Capítulo 41 - Cassiely

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Assim que nos recompomos da ligação com Alex e da corrida, Laura pegou o apito para chamar a Sra. O'Leary e deixou ele cair no chão, dando um gritinho em seguida.

Cas: o que foi doida?
Laura: essa merda é gelada pra caramba!
Cas: só pode estar brincando né?

Peguei o apito do chão e quase o soltei também. Puta que pariu, essa merda é gelada pra caralho. Ignorei o gelo que parecia se espalhar pela minha mão por conta do apito e o assoprei, sentindo que meus lábios iriam congelar se eu ficasse muito tempo com aquilo na boca. Ele se espatifou pouco depois, fazendo um pequeno corte em meus dedos.

Cas: credo, parece que eu beijei um defunto
Kami: você já beijou um defunto para saber como é beijar um?
Cas: *reviro os olhos* é só um jeito de falar caramba. O bagulho é gelado pra cacete

Pouco depois a Sra. O'Leary apareceu olhando para os lados, como se procurasse por alguém a mais, mas desistiu quando notou que quem quer que seja que ela estava caçando não estava conosco. Ela deitou e subimos em suas costas, segurando com cuidado nos grossos e macios pelos dela.

Cas: consegue ir até Veneza, na Itália, em uma noite?
Laura: lata uma vez para sim e duas para não

Kami e eu olhamos para ela, tentando entender da onde Laura tirou aquilo e como ela esperava que um cachorro conseguisse entender algo assim. A Cão Infernal é inteligente, não nego, mas não deve ser tanto ao ponto de entender isso. Ela latiu duas vezes.

Laura: viu, deu certo! Enfim, você vai precisar fazer a viagem em dois dias? Lata uma vez para sim e duas para não

Ela latiu duas vezes.

Cas: três dias? Um latido é sim e dois são não

Sra. O'Leary latiu uma vez.

Cas: tudo bem, pode fazer a primeira viagem

Num momento estávamos na floresta e no seguinte viajávamos pelas sombras e paramos atrás de um condomínio com um alto muro. Pouco depois a Cão Infernal do meu irmão deitou no chão e adormeceu.

*******

Já era dia primeiro de Abril e eu estava esperando Alex ligar dizendo que a Kay não estava mentindo e que ela não era um anjo, mas nenhuma M.I. foi feita para nós. Estávamos em Veneza já (Sra. O'Leary sumiu assim que nos deixou ali) e não fazíamos ideia de quando as outras meninas chegariam, muito menos se já devíamos ir em busca das facas ou não.

Fomos, então, em busca de algum lugar barato para passar a ou as noites em que ficaríamos esperando pelas outras. Laura e Kami conversavam distraídas, mas eu estava com zero vontade de papo, estava pensando qual seria o motivo para Kaayra esconder a verdade da gente. Não fazia sentido para mim isso. Eu fui a única irmã do sexo feminino dela por um mês e pouco... Será que ela não confia em mim e por isso não contou a verdade? Não, não. Ela claramente confia em mim. Mas então por que não falou nada?

Encontramos um hotel para viajantes e Laura pegou um quarto para dividirmos, combinando com o atendente de que pagaria por cada noite que ficaríamos, já que não fazíamos ideia de quantas seriam ainda. Subimos pro quarto e deixamos nossas coisas num canto, Laura começou a fazer um feitiço de proteção ali, provavelmente para que não fossemos atacadas. Me sentei ao lado da minha bolsa

Laura: vamos esperar até às meninas virem para ir atrás das facas?
Kami: é a melhor opção, eu acho...
Cas: sim, é a melhor. Tenho o pressentimento de que precisaremos de Kaayra e Jafari para encontrar uma das facas...

Laura: por que tem essa sensação?
Cas: não sei. Se eu soubesse, eu diria que tenho certeza.
Laura: *mostro a língua* grossa

Laura terminou o feitiço depois disso e eu peguei a bolsa dela, pegando aquele mapa velho em seguida. No pedaço de papel antigo na minha mão, algumas "luzes" brilhavam em pontinhos com um nome escrito em cima. Havia quatro pontinhos no local em que estávamos agora, cada um com o nome do animal que a faca representa. Dois pontinhos estavam de cada lado de Veneza, um com o nome de Raposa e Cabra e, pelo mapa, não dava para saber se estavam na superfície ou na água. Tudo bem, a gente se vira depois.

Uma outra luz aparecia no meio do mar, do outro lado da Itália. Nela estava escrito Dragão, então quer dizer que já acharam a que estava perdida... O que também quer dizer que a Alex não estava brincando sobre aquilo de Kaayra ser um anjo, já que Cielo havia dito sobre uma tal Anjo do Mar ser nossa amiga. Percebi Kami olhando o mapa por cima do meu ombro.

Kami: elas já estão com a outra, pelo visto...
Laura: já? Então está aparecendo aí no mapinha do cadáver?
Cas: tá. Depois vamos dar todas as facas para a Kaayra?

Kami: Mesmo ela tendo mentido pra nós?
Laura: olha... Eu acho que é a decisão mais sábia. Não sabemos o que fazer com as facas, só sabemos que devemos ter elas.
Cas: e vice acha que ela sabe o que fazer?
Laura: minha intuição diz que sim

Queria muito poder gritar com a Laura por isso, mas minha intuição também concordava, principalmente agora. Querendo ou não, Kaayra era a melhor com facas de todas nós sete. E, com isso sobre ser um anjo e o que Cielo nos disse sobre quem fez as lâminas, Kaayra era a melhor para dizer quem ficaria com qual lâmina.

Cas: bom... Vamos esperar então, melhor irmos tomar banho, não acham? Quem vai primeiro?
Laura/Kami: eu vou! Ei! Eu falei primeiro! Não, eu que falei!

O brilho representando o dragão de repente sumiu. Que estranho... Ele estava ali até agora, por que sumiu agora? Será que ele, por ter desaparecido antes, tem essa habilidade de sumir do mapa e aparecer quando bem entender? Resolvi não me prender pensando nisso, não queria pensar nisso, precisava fazer Laura e Kamily pararem de brigar. Peguei três palitinhos de tamanhos diferentes.

Cas: parem de brigar vocês duas, vamos tirar no palitinho. Kami pega um *estendi a mão pra ela*
Kami: tá bom... *Pego um*

Kami não olhou o tamanho. Era combinado de não olhar o tamanho até todas terem o palitinho na mão. Laura pegou em seguida e então comparamos o tamanho deles. Graças aos deuses, eu peguei o maior. Kami pegou o de tamanho médio e Laura o menor. Lau ficou emburrada, enquanto Kamily mostrou a língua para ela, fiquei entre as duas antes que Laura resolvesse pular no pescoço da filha de Afrodite.

Cas: vou tomar banho. Nada de briga vocês duas.

E então peguei minha bolsa e fui para o banheiro do quarto. Eu precisava de um banho quente e relaxante, esquecer que Kaayra havia mentido para mim e, talvez, de um chá. A faca que Kaayra havia me emprestado estava no bolso lateral da minha bolsa e notei um vapor morno saindo dela, como se quisesse esquentar o ambiente. Não sei exatamente porque, mas liguei a torneira da banheira do quarto e deixei ela enchendo com a faca ao lado enquanto eu me preparava para tomar meu banho. Quando entrei, a água estava perfeitamente aquecida e confortável.

Fiquei ali por vários minutos até ouvir Kami batendo na porta do banheiro, quando finalmente me lavei de verdade. Ouvi Laura gritar sobre o Dragão ter mudado de um lado para o outro da Itália, como se alguma mágica houvesse feito aquilo. Que merda você fez, Kaayra!?

As Sete Pecadoras e o Deus do MarOnde histórias criam vida. Descubra agora