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Atualmente

FC

Estava passando a visão no morro com Cleitin e Luís quando vi uma movimentação numa casinha lá. Entramos no barzinho do Senhor Manuel e pedimos um litrão.

FC: quem são as minas com a Julia? -- tomei um gole e tava geladinho e voltei minha visão as garotas tirando várias malas e móveis do caminhão

Luís: as novas moradas, são amigas da tua melhor amiga -- gargalhou e eu só fiz foi revirar os olhos.

FC: tenho cara de Psiquiatria pra gostar de gente doida é? Essa Julia é piradinha da cabeça e adora atentar o meu juízo -- balancei a cabeça negando enquanto Luís ainda ria.

Cleitin: o Tio me vê duas coxinhas aí e põe na conta do patrão -- já olhei rápido pra ele -- tô brincando calma -- riu sem graça mas eu nem rendi pra esse doido caloteiro.

Fiquei ali um bom tempo observando a menina dos cabelos cacheados, ela é muito linda, não vou negar.
Assim que a garota virou, e viu que eu estava olhando ficou me encarando mas depois deu as costas e entrou na casa com as doidas gritando igual galinhas

Luís: se liga mano -- me cutucou fazendo eu olhar pra outra esquinar e ver a rapaziada da Maré subir.

FC: qual foi meus parceiros -- cumprimentei MT e LC os donos de lá e para os vapor deles só uma olhada mesmo não rendo pra qualquer bostinha. -- tá rolando o que ?

MT: melhor a gente ir conversar lá na boca -- concordei já chamei a rapizada e subimos na moto indo.

Assim que chegamos lá ele se acomodaram e eu acendi um finin

LC: papo sério mesmo cara, os cana ta querendo invadir o alemão e tu sabe como o desgraçado é teimoso e não pede ajuda, por isso nós tá aqui pra vê se tu pode fortalecer nossa tropa.

Eu concordei sem pensar duas vezes, esses cara sempre me ajudaram quando precisei e não seria eu que viraria a cara, ainda mais o teimoso do Alemão.

MT: vamos precisar que você mande alguem pra fazer um rolezin na praia aqui perto só pra ver a movimentação ta ligado -- concordei.

Depois de um bom papo pra resolver os esquemas eu fui pra minha casa não queria mas também não podia parecer que não superei a porra da morte da mulher e do filho.

Assim que abrir a porta dou de cara com tudo apagado, bagunçado, uma parte da casa estava queimada uma pena pois não era nem pra ficar de pé esse barraco, olhei pro lado e vi uma garrafa de Vodka na estante, passei por ela e catei bebendo no gargalo mesmo.

Entrei no quarto que era pra ser do Pedro, meu filho e fiquei parado olhando cada detalhe, porta retrato, urso e seu berço, sentei no chão e de uma vez bebi todo o resto de álcool que tinha naquela bosta de garrafa e comecei a chorar. Puta que pariu que porra de vida desgraçada que eu tenho, sou um fudido mesmo.

{...}

FC: que porra eu apaguei -- tentei levantar sentindo a cabeça pesar, puxei o celular e vi que já era de noite. Escutei o radinho apitar e atendi -- manda o papo -- falei sem vontade.

Cebola: coé chefe, é o cebola -- revirei os olhos

FC: eu sei seu animal, tu é o único que apita 4 vezes essa porra -- falei sem paciência.

Cebola: o Luís quer saber quem tu vai mandar na praia. -- bufei, tinha esquecido dessa merda.

FC: fala pra ele que eu mesmo vou -- levantei com dificuldade do chão.

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