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Busan, outubro de 1681

O movimento estava tranquilo. Jimin passou pelas portas da mansão e correu os olhos pelo salão, o cheiro de bebida e charuto era forte. Vários homens, a maioria casados, que via durante o trabalho no parlamento agora se divertiam com as mulheres da casa. Pelo visto, ele era um dos poucos fiéis que existiam nessa época.

Andou lento pelo corredor e observava através das colunas tentando encontrar a cabeleira ondulada de seu irmão. Depois de alguns passos, o avistou em uma das últimas mesas, perto da sacada. Não precisou pensar muito para saber que Taehyung estava com ela, Rose. Ele desenvolveu um desejo pela mulher que seu pai muitas vezes teve que intervir em problemas que ele arranjava por causa dela. Ele a mantinha como uma exclusiva na casa, e ela, não perdendo tempo, se aproveitava da ingenuidade de Kim. Assim que Jimin ousou ir até o casal, uma mão tocou seu peito. Ele olhou assustado para a dona dela.

─ Mina?

Jimin não a via há tempos desde que dispensou os serviços da casa. Ela estava com o cabelo preso em um coque, um vestido de ombro totalmente aberto e o costumeiro batom vermelho sangue em seus lábios grossos.

─ Jimin!

Quando percebeu, ela já estava o abraçando com ardor. Ele não retribuiu o gesto, mas não sabia como afastá-la sem causar um certo alvoroço, e isso era o que ele mais queria evitar. Susan não poderia nem sonhar que esteve aqui, mesmo se fosse para buscar Taehyung.

─ Mina, por favor...

Ela levantou o rosto com seus olhos iluminados e depositou curtos selares em seu pescoço.

─ Eu senti sua falta... veio me ver?

Jimin segurou seus braços e colocou espaço entre eles. Ela tentou se aproximar outra vez, mas ele não permitiu.

─ Mina, não faça isso. Eu não vim atrás de você.

Ficou quieta e ele soltou-a devagar.

─ Eu sei que você veio atrás dele, mas... ─ Mina empurrou Jimin de encontro a coluna e aproximou os lábios do seu ouvido alisando seu peito. ─ Acredito que poderíamos matar as saudades.

Ela o encarou sedutora, um dia isso influenciou ele, mas não mais.

─ Mina, não!

Empurrou a mulher e afastou-se para ir atrás dele. Por um momento, sentiu uma ardência parecida com um corte em seu pescoço como se algo tivesse rasgado ali, mas não ligou. Atravessou o salão e assim que chegou à mesa, Taehyung o encarou. Rose apenas se levantou ao dar uma desculpa para ir atrás de mais vinho e os deixou a sós. A mesa era mais afastada das outras, então teriam um pingo de privacidade.

─ Como você faz isso?

Seu olhar despreocupado só deixava Jimin ainda com mais raiva. Como uma pessoa com essa idade agia tão infantilmente? Pensou.

─ Fiz o quê? Que eu saiba, não estou em nenhum lugar desconhecido. Ele sabe disso.

Se referia ao duque, ele sabia que Jimin só estava ali por causa dele e que isso era um assunto desconhecido para sua mãe.

─ Não seja ridículo, nossa mãe está morrendo de preocupação e você... está aqui.

─ Eu não sou criança há muito tempo, não preciso de babá para ficar vindo me buscar. Quando eu quiser, eu vou.

Disse e depois virou o copo cheio com conhaque, sem controle algum.

─ E você pensa que Rose irá deixar? Quando deixará de ser trouxa? Não pense que quando se cas-

DUQUESA • pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora