A maior certeza que o ser humano poderia ter nesse mundo, é de que a vida é uma questão de tempo, apenas tempo.
Em um momento, você corre para a cama dos seus pais por causa de uma chuva muito forte alegando sentir medo do barulho alto dos trovões. No outro, você se depara com aquela turbulência toda da adolescência e não se sente preparado o suficiente para isso. E depois vem a fase adulta, as responsabilidades e preocupações aumentam, o peso do mundo todo cai sobre as suas mãos e você pensa "caramba, eu tenho que resolver isso!". Quando somos crianças, tudo é muito mais simples e fácil de lidar, mas achamos que não porque nossa mãe dizia que crianças dormem cedo ao invés de ficar na frente da televisão.
O tempo passa, você cresce e depois quer voltar para o início, quando as coisas mais simples eram as suas maiores preocupações. Porque quando somos crianças, queremos crescer o mais rápido possível só porque os mais velhos fazem coisas que você não pode. E quando crescemos, desejamos voltar a ser criança outra vez, pensamos que deveríamos ter aproveitado melhor a infância e descobrimos que o mundo ficou assustador demais. Em algum momento dessa passagem de tempo, o ser humano se depara com o fenômeno mais assustador e fascinante de todos: o amor.
E o que acontece quando o encontramos finalmente? Um caos.
Não sabemos como lidar, não sabemos como resolver, achamos que o sentimento vai durar para sempre ou acabar em um piscar de olhos. No começo, algumas pessoas pensam que não vale a pena se aprofundar tanto nessa experiência tão única, já outras, buscam por ele desesperadamente. O amor atrai pessoas de todos os tipos, sejam elas iguais ou opostas, de lugares diferentes, culturas diferentes e estilos de vidas diferentes também. Mas o grande questionamento é: ele é capaz de juntá-las a longo prazo? Ou tudo o que mostram nos livros, filmes e poemas, não passa de uma propaganda enganosa?
Não se sabe, as pessoas tendem a experimentar o amor de formas diferentes e únicas. Algumas tem vários ao decorrer da vida, outras nem tanto, há aquelas que sequer chegaram a senti-lo ainda e claro, tem pessoas que ainda sentem medo da ideia de amar outra pessoa porque em algum momento, alguém passou a ideia de que amar significa estar acorrentado, preso, sem poder nunca escapar.
No caso das duas pessoas que essa história narra, o amor fez coisas magníficas em suas vidas. Ele sobreviveu ao tempo, à distância e à insegurança no coração delas, se fortaleceu quando não havia mais esperança e perdurou a florescer em meio ao inverno mais frio.
Duas pessoas, dois nomes, um sentimento só.
Minjeong encontrou o amor quando tinha seus dezenove anos, em uma fase da sua vida onde a única coisa que ela tanto buscava, era experimentar o diferente pelo menos uma vez. E no seu coração, o amor tinha a forma de uma mulher charmosa, de cabelos ruivos, olhos escuros, um sorriso gentil e a voz mais atraente que já escutou na vida.
Para Minjeong, o amor atendia pelo nome de Karina.
Karina, por outro lado, aceitou o amor quando a distância fez ele criar raízes no seu peito. Quando a saudade começou a se manifestar nas pequenas coisas, quando o questionamento sobre sua vida pela primeira vez se fez presente. E principalmente, quando o amor lhe deu uma segunda chance no trem da meia-noite para Busan.
Para Karina, Minjeong era a outra metade de seu coração.
E ele pulsava com força, mostrando que estava mais vivo do que nunca mesmo depois de tantos anos desde que se conheceram. Ainda sim, depois de tanto tempo juntas, era incrível como elas pareciam se apaixonar uma pela outra a cada dia que se passava, como se estivessem se conhecendo de novo, a euforia da primeira vez ainda estava intacta e tudo ganha vida quando Karina e Minjeong estavam juntas.
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Midnight Train to Paris | Winrina
RomanceCinco anos após se reencontrarem em Busan, Karina e Minjeong tomam uma decisão que mudará completamente o rumo de suas vidas e se preparam para a etapa final de suas jornadas, quando pegam pela última vez o trem da meia-noite com destino a Paris. Te...