A mentira está em meu sangue - Peter Parker

IV - A ausência da serpente

(Capítulo não revisado, perdão por qualquer erro de digitação)

Need adorava Viper.

A princípio, Peter não entendeu o porquê Need parecia tão encantado com absolutamente tudo que Viper fazia, então um dia ele apareceu com sua cobra no apartamento de Peter e de alguma forma convenceu Need a deixá-lo ficar com a cobra em seu colo. Need ficou apavorado nos primeiros cinco minutos com a cobra verde enrolada em seu colo, mas então Viper o incentivou a tocar em Basilisco, com um sorriso tão confiante que Peter viu o segundo em que a coragem piscou dentro dos olhos de Need.

Viper tinha esse efeito nas pessoas.

May também gostava muito dele, embora, no começo, antes de Viper começar a frequentar o apartamento como se ele morasse lá há anos, ela o considerasse um delinquente. Algo sobre as histórias de Viper, as fotos que ele carregou em seu bolso certa vez e mostrou para May, contando a história de cada lugar do mundo que já havia morado, conquistou May.

– Onde está Viper? – Foi a primeira coisa que May disse ao desviar os olhos da televisão, olhando por cima do ombro de Peter como se fosse encontrar Viper, apesar dele ser alguns centímetros mais alto que Peter.

A essa altura, Peter começava a ficar frustrado por todos – incluindo ele, mesmo que secretamente – quererem Viper por perto. Não era justo na verdade que Viper não fosse o cretino e o babaca que todos esperavam, porque se ele não era todas as coisas ruins que as pessoas supõem sobre ele, então significava que ele era uma pessoa boa. Era mais fácil quando Viper parecia um idiota, principalmente porque Peter podia se convencer de que não queria tê-lo por perto, como um amigo.

Além da frustração por Viper ter reivindicado um lugar tão facilmente na vida e no apartamento de Peter, como se tivesse algum direito sobre tudo isso, Peter também estava frustrado por Viper ter desaparecido há dois dias. Ele simplesmente sumiu, não apareceu mais no apartamento de Peter, não se sentou mais no corredor e sorriu provocativamente para Peter. Não era justo. Não era como se ele pudesse conquistar um lugar na vida de Peter e depois simplesmente desaparecer.

– Ele não precisa estar sempre comigo, May.

A intenção de Peter não era soar ríspido, mas Need também havia feito a mesma pergunta quando voltavam para casa. Aparentemente ele também esperava que Viper estivesse espreitando por alguma rua e trombasse com eles como aconteceu na última semana, quando Viper os encontrou na volta do colégio todos os dias. Ele disse que era uma coincidência, porém Peter não acreditou nisso, embora tenha aceitado com facilidade a mentira.

May olhou surpresa para Peter, parecendo querer entender da onde veio a frustração dele.

Com um suspiro cansado, Peter retirou a mochila das costas e arrastou os pés até o sofá, antes de se jogar nele.

– Vocês brigaram? – May perguntou, cuidadosamente, como se estivesse explorando um campo minado.

Lentamente, ela colocou um travesseiro no colo e deitou a cabeça de Peter, passando os dedos pelas mechas de seu cabelo. Ele poderia adormecer assim se não estivesse com tanta raiva.

A verdade era que teria sido mais fácil se eles estivessem brigado, Peter realmente esperava que em algum momento eles brigassem porque Viper não era a pessoa mais fácil com quem se conviver. Exceto que Viper nunca ultrapassa uma brincadeira, nunca leva nada longe demais, o que era irritante e docemente gentil da parte dele. E

– Não, ele só... Sumiu. – Peter suspirou, fechando os olhos.

– Você já foi no apartamento dele?

Peter abriu os olhos e olhou para May.

– Na verdade, não.

Não que a ideia não tivesse cruzado a sua mente. Peter estaria mentindo se dissesse que não pensou nisso ao menos três no dia desde que Viper desapareceu, mas ele sabia que se aparecesse e Viper simplesmente estivesse brincando com ele, o esperando como se soubesse que Peter enlouqueceria com a sua ausência, então Peter precisaria ouvir por semanas piadas sobre isso. Ele não queria dar essa satisfação a Viper.