Um aperto de mão um tanto quanto peculiar foi feito entre Jungkook e seu amigo advogado de anel com símbolo de esquadro e compasso, marcando o fim de um problema. Katherine esperou um pouco distante, pois de acordo com sua percepção, ambos falavam de dinheiro quando a mesma saiu do banheiro da delegacia e esfregou as mãos úmidas no vestido longo, fuzilando com os olhos estreitados a bendita da vizinha saindo com um galo enorme na cabeça por um outro acesso da delegacia — liberada tal qual a mãe de Taehyung — e, claro, na companhia do marido que saía ileso.
Bem que Taehyung um dia lhe disse que o marido dos outros não era presente de Deus, pois lá estava o sujeito, saindo liso. Traste. Não poderia mesmo ser um presente! Provavelmente o casal só chegaria em casa, ele se desculparia e rezariam juntos, tudo julgado como fruto de como uma provação passada no matrimônio. E lá foi a chifruda, com as galhas tão grandes que já não passavam nem mesmo pela porta do xilindró sem ter que se abaixar.
Jungkook — o gado mais gado — enfiou as mãos no bolso nas laterais da calça e caminhou até Katherine. A senhora de meia idade então ajeitou a bolsa em um dos ombros e o acompanhou para saírem daquele lugar inóspito onde dividiam espaço com pessoas que cometiam diversas atrocidades. Ele foi gentil e abriu a porta para a mãe do carismático e divertido cara no qual estava interessado. Vinham caminhando no caminho de pedras entre a grama de frente à delegacia. Katherine olhou para trás e deu um grande suspiro, pesadamente, voltando a olhar unicamente para a frente, onde o carro do amigo de seu filho estava estacionado. Namjoon e Taehyung estavam lá dentro, os esperando, mas Katherine não o conhecia, não o viu em momento algum, só reconheceu o filho aparecendo distante na janela de trás.
Estava aliviada de ter dado o fora daquele lugar, mas, agora lhe pesava a consciência de ter descido tanto o nível, perdendo a cabeça quando sentiu o tom de desdém sobre o seu filho e acarretado em toda essa situação.
Ser chamada de amante era "fichinha" e não deixava de ser verdade. Mas deboches para cima de seu filho? Aí não.
— Tem certeza que está tudo bem, dona Kim? — o Jeon se certificou.
Ela limpou a garganta.
— Está... Está sim. Peço desculpas pela deselegância e agradeço os esforços com o advogado, fiança, motorista e tudo. Um rapaz de ouro — elogiou-o —, mas eu não tenho a mesma classe, viro uma leoa quando mexem com meus filhos. Podem me chamar de tudo, tudo, mas com eles o sangue ferve! Ah mas se eu perceber que tem um tom de deboche sobre o que o Jinnie ou o Tae fazem da vida pessoal deles... Não tem quem segure essa mãe aqui!
— Compreensível... Não há elegância nessas horas, não é mesmo?
— Nenhuma. E com certeza irei levar uma boa conversa com o meu filho e ouvir da boca dele.
— C-claro — Jungkook engoliu em seco e abaixou a cabeça, fitando os calçados ao caminhar.
Infelizmente, não estava ao seu alcance mediar nada, não era um assunto propriamente seu, embora ter sido apontado como um tal moreno misterioso de nheco-nheco por aí com Taehyung.
Pensou um pouco em como as coisas poderiam tomar uma acentuação complexa nos próximos dias, mas, pelo o que conheceu sobre a família de Taehyung, eram afetuosos, unidos e tentavam entender uns aos outros. Katherine não tinha cara de quem o condenaria por algo, isso se notava já no apreço ao falar do filho com tanto carinho, mas, o Jeon era bem adepto à lógica de se preparar para tudo. Cogitar um "vai que" era importante.
Kim Katherine deu a volta no carro e Jungkook parou bem de frente ao automóvel, sem adentrar. Taehyung então da janela perguntou:
— Não vem?
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Ofertão 1,99 [taekook]
FanfictionA personificação do fuzuê, Kim Taehyung. Este era o nome daquele que já moveu o céu e a terra por uma esticadinha no horário de almoço. Era conhecido por aí como o tal tigre do calçadão, já que trabalhava o turno inteiro trajado por uma fantasia rid...