ɪɴᴛʀᴏᴅᴜᴄ̧ᴀ̃ᴏ

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A definição de família costuma dividir opiniões. Alguns acham que família é o laço de sangue, outros que é a união através da convivência,  Kimi acredita na segunda opção. Não tem nenhuma recordação de seu passado com seus parentes de sangue, além de seu pai. Não se recorda de mãe, irmão, avó, ninguém. A última vez que viu o pai, tinha 8 anos, há dez anos atrás. Não que ela precisasse deles, conseguiu viver sem o apoio deles até hoje sem problemas, apenas queria ter conhecimento de quem são, entende?!

Então já que não os conhece, fica com a segunda opção. A família de Kimi é formada com base na convivência e no afeto que recebeu durante sua infância e adolescência. Tem a família que a  criou até os 8 anos, composta majoritariamente por homens piratas, e outra que a criou até hoje. Foi levada a esses pensamentos pela despedida iminente. Luffy havia feito 17 anos à dois dias, o que já foi motivo de grande alvoroço na casa localizada montanha acima, afinal, estavam finalmente partindo em sua aventura seguindo seus sonhos.

Seus pensamentos são interrompidos com um Luffy afobado, a fazendo se dar conta que havia chegada a hora de partir. O menino com chapéu de palha entrou como um furacão pela porta do quarto da ruiva, a chamando e saindo em seguida para esperá-la do lado de fora da casa.

Dadan havia se isolado, sem acreditar que a sua menininha ruiva estava saindo de casa. Quem ela queria enganar! Apesar de todo o trabalho, havia se apegado as pestes que passaram bons anos lhe atormentando. A mulher não gostava de despedidas, então decidiu de isolar na floresta, para não ver a partida das suas crianças. Querendo ou não, já havia de certa forma se despedido na noite anterior, quando encheu Kimi de beijos até que a ruiva a expulsasse de seu quarto com o carinho excessivo da mulher.

Kimi entrou no quarto de Dadan, onde viu a cama espaçosa ao lado de uma janela. Na mesa de cabeceira havia um porta lenços, que estava uma bagunça, e na parede acima da cama descansava uma espingarda. A ruiva pôs a carta junto com a fotografia que tinha em mãos, em cima da mesinha ao lado da cama, com o propósito de agradecê-la por todos os anos que passou na casa.

Saindo para fora, deu de cara com um Luffy impaciente. Os dois jovens carregavam consigo uma bolsa, com coisas necessárias. A do garoto havia reservas de comida com toda certeza. Em um puxão, Luffy arrastou Kimi montanha abaixo, até a vila Foosha, onde se despediriam dos moradores no porto. Os dois riam como duas crianças, em partes por felicidade e emoção, havia o sentimento de que talvez estivessem fazendo aquele trajeto pela última vez, não saberiam dizer o que o futuro os aguardava.

Os moradores faziam uma pequena despedida aos dois jovens. O prefeito providenciou um pequeno bote aos dois, assim como Makino os presenteou com barris de comida e água. 

– Kimi! – o prefeito a chamou, e entregou um mapa de East Blue. – É um mapa velho, encontrei perdido no escritório. Apesar de antigo, ainda pode lhe servir de muitas coisas, minha filha.

– Acredito que sim, senhor velhote. Obrigada! – ela realmente acreditava que seria de grande ajuda, afinal, não sabia nem por onde começar a aventura. 

– Kimi, cuidem um do outro, ok. – Makino falou, levemente preocupada, mas no fundo feliz, por saber que aquelas crianças estavam seguindo seus sonhos. Antes que a ruiva pudesse responder, a mulher a encheu de informações novamente. – Se hidrate bastante, sabe, como vai estar em alto mar pode muito bem acabar desidratada. Ah, e não deixe de desembaraçar seu cabelo todas as noites, ou irá sofrer com os nós como daquela...

– Veja só, Makino. Ela não é mais aquela garotinha, conseguirá se cuidar. – o prefeito a interrompeu, levando a mulher a ficar com levemente corada. Kimi riu, sabendo que Luffy também ouviria alguns avisos vindo de Makino, e prestaria a menor atenção neles.

𝐑𝐄𝐃 𝐑𝐀𝐘, one pieceOnde histórias criam vida. Descubra agora