Capítulo 11

9 4 0
                                    

Pela manhã Sophie saiu, visitou Visconde e depois foi visitar seu pai, fazia muito tempo desde a última vez que ela havia visitado ele, ela levou suas tulipas amarelas e conversou um pouco com ele:

-Entrei com um buquê dessas no meu casamento, sim papai, me casei, por amor, como o senhor gostaria que fosse, tenho uma linda filha, sinto muito não ter vindo te ver antes, não deixei de sentir sua falta nem por um segundo, sei que se o senhor estivesse aqui eu não teria fugido, mas também não teria conhecido Thomas, ou me tornado professora e fundado uma escola, a vida é muito incerta as vezes, mas tudo tem uma razão, eu fugi, mas me encontrei, tudo parece certo, como eu disse, se o senhor estivesse aqui isso não teria acontecido e eu não gostaria muito, mas trocaria tudo por um abraço do senhor, o senhor sabia resolver as coisas, com certeza Visconde não estaria preso e eu não bateria no duque, por mais que tenha sido ótimo fazer aquilo, tudo sem você é confuso e inesperado, mas no final tudo se acerta, eu espero não é. Não sei se consegue me ver ou ouvir, mas espero que sinta orgulho, me sentiria péssima se James estiver certo, mas prefiro acreditar que não. Te amo papai, muito.

Ela então saiu e voltou para casa e quando chegou ouviu sua mãe gritando:

-Como assim não sabe Alice?

Ela entrou na sala de estar e se deparou com sua mãe gritando com Alice:

-Posso saber o que está acontecendo aqui?

-Vovó está brava porque não sei tocar piano.- choramingou Alice.

-Mãe?!

-Como não ensinou sua filha a tocar?

Sophie respirou fundo e disse:

-Alice querida, suba para o seu quarto por favor.

-Mas nossa aula não acabou ainda mamãe.

-Suba Alice, por favor.

Alice saiu e Sophie disse:

-O que foi isso mamãe?

-Eu que te pergunto, sua filha não sabe nem tocar piano, muito menos agir como uma dama.

-Ela nunca demonstrou interesse em música.

-Demonstrou interesse? Ah Sophie pelo amor de Deus, ela tem cinco anos, não sabe de nada, é uma criança, devia ter feito como eu...

-Está querendo dizer que eu devia ter obrigado ela a aprender a trocar piano, obrigado ela a fazer aulas de etiqueta, porque foi isso o que a senhora fez comigo.

-Pelo menos você se tornou uma mulher descente.

-Uma mulher descente que aos quinze anos fugiu de casa porque a própria mãe estava forçando ela a se casar com alguém terrível? Dessa dama que estamos falando? Ah que belo trabalho a senhora fez não é mesmo?

-Foi sim um trabalho belíssimo, te eduquei como deveria e sinto muito pelas minhas ações naquela época, mas te transformei em uma mulher, isso não devemos negar.

-Pode ter me transformado em uma mulher, mas em uma mulher para você, que preenchia os seus requisitos e não os meus e agora eu tenho uma filha e vou cria-la da maneira que eu quiser e gostaria que a senhora não se metesse nisso, com licença.

E Sophie saiu.

Em busca da liberdade - superando medosOnde histórias criam vida. Descubra agora