I. A flor

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Donghyuck estava triste, capenga, enraivecido, desesperançoso, possesso.

Não só ele teve todo seu maior esforço de uma semana jogado pelo ralo, como haviam roubado o resultado de sua romanticidade de si, num ato vil, baixo, sujo, argh! Como o mundo era desonesto, ele se irritava só de pensar. E a única coisa pior que ver Mark Lee - seu primeiro amor™ oficial do colégio - andando pela escola rindo e andando de mãos dadas com Yeji, era ouvir a escola inteira dizendo o quão romântica e atenciosa ela era por ter se declarado ao canadense mandando uma flor para ele de modo anônimo todos os dias na última semana.

Flores tão lindas, belas, perfeitas. Que seriam realmente sinal de um ato doce se não tivesse sido Donghyuck quem havia colhido especialmente do jardim de sua mãe - o que lhe rendeu algumas broncas, que ele não se importava de levar pois estava certo de que tudo valeria a pena no final. Mas não valeu, porque Yeji havia roubado sua fama e sua paquera às custas da bravura de Donghyuck de sair correndo do jardim logo após pegar cuidadosamente as margaridas.

Acontece que o coreano estava de olho naquele tal de Mark Lee há um tempão, e o dia que ele ouviu Jeno fofocando para Renjun no meio da aula de biologia que o canadense bonitinho meio ruim em esportes não gostava apenas de garotas, mas que era bissexual, ele quase caiu de sua cadeira tamanha felicidade. O motivo de tanto apreço pelo estrangeiro foi o fatídico dia da aula de basquete, onde Mark estava jogando como um astro - segundo conta o coreano - e sem querer deu uma bolada na cara de Donghyuck, que precisou ser levado para a enfermaria e jurou nunca mais colocar os pés em uma quadra. Dispensável dizer que Donghyuck havia jurado o Lee como seu inimigo mortal e correu um sério risco de tirar bomba em educação física, mas esse arco vilanesco não rendeu muita história já que ao final do dia, Mark se aproximou do coreano com uma barra de chocolate e um girassol, como um pedido de desculpas sinceras pelo mal-entendido.

O garoto havia apenas tido 2 crushes - ele odiava essa palavra com seu ser, mas seu pai mencionava os "paqueras" e ele já podia se ver na casa de repouso com os cabelos branquinhos usando esse termo - supremos: o primeiro ainda na escolinha quando um garoto dividiu o lanche consigo pois Donghyuck havia esquecido o seu; o segundo no fundamental quando um pirralho disse que ele era engraçado e fofo; e agora Mark Lee, quando ele lançou uma bola em sua cara... É, talvez não tenha sido o ideal mas ele já estava muito entregue para voltar atrás agora.

Foi tiro e queda pro moreno que se derreteu por completo quando Mark disse que lhe entregou um girassol porque o lembrava de como ele estava sempre iluminado, quase como se estivesse virado em direção ao sol.

Desde então se era possível ouvir Renjun, Chenle e Jeno reclamando do quanto o amigo era irritante por falar naquele garoto e seus olhos gentis, sorriso bonito, risada engraçada e tantas outras qualidades que Donghyuck conseguia encontrar a cada dia sem parar. Mas era sua culpa? Não era! O canadense fazia de tudo e parecia não ter defeitos - exceto não gostar de café e ketchup, coisa que ele sinceramente não entendia mas preferiu aceitar em nome de seu título de homem apaixonado.

E na verdade nada daquilo teria acontecido se seus amigos não tivessem acendido uma lampadazinha na sua cabeça cerca de duas semanas antes dos malditos falatórios do novo "casal" da escola. Deus, Donghyuck estava rezando muito pra que Yeji e Mark não fossem um casal ainda.

– Por que você não vai falar com ele ao invés de soltar suspiros apaixonados toda vez que ele passa no corredor? – Jeno perguntou enquanto eles almoçavam no refeitório e Donghyuck havia quase acabado de levar um tropeço daqueles pois estava olhando para o famoso Lee quando voltava da fila da comida.

– E o que eu vou falar? "Oi, eu queria te dar uns beijos, na brotheragem"?

– Tu já sabe que o cara é bi, só vai lá e pergunta se ele quer sair contigo.

B de bobo, é o que você éOnde histórias criam vida. Descubra agora