ENTRE AMORES E ALGEMAS

Encontros e Desencontros

Não que a vida de Victória fosse agitada, ex modelo dona de um patrimônio bilionário esposa de um advogado de sucesso superficialmente feliz pras pessoas que não lhe conhecia. Antes de casar passou uma boa temporada em Milão onde aprendeu tudo sobre moda, em seus tempos áureos já foi a mulher mais bem paga nas passarelas, seu corpo e rosto perfeito estampava de revistas a comerciais de tv. Mas com seus vinte anos conheceu o homem que seria seu grande amor e nada apoiador dos projetos futuros, filho de um grande político Osvaldo conheceu Victória por um empurrãozinho do pai que queria seu filho bem casado e com uma fortuna garantida, montou um escritório e começou a ganhar rios de dinheiro e montou seu próprio império.

Mas a grande questão da vida de Victória era onde os dias de glória tinham ficado, hoje tinha uns quilos a mais, algumas rugas e não andava mais toda arrumada, era uma dona de casa e mulher de Osvaldo Villa Real, vinte anos e nunca tocaram no assunto filhos, o marido lhe deixou proibido terminantemente dela engravidar nos dez primeiros anos de casamento, depois que passou vinte ela já tinha perdido a esperança.

Era segunda e como sempre depois de arrumar a casa depois de uma reunião de amigos do marido ela estava exausta e tomou um banho colocando suas pantufas e um pijama de algodão, pegou uma taça de vinho cheia e foi até a sala dando de cara com sua irmã mais nova, fruto do segundo casamento do pai e quem tomava conta dos negócios da família.

- Nossa eu vim te convidar pra uma bebida e você já tá começando sem mim maninha? _ levantou o copo de uísque puro num brinde a distância.

- Fernanda, você está na minha casa as oito da manhã numa segunda feira toda descontraída bebendo o bourbon do meu esposo e me convidando pra beber, algo de sério tem pra me contar _ deixou a taça de lado e cruzou os braços.

- Bom papai soube que Osvaldo demitiu o último motorista porque gostava de beber e dirigir e só levava você de carro _ levantou e arrumou a manga do terninho se preparando pra dar a próxima notícia.

- Papai não dá ponto sem nó Nanda, o que ele aprontou dessa vez? _ esperava algo absurdo e protetor do pai _ um motorista novo?

- Sim e não _ suspirou lembrando das palavras do pai e o que aquilo ia causar na irmã _ sabe que ele odeia os clientes corruptos do seu marido e se preocupa com sua segurança, é por isso que não é só um motorista, mas um segurança, é um dois em um.

- Como!? _ começou a andar de um lado pro outro nervosa _ como ele foi capaz disso?

- Olha você pode conversar com nosso pai hoje no almoço, talvez ele mude de ideia _ tentou remediar.

Descendo as escadas Osvaldo não ligou por está só de cueca, achava a cunhada gostosa, ainda mais quando a esposa estava de pijama e descabelada.

- Cunhadinha bom dia _ abraçou a cintura dela e a beijou bem na bochecha _ eu senti sua falta ontem, não veio porque?

- Não é da sua conta Osvaldo _ saiu de perto dele _ Vick eu te espero no almoço ok?

- Sim...sim _ disse apressada e logo olhou o esposo _ vai comigo ver meu pai?

- Não querida, apesar de ter recebido um email dele falando que iria contratar um bom motorista _ pegou o copo de uísque e bebeu o que restava _ aproveita sua besta, quem vai pagar é o velho.

- Você é um insensível não se preocupa mais com sua esposa _ falou incomodada com a situação em geral.

- Olha como você está, nem se preocupa por si mesma e a sua aparência, acha que eu tenho que ser o único preocupado? _ nem olhou ela direito passou direto pra cozinha e foi tomar seu desejum.

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Do outro lado da cidade Leo saia de casa em direção ao novo trabalho, era segurança particular há pouco tempo, acabará de se aposentar das forças especiais da polícia e precisava de outra renda de adrenalina, pegou alguns serviços mais leves e agora tinha pego o mais difícil, ser motorista e segurança de uma mulher de mais de quarenta socialite e casada com um magnata, hoje iria conhecer ela e começar o trabalho.
Entrou no prédio que pertence a família Sandoval e estacionou numa vaga qualquer saiu do carro e ao olhar pro lado viu uma mulher com problemas pra estacionar seu veículo um pouco grande pra ela, correu e bateu em sua janela.