Capítulo Único

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-Eu só queria que o tempo parasse, sabe?

-Hm?

-Eu queria poder simplesmente parar tudo e ficar aqui com você, para sempre – disse Pat observando as ondas calmas do mar noturno. Aquele fim de semana havia sido de longe o melhor da sua vida, mas a lembrança do futuro o desanimava e tirava o sorriso radiante de seu rosto. -O que você acha que vai acontecer quando voltarmos?

Pran ficou em silêncio com aquela pergunta. Durante todo o tempo em que eles passaram ali, ele não queria falar sobre a vida que os aguardava longe daquele litoral. Ele odiava não ter certeza das coisas.

-Eu não sei – respondeu cabisbaixo enquanto sua mente criava infinitos cenários de como eles seriam recebidos assim que voltassem para suas casas.

-Mas você sabe que eu não vou te deixar, certo? – perguntou Pat se aproximando mais de seu namorado. Sua questão trouxe um ar de surpresa para Pran, que levantou sua cabeça e o encarou em confusão.

-Eu acho que isso não está muito no nosso controle.

-Eu não ligo – continuou Pat assertivamente. -Eu já te deixei ir embora sem lutar por você uma vez, eu não vou deixar isso acontecer de novo.

-Pat...

-Nossos pais não podem mais achar ou querer que nós compremos a briga deles. Eles nunca deveriam ter deixado esse problema nos afetar em primeiro lugar – Pran estava sem palavras. Tudo que ele conseguia fazer era olhar para o amor da sua vida e nutrir esperanças para um futuro próximo. -Você acha que eu também não pensei em como tudo teria sido se nós tivéssemos nos aproximado há muito tempo atrás? Se eles não tivessem feito a gente criar essa rivalidade ridícula e se nós pudéssemos ter sido amigos desde o começo?

Essas suposições deram a Pran um sentimento nostálgico, porém triste. Lágrimas começaram a tentar surgir a partir da lembrança da amizade que os dois tinham no colégio, e de como eles foram covardemente afastados.

-Mas nós também não podemos achar que eles simplesmente vão mudar agora que já sabemos de toda a verdade.

-Foda-se eles – bradou Pat. -Eu acho que eles já perceberam que independente do que aconteça, nós vamos ficar juntos. Se eles ainda não aceitaram isso, o problema é deles. Nós somos dois homens adultos que se amam, eles não podem mais tentar controlar isso.

Pran estava atônito em todos os sentidos. A bravura de Pat em não temer o que vinha a seguir estava lhe dando coragem para enfrentar o que o dia seguinte tinha aguardado para eles. Ele agora genuinamente sabia que independente do que acontecer, ele teria Pat ao seu lado.

-Me pergunto de onde você tirou toda essa coragem para pensar assim – suspirou Pran.

-De você.

-...

-Você ainda não entende? – questionou Pat com um sorriso bobo no rosto. Seu olhar brilhava de encontro com o rosto do homem à sua frente. -Eu te amo, Parakul.

Tudo que se ouvia era o barulho do oceano enquanto seus olhares conversavam por si. Ali, sentados naquele quebra-mar, tudo que eles precisavam sentir estava sendo transmitido de forma clara e precisa.

-Pran...

-Hm?

-Posso te beijar?

O pedido arrancou um sorriso do rosto de Pran. Ele admirava o quanto o seu namorado era tão cortês nestes momentos, sempre pedindo a sua permissão. O sorriso imperava em ambos os seus rostos.

Para atender o pedido de seu amado, Pran aproximou seus rostos e seus lábios logo se tocaram. Beijar Pat para ele era como sentir o aroma florido de um jardim de lavanda num amanhecer ensolarado. Era um lugar tão especial que ele desejava nunca deixar. Desde o primeiro beijo deles naquele terraço, ele sempre pensava nessa mesma sensação toda vez que isso se repetia.

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