Jason ainda estava com medo de abrir os olhos. A última explosão foi perto demais, se tivesse que morrer, que fosse sem enxergar o próprio corpo sendo impulsionado para os ares e se desintegrando em chamas.
A maior ironia do destino foi fazer que ele conseguisse encontrar um mínimo conforto na pistola que pressionava contra seu peito, como se isso fosse a única coisa que precisava para salvar sua vida. É, e talvez fosse mesmo, no nível em que podia matá - lo. A ideia de ter uma arma com única salvação lhe fazia ter um ódio crescente no coração.
- Não era para os coisas serem assim.
Repetia para si mesmo mentalmente e constantemente. Sua frustração por tudo estar acontecendo exatamente da maneira como menos desejou que acontecesse quase o fez grita de raiva, mas isso o mataria mais rápido. E Jason não queria morrer.
- Não ainda.
Tinha medo do que ocasionaria seu último suspiro.
O coração acelerado diminuiu um pouquinho as batidas de pavor . Já se passara um minuto e nada de uma quarta explosão mais próxima, que provavelmente o lançaria direito para o caixão — isso se encontrassem todos os seus membros inteiros.
Talvez eles achem que não há mais nenhum sobrevivente, tentava se acalmar. A esperança nunca foi seu ponto forte, mas não custava nada mantê-la por um tempinho, quem sabe nos seus últimos minutos de vida. Talvez na haja mais nenhuma bomba para explodir , acabou tudo , as munições, as armas. Ou todos morreram...
O silêncio era mortal, Jason sentia o cheiro do sangue com mistura de pólvora.Os corpos ainda estavam queimando e exalando um fedor insuportável. Quase chorou, seus olhos tremeram, a mão com a pistola também . Não queria morrer, mais, se fosse para viver nessas condições, do que adiantaria? Todos os outros já deveriam estar mortos também.
— Mas eu sou diferente - concluiu seu pensamento - Não tenho nada a ver com eles.
Apertou o cabo da sua arma e soltou a respiração devagar, qualquer ruído vindo de qualquer coisa viva ativaria o exército inimigo. Eles eram fortes demais, em maior quantidade, Jason perto deles era somente uma poeira. Eles eram muito mais inteligentes.
Pensando assim, por que ainda não haviam notado explodindo o garoto fizeram com as outras crianças? Seria Jason a exceção? Queria deixar um vivo para contar história? Mas para quem? Não haveria ouvintes no futuro. talvez nem houvesse futuro.
— Victor, Richard, Júlio - repetiu mentalmente o nome dos seus antigos colegas de quarto e equipe — Se ainda estiverem vivos, quem sabe valha a pena um esforço. Não serei o último.
E, com essa dose de esperança e ânimo, Jason fez a única coisa que poderia salvar o seu futuro naquele momento: ficou quieto.______________________________________
Espero que curtem o livro.Não se esqueçam de comentar e da estrela 🌟 ✍️
Autora do livro : Beatriz Rodrigues .
Também lembrando que eu alterei os nomes dos personagens .
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Não Chame O Resgate - Uma Releitura do meu livro favorito (NÃO CHAME O RESGATE)
Teen FictionEsse livro é uma Releitura do livro "não chame o resgate" de uma escritora paraense (jovem) que faz faculdade na UFPA ( Universidade Federal Paraense) . Eu vou alterar os nomes dos personagens por causa dos direitos autorais , tá bom . todos os cré...