Lips on You

Capítulo 5

Montanhas Omaha
13h40

Any Gabrielly (Pov)

Não sinto nada. Será que morri? Tá gelado aqui, muito gelado. Estou sonhando, só pode! Estou pensando, mas meu corpo não me obedece. Se isso for um sonho quero acordar logo. Senti meus dedinhos mexendo, depois minha perna, minha cabeça tá pesada e encostada, ai meu Deus...

Com a cabeça doendo levanto tremendo, lembrei que estamos na neve no meio de um desastre e tá congelando! Noah está meio que em cima de mim, e me lembrei que ele me arrastou pra isso ! Como ele pôde?? Eu disse que era imprudente e perigoso! Que não deveríamos... tremendo, sou interrompida em meus pensamentos.

Noah - Any... tá acordada? Tá me ouvindo? (Noah fala tremendo aguarrado em mim enquanto eu tento abrir os meus olhos e olhar a situação, péssima aliás!).

— Eu não consigo mexer muito Noah. Estou com frio... e medo. (Falo congelando...)

Noah - Shiiiiu... se poupe um pouco... (ele fala, mas ainda assim me protegendo).

— Noah... como iremos sair ? Tem muito neve em cima! (Ele me olha apreensivo e perdido) — eu falei ! FALEI ! (Falo exasperada) — Você saiu me puxando... olha onde viemos parar? Como vamos sair daqui Noah? (Falo nervosa e querendo chorar).

Noah - Any calma, eu vou dar um jeito, tenta ficar calma...(interrompo ele).

— CA..CALMA? (Me exaspero um pouco mais) calma Noah? O que vamos fazer? ... (o silêncio paira no ar) — Isso é culpa sua! (Noah tenta se mexer e fica tremendo mais e não diz nada) — a gente saindo daqui não quero mais o.. olhar na s.. sua cara!

Noah Urrea (Pov)

Ouvir Any reclamando não estava ajudando, eu estava irritado, congelando, com fome, me sentindo culpado e nem contei a ela, mas já estamos há 5 horas aqui... é! Por incrível que parece meu relógio funciona.

— A.. Any, fic.. fica quieta! Deixa eu pensar!!! (Digo irritado, tremulo e ela fecha os olhos).

Any - Ai meu Deus nós vamos morrer! Nós vamos mo..morrer NOAH? (Meio que grita em meu ouvido).

— Ninguém vai morrer aqui! Tenha calma! Deixa eu pensar...

Any - Há quanto tempo estamos aqui? Noah e se ninguém vier...

Interrompo ela mais uma vez...

— Me escuta! (Olho nos olhos dela) — Nós vamos sair dessa precisamos ficar juntos e o mais aquecidos com o corpo do outro ok? Com certeza sabem que houve avalanche e não era somente nós nessa área, com certeza mandarão ajuda.

Any - Espero que você esteja certo porque se eu morrer eu te MATO Noah Urrea! Minha cabeça tá doendo — Ai! (Tenta por a mão onde lateja) — Mal momento que fui confiar em você! (Ela diz toda estressada e gaguejando de frio) — eu to morrendo...

Dessa vez eu não aguento e calo a boca dela com um beijo.

Os lábios dela aquecem o meu corpo e meu coração; na situação atual não era pra estarmos nos beijando assim, mas além de ela estar me irritando, eu quero aquecê-la e também já queria desde ontem provar o sabor dela e que sabor! Aprofundo o beijo com a lígua dentro dela e ela me dá passagem, ela se agarra mais em mim e eu não faço diferente. Parece uma eternidade nosso beijo.

Any - AH ! Seu tarado! Aproveitador! Estamos em um desastre NO MEIO DA NE .. NEVE.. e você... você... (Ela perde as palavras e vejo ela olhando pra minha boca e a corto).

—.. desculpe por isso. E por nos meter nessa Any... aam... prometo que sairemos daqui...

Falo e me agarro nela. Ela resiste um pouco e fico me forçando a ficar alerta e com todas as minhas forças pensando o mais positivo de que alguém virá mesmo nos buscar.

5 horas mais tarde...

Guarda florestal - AQUI, achei duas pessoas! Por aqui gente !

— Any (sussurro com dificuldade) — aco.. acorda...

Eu ouvi vozes, chamei ela e a mesma não acordava e me preocupei, beijei seu rosto e quando vi estavam nos resgatando, daquele desastre congelante...

Hospital Central, Omaha.
23:09.

Chegamos ao hospital e fomos atentidos. Alguns seguranças do local de esquí nos fizeram perguntas, a polícia também, mas eu não estava com cabeça pra nada daquilo. A única coisa que se passava na minha mente era que Any nunca mais ia querer falar comigo. E ela tinha toda razão.

Ela estava ao meu lado e nem olhava na minha cara, quando Sabina e Pepe chegaram desesperados perto de nós.

Sabi - Ah Díos! Eu estava preocupada com vocês. (Diz Sabina quase chorando e eu vi Pepe se aproximando de mim e abaixei minha cabeça).

Eu estava em uma cama e a Any na outra. Aparentemente eu estava melhor que Any. Ela estava um pouco mais ruim pelo fato de ter batido na árvore. Mas não sofreu nada grave. Graças à Deus. Os médicos já nos examinaram e estão fazendo uns últimos check ups para nos liberarem.

Pepe - Cara, o que rolou? Meu Deus. Você não tem noção de como eu e Sabina ficamos preocupados e pensamos o pior. (Ele fala me olhando esperando eu responder).

— Perdão. (Falei com um pouco de lágrima nos olhos e olhei, a Any estava com olhar de raiva pra mim.) — foi tudo culpa minha. Não deveríamos ter avançado pra aquela área. E agravou mais ... e... (pus a mão tapando o rosto).

Any - Noah queria ir aproveitar mais a parte íngrime e acabou me levando. Antes da avalanche vir eu me desgovernei e bati na árvore... o médico disse que se ficassemos mais tempo lá talvez ... (ela deixou uma lágrima cair). — ele disse que o que nos salvou foi termos aquecido um ao outro...(falou, mas com tom misturado de alivio, raiva e triste) — só quero voltar pro hotel e ir embora.

Sabi - Larina o importante é que não aconteceu nada pior. Vocês estão praticamente bem. E você Noah (me olhou muito séria e eu tive medo por uns segundos) — por mais que eu queira MATAR você, ainda bem que não aconteceu nada, mas depois vamos conversar muito sério! Que tipo de pessoa idiota faz isso?? Foi extremamente imprudente!!! (Ela fala, tentando ter calma, mas sei que ela quer me matar).

Pepe - Calma amor, vamos deixar eles descansarem um pouco ... hum?

O médico entrou. Sabi e Pepe foram pra fora do quarto. Eu e Any permanecemos em silêncio.

Médico - Bom, sr. Urrea e Sta. Soares, os últimos check ups estão bons... Sta. Soares se você sentir qualquer sintoma incomum durante os próximos dias procure voltar ao hospital ok? Deixarei a receita com os remédios e prescrições na recepção.

Any - Ok, dr. ! Obrigada.

Médico - Estão liberados. Já assinei a alta e a enfermeira irá acompanhá-los.

Pegamos nossas coisas, e Any saiu com a cara nada boa, andando na frente. E se eu tinha qualquer chance com ela, eu arruinei... acho que realmente ela nunca irá me perdoar...

Voltamos pro hotel e sabia que iria ser uma noite longa.