1- Garota, moça, mulher

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                 Izabella estava lá, saindo do carro do Tadeu com aqueles olhos findados em mim, enfim voltou da viagem de férias que seu pai com toda certeza teve de mandar busca-la a força, seja lá para onde foi acertou em cheio de ir a um local ensolarado, sua pele esteva incrivelmente bronzeada e realçava ainda mais os seus olhos. Me fez lembrar quando era uma garotinha e entreva correndo pelo prédio dos escritórios do seu pai e vinha até a minha mesa implorar para jogar no meu notebook, fazia carinha de choro e depois que eu dizia sim abria aquele sorrisão... Iza, Iza... Quem diria que se tornaria uma moça tão bonita, com cabelos tão sedosos, um olhar tão expressivo e um boca... Bem, não importa, agora preciso levar essa mocinha para casa, enquanto o Tadeu finaliza a papelada para enfim entrarmos de férias. 

      - Boa tarde meu parceiro, enfim sua mocinha está em casa? Digo olhando para a cara satisfeita do meu amigo que com toda certeza se sente mais calmo em ter seu pequenino diamante pertinho de si novamente. 

   - Tom, meu amigo que bom que veio até o aeroporto nos encontrar, tenho de voltar imediatamente para a empresa e preciso que leve a Iza de volta para casa, meu motorista adoeceu e não tenho tempo para leva-la. - Ele olha para a filha e continua - Sei que deve estar super cansada por isso não vou te levar para o escritório, como o Tom precisa me passar uns papéis que estão na casa dele, vá com ele, tome um banho e me espere para o jantar... Temos muito o que conversar.

     Minha casa é no caminho para a de Tadeu e não vejo dificuldade de levar a Iza, bom que matamos a saudade de cantar no carro assim como quando ela era pequenina e a buscava na escola para o seu pai. Estou colocando as malas dela dentro do porta malas do meu carro e escuto Iza no telefone com uma amiga:

  - Sim Betânia já estou de volta a Roma e não precisa se preocupar, não fiz nada de tão grave que papai não ira me deixar ir ao seu aniversário, não seja dramática! - risos- Passo na sua casa daqui a pouco, preciso apenas de um banho e matar a saudade do Puppy, certeza que papai não deu carinho para ele. 

Puppy era seu cachorro, me lembro perfeitamente do dia em que Iza o ganhou, eu e Tadeu ficamos horas no petshop tentando escolher um cachorro como o que ela havia descrito para nós. Ela amou e ama aquela bolinha de pelos até hoje, acredito que ele esteja com os dias contados , Iza o ganhou ainda pequena e acredito que cães não vivem tanto. Eu e Iza entramos no carro e estranhamente ele não se senta no banco do carona.

   - Não sei se você se lembra, mas não sou seu motorista Izabella Savoia, trate-se de se sentar ao meu lado por favor, me sinto péssimo de dirigir com você ai atrás!

        Maldita hora que disse isso, ela veio para o banco da frente e trouxe consigo aquele belo par de pernas... Vou dizer ao Tadeu que compre vestidos maiores para ela, como pode em plenos 17 anos usar um vestido tão apertadinho assim? Ela se inclina no banco para consertar a sandália que estava frouxa e me deixa a visão perfeita das suas curvas, o que está havendo comigo, sinto um calor de repente e preciso urgentemente ligar o ar deste carro, antes que ela perceba algum relevo na minha calça. 

     - Tom, está muito frio!!! Por que colocou o ar nessa temperatura? Vou ficar doente assim, acabei de voltar de Punta Chiappa, sei que já esteve lá com Carolina e se recorda como é super quente! 

   Carolina!! Como havia me esquecido, logo preciso busca-la na aula de ioga, lembrar disso me fez esfriar o corpo. Carolina é minha namorada a tantos anos que nem eu mesmo sei como estivesse com uma mesma pessoa tantos anos, não sou de expressar bem o que sinto e sempre que brigamos apenas deixo que ela fale, compro a bolsa que ela tanto quer e pronto, felizes e tranquilos vamos para a cama e fico lá fazendo-a gritar meu nome e dizer que me ama, já não sei se ela me ama mais do que o meu dinheiro. Volto os meus pensamentos, para Iza e tento puxar algum assunto, temos mais uns 15 minutos de viagem e preciso descobrir o que ela fez de errado, essa curiosidade está me matando.

  - Apenas pensei que estivesse sentindo calor e diminui a temperatura Zazá, posso aumentar agora pra você! - digo respondendo a pergunta que ela me fez e rebato com outra- Mas, sem querer ser chato ou já te deixar preocupada, seu pai me disse que precisa conversar bastante contigo hoje, acredito que tenha descoberto tudo o que a senhorita fez na viagem - dou um sorriso de lado para ela que me olha com aqueles enormes olhos castanhos. 

  - Tonzinho, Tonzinho... A Zazá não existe mais - risos - ninguém me chama assim desde os nove anos, já tenho 17, pode me chamar de Iza. E sei sim que meu papai está nervoso comigo... digamos que ele pagou pra que eu ficasse em um quarto de hotel, mas quem dormiu lá todos os dias foram apenas minha bagagem - ela sorri com um sorriso carregado de malícia que me faz pensar porque a Carolina não me olha com aquela carinha - Mas, Tom! Por favor, me conta o que o meu papai sabe! Sei que vocês conversam muito sobre mim!


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⏰ Última atualização: Jan 20, 2022 ⏰

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