Capítulo Dez - De cabeça para baixo

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28 DIAS PARA O SUICÍDIO DE KIM TAEHYUNG

Não demorou muito para Kim Taehyung se arrepender por abrir o jogo para Sophia. Em cerca de quinze minutos ambos já estavam no carro dirigindo pela avenida com destino à casa da família Jeon.

Taehyung fingia estar distraído com a estrada para não ter que lidar com a energia negativa que Sophia emanava e pelo medo de ter o seu painel quebrado caso ela tentasse depositar sua raiva no seu querido carro.

Taehyung sentiu calafrios.

Mulheres com raiva davam mais medo que homens, pareciam que encarnavam um sociopata. Enquanto homens com raiva são totalmente previsíveis, ninguém nunca sabe o que uma mulher pode fazer quando está no seu limite... elas ficam tão frias e calculistas...

Taehyung estremeceu.

O medo de Tae por Sophi começou quando ela simplesmente não reagiu ao saber de tudo que ele e Jungkook estavam tramando. Ela não gritou, ela não disse nada, ela não expressou nada. Sophi apenas pegou as chaves do carro de Kim Taehyung e jogou em suas mãos.

Para onde nós vamos? - Ele perguntou tentando disfarçar o nervosismo na voz.

- Você sabe muito bem para onde vamos.

- Mas e o Bruce? - Tae perguntou preocupado vendo o amigo dormindo profundamente em sua cama improvisada.

- Ele ficará assim durante algumas horas. - Falou já passando pela porta da sala e indo em direção ao carro enquanto Tae não conseguia parar de pensar no quanto estava fodido... mas olhando pelo lado bom, ele pensou, se ele estava ferrado o seu melhor amigo estava ferrado ao dobrou. Sorriu satisfeito. Foi um pensamento que o fez suspirar de alívio e Taehyung já não se sentia tão na merda como antes.

E agora ali se encontravam, no carro de Tae, onde o mesmo criava coragem para começar um diálogo com uma mulher que parecia que emanava as chamas do inferno pelos poros. Seria Sophi o anticristo? - Se perguntou por um minuto.

- Não acha melhor avisarmos para Jungkook que estamos indo? - Tae falou depois de um tempo com ambos em silêncio no carro.

- Não. - Sophi respondeu friamente e Tae preferiu não contrariar.

- Acho que vou ligar o som. - Falou colocando Foreigner para preencher o espaço que estava silencioso e coberto pela áurea amedrontadora de Sophia Beker, vulgo demônio encarnado .

- Sem música. - Ela desligou o som, cruzou os braços e voltou a olhar para a janela. Tae respirou fundo para conseguir tratar a situação da melhor forma possível.

- Sophi, sei que está chateada, mas tudo o que Jungkook fez foi para protegê-la. - Falou rápido antes que perdesse a coragem de começar a discussão.

- Fazer escolhas por mim nunca será considerado proteção. Ele mentiu, você mentiu como se eu não fosse forte o bastante para passar por essa situação com vocês. Vocês não têm ideia de como eu me sinto agora. - A sua voz expressava a sua mágoa e os seus olhos ficaram marejados, Taehyung percebeu que o seu silêncio talvez fosse um método de Sophi para evitar mostrar a sua fraqueza.

- Eu comecei tudo isso. - Ele falou sem conseguir olhar para seu rosto e focou na estrada. - Fui muito egoísta voltando para cá, mas eu estava desesperado. Não sabia se aguentaria por muito tempo naquele lugar, então voltei e corri para os braços de Jungkook. O que eu não imaginei foi o fato de não conseguir deixar ele longe do perigo que me seguia. - Ele suspirou. - Se eu fosse Jungkook eu faria o mesmo por você. Entenda Sophi, o quanto está magoada não chega aos pés do risco que está correndo ao meu lado. Os seus sentimentos não são mais importantes que a sua vida. - Taehyung foi o mais sincero possível e Sophi parecia que estava em choque. Ela se encostou novamente no banco e abriu um pouco da janela. Respirou e aproveitou o vento que batia em seu rosto.

Blood Color | Kim TaehyungOnde histórias criam vida. Descubra agora