Após me tirarem da sala escura e acharem que eu estava ficando louco, ligaram para meus avós e pediram para que viessem até o colégio para conversarem com eles.
Eu fiquei bem tranquilo, pois meus avós são super de boas, mas eu fiquei incomodado, pois não é nada legal ouvir que seu filho ou neto é louco ou mentalmente desequilibrado.
Em seguida, Josef veio até mim e perguntou — Mano, é sério o que estão dizendo? Você viu algo bizarro na sala de botânica?
Eu não muito interessado em falar do assunto, pedi para que ele saísse de perto de mim, apenas disse que era uma criatura da minha cabeça.
Então eu me levantei e fui ao banheiro, mas antes passei no corredor, e os alunos cochichavam e riam—"Olha o louco aí", "abram caminho para o cara que vê amigos imaginários".
É muito desconfortável ser taxado como louco, isso às vezes me faz ter uma dúvida e se perguntar se devo temer mais o perseguidor ou as pessoas ao meu redor.
Então no banheiro, lavei meu rosto e fiquei um pouco mais calmo;
Ao sair, vi que meu avô estava sentado do lado de fora da diretoria.
Cheguei até ele e falei, oi vovô, estou aqui!
Com o jeito ranzinza dele, assim respondeu— Eu sei, você acha que eu não conheço o som do seu andar?
Meu avô perdeu a visão tem uns 8 anos, por conta de diabetes.
Ele tem costume de virar o rosto para poder focar na voz das pessoas e sempre que ele faz isso ele gosta de se manifestar— Esse diretor tem uma voz irritante, ainda bem que não preciso olhar na cara deste desgraçado.
Eu disse que ele perdeu a visão, mas não o senso de humor.
Indiferente agi, com a chegada do Théo, o aluno problema da escola, ele que gosta de coisas bizarras e sinistras.—Théo, não estou afim de falar com ninguém, por favor, me deixe em paz.
Ele tentando ser compreensível respondeu— Calma Michael, eu te entendo e acredito nas coisas que você viu, me conta tudo o que você viu.
Insistentemente, pedi para que ele me deixasse em paz!
Mas ele era persistente. —Deixa disso, me conta, quero conhecer seu lado obscuro.
Até que veio meu resgate;
—Théo, cai fora se você não quiser sair sem os dentes. Assim exclamou Henrique.
Eu mais tranquilo, agradeci o Henrique pela mão que ele me deu e ele retribuiu da mesma forma de sempre. —Suave Michael, você é meu amigo, uma das únicas pessoas que não me temem e me trata sem me enxergar como um delinquente.
Eu sei que ele é meio problemático, mas isso não é motivo para eu o distratar.
Cerca de 20 minutos depois, minha avó saiu da diretoria e fomos para casa.
Já em casa, fui para meu quarto, separei um jogo de roupas para ficar em casa e deixei em cima da cama, fui tomar um banho para eu poder relaxar.
Ao sair do box, me enrolei na toalha e ao entrar no quarto, me deparei com a Claire sentada na minha cama.
Se eu quase morri de vergonha? Óbvio!
—Claire, o que você está fazendo aqui?
Sem parecer se importar com o que ela tinha visto, ela exclamou dizendo — Eu vim ver como você está, e a sua avó me deixou te esperar aqui em seu quarto.
Ainda tímido, pedi para que ela me jogasse minhas roupas.
Ele fez o que eu pedi e puxou um assunto.
—Imagino que seja grande né?
Eu com a cabeça desorientada apenas disse —É normal, nada exagerado.
Ela com um tom de voz alterada falou — Michael, eu tô falando do seu choque que você viveu hoje, seu pervertido.
Muito sem graça comecei a rir, e para o clima não ficar chato, ela fez o mesmo.
Em seguida, ela me disse algo que mudaria completamente as nossas vidas.
—Eu gostaria de te contar uma coisa, eu também tenho uma criatura que me atormenta. É assim desde os meus 8 anos de idade.
Chocado com que a Claire tinha acabado de me contar, perguntei como era a sua criatura.
—Minha criatura não é bem uma criatura, parece mais um serial killer, só que mais horrendo, ele é um açougueiro que usa um avental sujo de sangue, ele usa um saco de pano na cabeça e sua arma é um cutelo enorme. E ele também costuma me perseguir.
Boquiaberto fiquei ao ouvir os detalhes de seu atormentador, e contei os detalhes do meu.
Depois disso, acompanhei a Claire até a saída e me despedi dela.
Subi ao meu quarto novamente, e de novo, alguém estava a me chamar, avisava a minha avó.
Ao descer, tive a infeliz surpresa de ver que era o Théo, mas desta vez, o Henrique não estava lá para me defender.
E perguntei do que se tratava sua visita.
Ele disse — Você sabe muito bem do que se trata, Michael.
Bati na mesma tecla e disse que eu não falaria sobre meu atormentador.
Mas para minha infelicidade, o Théo era muito sujo e tinha uma carta podre na manga, e ele a usaria contra mim para ter os detalhes do perseguidor.
Ele puxou seu smartphone e me mostrou uma foto e disse, está vendo esta foto, eu vou compartilhar com a cidade inteira se você não me contar os detalhes do seu monstro psicológico.
Essa foto era nada mais nada menos, do que imagens íntimas da Claire e ele ainda acrescentou dizendo— As fotos que eu tenho, não tem censura, acho que você não vai querer sua paixão exposta não é?
Eu completamente enfurecido, perguntei — Como você conseguiu essas fotos seu desgraçado?
Com uma risada sarcástica, ele explicou — Eu tenho um amigo, que comigo abriu um site de contos sombrios, e estamos ganhando muita grana com as histórias e as imagens produzidas por ele. Aliás, foi ele que conseguiu as imagens da Claire.
Eu sem querer, acabei deixando escapar além da conta.
—Você não tá chantageando ela para que ela te conte os detalhes do atormentador dela não é?
Entreguei os pontos e ele saboreou além da conta.
—Opa, opa, ela também tem uma criatura? Que sorte, vim atrás do cobre e acabei encontrando ouro.
Desse modo, acabei tendo que dizer os detalhes de ambos os atormentadores, meu e da Claire.
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Atormentadores
ParanormalMichael é um jovem garoto que sofre com uma criatura que o atormenta, mas após sua amiga Claire lhe contar um segredo e Théo tentar se aproveitar da situação. Algo mudará a vida de todos de uma forma aterrorizante.