01 - Perdas.

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Oi gente! 

Sou eu de novo, com mais um nova estória, espero que gostem do fundo do coração.

boa leitura!


...


O relógio marcava 12:30h na cidade de Águas Claras, interior de São Paulo. Uma jovem adolescente voltava da escola para casa, no momento a moça só conseguia pensar em como ajudaria a sua mãe com a renda de casa, pois sua progenitora era empregada doméstica e o que ganhava mal dava para se sustentarem, seu pai pouco ajudava com suas despesas, foi decretado pela justiça que ele pagaria pensão, mas desde então nunca honrou com as parcelas devidas e mãe da jovem moça não tinha mais forças para lutar contra isso, então ela se virava como podia.

Essa jovem se chamava Arlete, com 16 anos, tinha grandes sonhos e projetos de vida, mas no momento tentava sobreviver da melhor forma possível. Sua casa ficava em um povoado humilde afastada da cidade, para ir a escola contava com ônibus municipal, se ela se atrasasse teria que tirar do próprio bolso para se conduzir, foi o que aconteceu naquele momento. Ficou mais tarde na escola fazendo uma avaliação e acabou perdendo o transporte, então teve que voltar para casa a pé.

Nem falaria nada a sua mãe, a mesma não podia ficar passando por preocupações, tinha a saúde frágil e qualquer coisinha se alterava. Entrou dentro de casa, jogando a mochila no sofá e tirando os sapatos.

"Mãe, cheguei!" chamou a menina, entrando em seu quarto para tirar a farda do colégio e almoçar. "Mãe... tô morta de fome"

Assim que Arlete entrou na cozinha ela não viu sua mãe sentada na mesa colocando o almoço ou cozinhando na boca do fogão e sim desmaiada no chão, a panela da comida estava esparramada ao seu lado.

"Mãe!" Gritou a jovem pelo susto, arregalando os olhos e se ajoelhando perante ao corpo frio que se encontrava no chão, ela sacudiu o ombro da mãe e percebeu que ela estava gelada, passou em sua cabeça não fazer aquilo, mas não teve escolha, levou os dedos até o pulso de sua progenitora e percebeu que a mesma estava morta.

Os olhos castanhos de Arlete se encheram de água e sua garganta deu um nó, nunca imaginaria que chegaria em casa e encontraria sua mãe morta, sem saber o que fazer a menina ficou sentada, pensando e esperando que por um milagre, mas isso nada aconteceu.

Depois de pensar muito, ela levantou e chamou a ambulância. Quando os paramédicos chegaram, foi constatado a morte da senhora Carolina, mãe de Arlete. Os profissionais seguiram com todos os protocolos e depois levaram a menina à delegacia, por ser de menor precisava de um responsável legal agora que no caso seria seu pai.

Arlete amava seu pai, mas sua relação com ele era muito restrita, depois de ter saído de casa quando ela era criança, pouco o via, só nas festas comemorativas ou às vezes trocavam umas palavras por telefone. Ele morava na cidadezinha do interior e nunca fez questão de voltar ao povoado, trabalhava como vendedor de carros e tinha se ajeitado com uma mulher mais jovem que ele, Arlete tinha até uma irmãzinha de oito anos.

'Minha filha, eu sinto muito pela sua perda." Disse seu pai de forma carinhosa a abraçando, Arlete estava em choque, parecia tudo surreal para si." Carolina foi uma mulher muito especial para mim, vou sentir saudades também."

Entraram no carro calados e seguiram a viagem no chão de terra batido até a cidade, não conversaram sobre nada. Quando Rogério estacionou o carro na garagem de casa, sua atual mulher os esperava com sua filha ao lado.

"Arlete querida, sinto muito". disse a mulher com uma falsa cara de tristeza. A jovem assentiu com a cabeça e se abaixou para abraçar a irmãzinha.

The Whole Truth -  GiangelOnde histórias criam vida. Descubra agora