|Capítulo 34|

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Isabella Walker

Aperto o casaco ao redor do corpo quando cruzo os braços, encaro as escadas e me concentro em descer até a primeira fileira sem cair devido o empurra-empurra na arquibancada.

É sexta-feira, nosso último dia de aula antes do recesso e dia da semi-final do time de Lacrosse. Mesmo que todos já tenham sido liberados para irem para casa, a maioria permaneceu nos dormitórios ou nas casas apenas para assistir o jogo de hoje, por isso o grande numero de pessoas.

Não é que o time de Futebol Americano não atraia um grande público, porque pelo o que eu ouvi falar sempre há muitas pessoas. Mas eles caíram fora dos campeonatos que disputavam ainda na fase de grupos e o time de Lacrosse nunca chegou a semi-final deste campeonato estadual, é algo histórico, e todo mundo quer ver.

Quando avisto Lili sentada na primeira fileira apresso o passo e desvio de alguns caras sem camisa com as cores do time pintadas no corpo. Admiro a coragem de ficarem assim neste frio, realmente.

– Ei. – Alicia levanta os braços e acena para que eu as veja, sorrio e aceno brevemente para dizer que já as vi e que estou tentando chegar até elas.

Sento ao lado de Alicia e aceno para Lili sentada do seu outro lado. Meu celular vibra no bolso do casaco e eu o tiro rapidamente. Enviei uma mensagem para o Chris enquanto estava no estacionamento desejando um bom jogo e que tudo daria certo.

Desbloqueio a tela esperando ver sua resposta, mas na verdade é uma mensagem no direct do meu instagram pedindo para me mandar mensagem. A conta é nova e não possui foto. Bloqueio rapidamente e desligo o celular. Sei do que se trata e de quem é, mas não quero lidar com isso agora. Não hoje.

Quatro caras entram em campo, dois usando nosso uniforme e carregando a bandeira do time, e os outros dois usando as do adversário. Eles se posicionam no centro do gramado e os times começam a entrar. Então nosso hino começa e toda a arquibancada fica de pé, cantando a plenos pulmões a letra agora já tão familiar para mim.

Do outro lado do campo, onde possuímos uma arquibancada bem menor, está posicionada a torcida do time adversário, apesar de serem poucas pessoas, eles cantam e gritam em apoio o time a todo momento, não os deixando por um só minuto.

Meus olhos percorrem o campo e param no camisa sete, posicionado bem no centro do campo conversando, provavelmente, com o capitão da equipe adversária e o juiz da partida. Quando terminam, ele levanta os braços e da dois passos para trás, o filho da puta deve ter acabado de soltar alguma provocação para os irritar por mais que eu o tenho dito para não o fazer.

Quando todos estão posicionados, Christopher ergue os olhos para exatamente onde estou, por mais que esteja usando o capacete, posso ter certeza que ele está sorrindo por baixo e piscou um dos olhos. Sorrio e mando um beijo, só então ele se vira para a frente, bem a tempo do apito inicial.

Os dois primeiros tempos são equilibrados, o time adversário é bom, ouso dizer que o melhor que eles já enfrentaram, estão na vantagem com apenas um gol, mas o nosso time não se entrega em momento nenhum e, apesar dos gritos da torcida, posso ouvir os gritos do Treinador dando instruções a cada jogada e posso ver os olhos do meu namorado varrerem o campo antes de qualquer lançamento.

Fechamos o terceiro tempo empatados, os dois times com 08 gols para cada. No pequeno intervalo, os jogadores se reúnem com o técnico em suas áreas técnicas para receber as últimas instruções e descansar por alguns minutos. Christopher me encara assim que voltam a campo e eu aceno de cabeça, quero dizer que acredito no seu potencial e que podemos e vamos vencer, mas tudo que posso fazer é acenar e sorrir no momento.

Para meu inimigo, com amorOnde histórias criam vida. Descubra agora