Eu nunca pensei em ter filhos. Não que eu recusasse totalmente a ideia, eu simplesmente não pensava a respeito porque eu nunca tive um relacionamento duradouro ou que eu quisesse mais. Mas ao conhecer a Gabi, eu quis mais. Eu comecei a sentir coisas que nunca tinha sentido, então eu desejei ficar com ela pra sempre, ter filhos, formar uma família. Aquela mulher que estava deitada naquela cama de hospital era o meu milagre, pois mudara a minha vida pra algo tão bom que eu nunca fui capaz de imaginar.E agora ela me daria um filho. Um pedacinho meu crescia no ventre da minha mulher, da mulher que eu tanto amo.
Vê-la desmaiada naquele banheiro, no sangue, me fez morrer um pouco e ali, naquele instante, eu percebi que não conseguiria mais viver sem ela.
- Filho? - aquela simples palavra vinda da voz de um homem fez meu corpo ficar em alerta. Era o pai de Gabi, não era nenhum homem interesseiro como meu próprio pai, fiz questão de me lembrar.
-Sr. Durand. -respondo e vejo um leve sorriso, talvez pela fornalidade em minha voz.
- Eu e os meninos já estamos indo, já que a Gabi está bem. -assinto. - a mãe e a amiga vão ficar um pouco mais. -assinto mais uma vez. -Estaremos na casa do Michel aqui mesmo em Nova York. Qualquer coisa me ligue.
-Sim, senhor.
Ele sorriu novamente e, sem que eu esperasse, me abraçou. Num primeiro momento, não tive reação nenhuma, mas depois retribuí, mesmo sem jeito.
- Fico feliz por minha filha ter encontrado alguém como você.
-Eu amo a sua filha. - seu sorriso expandiu.
-Eu sei. E sei que vai cuidar dela.
-Com a minha vida.
Ele assente e se vira pra ir. Os irmãos de Gabi fazem um menear de cabeça e Ollie, a sobrinha me abraça e dá um beijo em meu rosto.
-Tchau, tio Aaron. -eu sorrio achando-a fofa.
-Tchau, lindinha.
Eles se vão e eu me dirijo à porta do quarto em que minha mulher está com a mãe e a amiga, mas antes que eu possa abrir, ouço:
- Filho? - dessa vez não é o pai de Gabi. É a voz da minha mãe e é uma voz fria e imponente.
Eu me viro pra dar de cara com olhos igualmente frios e imponentes. Minha irmã está com ela.
-Olá, mãe. - falo, cansado, sem o mínimo humor pra um embate.- Malika. - cumprimento minha irmã e ela me dá um olhar como se estivesse me pedindo desculpa.
-Posso ver minha cunhada? Ou ela está descansando?- meneio em negativa.
-Pode entrar, Gabi está com a mãe e uma amiga.
Ela me olha novamente com um olhar suplicante de desculpa e entra. Volto a encarar minha mãe. Estava realmente cansado.
-Sua irmã me contou. - sua voz é cortante.
-Imaginei. -tento não soar irônico, mas não consigo.
- Eu avisei, Aaron. - fecho os olhos com força e solto o ar tentando me controlar.- Você conhece essa moça há quanto tempo e ela já está grávida? - a pergunta é retórica e também não faço a mínima questão de responder. -Eu disse a você: ela é uma interesseira. Mas você fez questão de não me escutar.
- Pare, mãe. -falo contido por estar no corredor de um hospital. -Eu não quero brigar com a senhora, nós estamos num hospital, eu estou cansado. A mulher que eu amo está grávida e quase perdeu o meu bebê .
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Preconceitos (em ANDAMENTO)
RomanceTrês histórias de preconceitos que serão vencidas pelo amor.