns 1,80 e músculos bem definidos se levanta do banco, tonto e tenta lhe acertar um soco. Você desvia facilmente e volta a falar:

-Dois: Se tentar revidar, eu bato mais.

Nesse momento todos os outros tinham se lavantado, circulando a área e gritando "Briga!" enquanto você o derrubava no chão e o enchia de bandejadas. Ele protegia o rosto com os braços.

-Três: Se defendeu, perdeu. Tanto a luta quanto a consciência.

Então continuou o acertando até ele desmaiar.

-Se quiser saber o resto me ofenda de outra forma, eu não dou aviso prévio do que me faz perder a linha.

Então é agarrada por dois guardas que a levam de volta pra cela, a alertando que por ser sua primeira infração, não iria parar na solitária mas na próxima, não tinha escolha. Tudo que lhe resta são suspiros e uma barriga roncando. Sua primeira refeição na cadeia - se pode chamar assim - foi bem... intensa. Deitando-se em qualquer uma das camas, já que não sabia qual ia pertencer a você, olha pro teto e espera. Seus olhos se fecham minutos depois e só se abrem quando a porta solta um ruído, se abrindo e se arrastando vagarosamente pelo chão de concreto. Sua companheira estava de volta.

-Sua cama é a outra.

Você se levanta sem a olhar e vai para a outra cama. Pelos barulhos, você pôde dizer que a mulher se sentou na que pertencia a ela. E você logo em seguida ouve um riso e a frase:

-Você não parecia ser tão feroz quanto se mostrou hoje. Achava que era só um rostinho bonito. Qual seu nome?

[Nome] se vira e a olha, finalmente a vendo direito no lado claro da cela. Ela era gostosa - isso que a descreve com melhor intensidade. Seus cabelos rosas curtos, seus olhos azuis acinzentados, as sardas, as cicatrizes, os músculos e as tatuagens. "Uau!", era o que sibilava em sua mente. Tudo isso formava um grande combo das maravilhas.

-Meu nome? - você pergunta plena. Ela podia ser gostosa mas você era firme.

-Uhum - você vê ela sorrir de lado e concordar com a cabeça.

-[Nome], mas pode me chamar do que quiser, eu não ligo.

-Ok, docinho. Meu nome é Violet, mas prefiro que me chame de Vi.

E foi atrás das barras, que você virou o docinho de Vi.

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⏰ Última atualização: Jan 31, 2022 ⏰

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