Viagem de ida

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Cesar estava de pé em meio a areia do que parecia ser um deserto, procurava por algum tipo de sinal de vida ou algum canto sem areia, mas o deserto parecia sem fim. Ele estava assustado, com medo, parecia estar sozinho, sem ninguém. Ele odiava estar só, desde pequeno. Não sabendo o que fazer, apenas começou a andar em linha reta, esperando algum tipo de interação ou pelo menos se acalmar.

Parecia funcionar, começou a respirar e expirar e a botar seus pensamentos em ordem. Até que começou a gostar do clima ensolarado e caloroso, com os raios de sol repousando em sua pele clara e pálida, não era quente como um deserto de verdade, parecia mais um campo verde mesmo com toda aquela areia. Porém, seu momento não durou muito, alguma coisa começou a estremecer o chão, cortando todo o clima suave como vários passos de uma só vez indo em direção ao deserto.

Ele conseguiu ouvir de fundo uma voz bem familiar, quase como um sopro de uma forte e violenta ventania.

- Vamos menino! Pode ir brincar com os amiguinhos!- era Cristopher, e quase instantâneamente quando ele reconheceu seu pai, percebeu que estava em uma caixa de areia num parquinho, e que estava muito novo, com o que aparentava ser 3 anos de idade, mas por algum motivo não conseguia controlar seu próprio corpo, podendo apenas observar toda a cena.

- Papai... Eu não quero ir...- falava com uma voz manhosa e chorona, como uma verdadeira criança com medo de outras crianças. O terremoto que ouvira mais cedo era na verdade pirralhos de todas as idades brincando, jogando bola, pulando corda, escalando o inescalável, enfim, coisas que crianças fazem.

- Vamos filho, olha que legal! Aquele menino tem um cabelão que nem o seu! Vai lá falar com ele!- Cris falava empurrando gentilmente as costas do menino em direção ao tal cabeludo, sentando-se num banco ao lado de uma moça e logo depois beijando-a, aquela era a mãe de Cesar.

O mesmo, sem ter muitas opções do que poderia fazer, começou a andar lentamente para o certo menino com cabelo grande que seu pai tinha apontado. Ele mexia no seu cabelo, nas suas roupas, e no pequeno brinquedinho que carregava em uma das mãos, relutante em chegar mais perto das crianças que jogavam bola em seu trajeto com medo de levar uma bolada.

Em vão.

Por mais que ele tentasse ao máximo se afastar, sempre aparecia um jogador bem mais longe, e mostrava que o campo que eles estavam jogando era mais amplo. Cesar que já estava com medo agora estava desperado, já desistiu de falar com o menino e deu meia volta correndo para seus pais novamente, mas os meninos estavam o atrapalhando, esbarrava em um, esbarrava em outro e em outro, e outro, até que agora estava sendo levado por um mar de crianças e já nem sabia mais a onde seus pais estavam.

Ele queria gritar, se espenear, pedir pelos pais em meio a prantos mas tudo que podia fazer era ficar lá com medo, paralizado no meio de tanta gente. Segurava seu brinquedo com força e quando menos esperava:

-POW!!

Foi atingido bem no seu traseiro por uma bola perdida, o fazendo cair na grama verde e passando uma grande vergonha por ter sido atingido bem naquele lugar.

Era um caos. Sua cabeça estava um caos. Ele não sabia se chorava de medo ou se ria de nervosismo, ele começou a se levantar com os olhos marejados e aterrorizados por estar em meio de tanta gente mas estar sozinho de qualquer forma.

Isso até uma mão amiga se extender.

Isso até uma mão amiga se extender

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