Capítulo 7

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Alexander Vanserra

Alec acorda num sobre salto, sua pele arde comose estivesse em uma fornalha, suor escorre pelo seu corpo possivelmente encharcando seus lençís, seu coração está acelerado, sua respiração pesada e em descompasso.

- Alec. - uma voz firme e gentil tenta acalanta-lo. - Alec, você pode me ouvir?

Ele sente mãos se aproximando de seu corpo e reage instintivamente, suas mãos agarram pulsos finos e pálidos, ele arregala os olhos ao sentir sua pele entrando em contato com a frieza de outra.

Era Nestha sentada ao seu lado da cama, quando sua visão clareou um pouco ele pode ver, Cassian estava parado em frente à porta de seu quarto onde seus amigos o olhavam preocupados, o illyriano mais velho vestia nada mais que uma camisa preta sem mangas e um short de pijamas cinza, os cabelos longos bagunçados e os olhos vermelhos entregavam seu estado sonolento.

Nestha não estava diferente, vestia uma camisola de seda prateada de alças finas cobertas por um tecido fino que deveria parecer um sobre tudo, os cabelos castanhos soltos, um hábito que o illyriano notou ser feito apenas em noites que requerecem dela algo especial, o que não passou dispercebido pelo príncipe, que envergonhado retirou as mãos em um punho fechado do pulso da tia.

-Tudo bem garoto?- a voz rouca do illyriano mais velho fez com que Alec se assusta-se, mas retomou seus sentidos assentindo para o tio.

-Tudo bem mesmo?- Nestha olhava para os olhos de Alexander, algo nos olhos do menino a intrigava, era evidente seu medo por algo, o cheiro de pânico naquele quarto o entregava e ela queria saber o que teria deixado o Illyriano assim. Mas os olhos dele... - Cassian faça-me um favor, leve as crianças para cozinha e de a elas algo para comer. Creio que seja difícil o sono voltar novamente.

-Tem certeza Nes?- seu tom era gentil, cansado e cauteloso. Em resposta ele ganhou apenas um olhar de sua parceira, fazendo-o acentir.- Bora molecada, a noite é uma criança e eu tô muito serelepe.

Após alguns resmungos audíveis e passos em direção a escada, Nestha voltou seu olhar ao menino ao seu lado, Alec parecia uma criança assustada, que carregava o peso do mundo em suas costas.

- Quer me contar o que aconteceu?

-Não foi nada... eu só... você sabe, o mesmo de sempre. - abaixou a cabeça envergonhado.

-Se refere aos sonhos? - o Illyriano acentiu. - Pelo que me lembre nenhum dos seus sonhos anteriores fez você suar como um porco, queimar sua colcha e te deixar na temperatura de um cubo de gelo.

Foi então que Alexander parou para analisar sua situação, seus lençóis estavam jogados no chão, sua roupa de cama tinha a marca de suas mãos queimadas, o tecido grudado em sua mão.

E seu corpo ardia, tanto quanto a um cubo de gelo tirado de uma temperatura negativa em contato direto com a pele.

- Eu não queira... eu.. eu sinto muito tia Nes.

- Não se preocupe comigo Alec, eu estou bem, preocupe-se com você. – A feérica encarou o sobrinho antes de suspirar. - Olha eu não quero me meter em assuntos particulares, sabe que odeio isso, mas sei que não é a primeira vez que tem sonhos assim. Já tentou decifrar-los?

- Eu já fui em anciões, já falei com meu avô, nós tentamos as bibliotecas proibidas, falei até com o tio Rhys. - o illyriano soava frustrado - Mas toda vez que tento mostrar os sonhos eles se bloqueiam. É como se a minha mente... como se algo os tranca-se a sete chaves.

-Sobre o que são eles?

-É sempre o mesmo, pilhas de ossos, chuva de sangue, e eu no meio de tudo aquilo... mas tem sido diferente.

-Diferente como?

- A última vez que sonhei com isso eu escutei uma voz. - seu olhar tornou-se nostalgico e focado. - Ela parecia nova e velha ao mesmo tempo, parecia que eu a conhecia, mas ao mesmo tempo achava que não. Era a voz de uma mulher, sim, uma voz feminina.

-O que ela dizia? - Nestha inclinou a cabeça levemente, não gostando do rumo de suas palavras.

- Ela me alertava, dizia que algo estava vindo, pedia para eu me apressar.

-Para o que exatamente?

- Eu não me lembro... Era como se ela me conta-se o que iria acontecer... acho que era algo como: "O mundo terminará em sangue, sem raça, sem status, apenas sangue e brasa". Algo assim.

-Foi isso o que viu esta noite?- os olhos da deusa da morte se estreitaram, ela estava com um péssimo pressentimento, algo a dizia para se preocupar, Mas com o que exatamente?

-Não... o meu sonho, ele foi diferente, mas com a mesma vibe. Nesse o trono do meu pai brilhava com a luz de uma estrela, então ela se apagava, de repente o trono se acendia em chamas e do nada se partir ao meio.

-A voz falou algo com você?

-"O sol perderá seu brilho e a luz de uma estrela se apagará, então, quando a prata timbrilar o mundo perigo correrá, cuidado cuidado, dos mortos surgirá, o caos e a morte tentaram reinar. Partirá de vocês o percurso que a história tomará". Algo assim, não me lembro bem.

-Você disse, morte e caos?- um lampejo de medo passou pelos olhos azuis da feérica. Elain.

- Foi o que ela disse... por quê?

-Contou ao seu pai sobre esses sonhos?

-Sim, foi ele quem pediu para o tio Rhys me ajudar, mas não deu muito certo... por quê? Acha que devo me preocupar?

-Sonhos.- hesitou - Sonhos podem nos levar a muitos lugares Alec, eles podem nos aprisionar em nossos medos e usar isso para nos destruir de dentro para fora. Podem nos levar a um mundo diferente noite após noite. - suspirou - Mas podem nos levar a lugares que é nosso destino conhecer.

-O que quer dizer?

-O que estou tentando explicar é que sonhos diferentes podem ser um exercício da nossa imaginação, sonhos iguais podem ser uma mensagem, você pode saber o significado e apenas tem medo de estar certo quanto resposta... Por que não procura Gwyn ? Ela pode te ajudar.

-Acha que uma sacerdotisa pode ler meus sonhos?

-Os sonhos são seus, é responsabilidade sua desvenda-los, é parte de você. Está disposto a se expor assim? - Ele não diz nada, então ela se levanta, Nestha sabe que o sobrinho é tímido, sempre foi, não se sente confortável em se abrir para os outros, nesse departamento ele se parecia muito com Lucien, ambos preferiam sofrer calados se isso significa-se preocupar alguém. Não adiantaria nada preciona-lo.- E Gwyn não é mais uma sacerdotisa, não é mais a muito tempo... Mas ela ainda é uma devota, devotas costumam ser proativas e sociais, ela pode ajudar você. No seu lugar, eu iria.

A Archeron fecha a porta e segue em direção ao corredor, deixando para trás um Alec calado e atortuado,um Alec que só queria ser normal, mas mal sabia ele que seu destino foi traçado antes mesmo dele sequer pensar em existir, e ele seria cobrado.Só a mãe sabe como de normal seu destino não tem nada.

E que o caldeirão ajude a todos os que estiverem vivos para ver isso 

Hey galerinha, como vai a vida? Gente as aulas estão chegando e eu não sei o que fazer, Enem, escola, escrita, tudo uma loucura. Mas e ai? O que acham que vai acontecer? Perceberam algo ai? Alguma pontinha se conectando a grande teia do destino que concta o passado, presente e o futuro?

Atente-se aos detalhes.

Corte da IrmandadeOnde histórias criam vida. Descubra agora