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 Estou voltando de Nova York para Valley, Los Angeles, a cidade onde cresci e onde deixei o meu irmão gêmeo, o Rbby, e os meus melhores amigos, a Sam ,Eli e Demetri. Eles sempre me apoiaram no meu sonho de ser bailarina, mesmo que isso significasse me afastar deles por dois anos. Claro que eu amei trabalhar e estudar na companhia de balé mais prestigiada do mundo, mas o meu coração sempre pertenceu a Valley, onde eu me sentia em casa. Até mesmo o meu pai, que eu mal falo desde que ele se tornou um alcoólatra, faz parte da minha história. A única que não faz falta nenhuma é a minha mãe, que sempre me tratou com desprezo e indiferença.

 Cheguei e já estava escuro, então fui deixar as minhas coisas ao meu antigo apartamento, ele estava tal e qual como eu o deixei apenas tinha um bocadinho de pó. Desci para a garagem e peguei a meu carro dirigindo para apartamentos Reseda-Mini-Mercado. Costumava vir aqui com o meu pai, quando eu ainda falava com ele, antes de se afogar em bebidas, mas mesmo assim continuei vindo aqui, pois é barato. Não é que eu seja pobre, pois, com o trabalho que tive junto da companhia de ballet que me pagava, não era pouco. Por isso consigo ter um carro, uma moto e um apartamento. Estacionei a meu carro perto de um carro vermelho e entrei na loja e vi um homem de cabelos loiros e um garoto que tinha acabado também de entrar equatoriano, fui buscar comida e pedi uma pizza.

-Scar, veo que estás de vuelta, te ves hermosa. Bueno, la pizza corre por cuenta de la casa.--Assim que ele acaba de falar, o tal homem loiro reclamou.

-Como se diz em espanhol "Dê me apenas a porcaria da fatia"?--Falou o mesmo, aí percebi que era o meu pai, mas nem liguei e revirei os olhos.

-Debe Tener un pene pequenõ!--Falou o dono e eu e o garoto começamos a rir pois nós entendemos .

-O que ele disse? O que ele disse?--Perguntou meu pai ao garoto.

-Não quer saber.--respondeu o garoto.

-Ele disse...--o garoto estava demorando para dizer, então eu respondi.

-Ele Disse que você tem um pau pequeno!--Informei sem olhar para meu pai.

-Ele disse que eu tenho um pau pequeno?--questionou meu pai indignado.

-Digam que ele tem um pau pequeno--falou meu pai e eu respirei fundo e revirei os olhos.

-Eu falo inglês, otário --disse o Dono .

-A sério?--disse meu pai amandando com o dinheiro e tirando a Pizza da mão do Dono e saiu da loja, em seguida foi o garoto que pagou o remédio para a avó e eu paguei as minhas compras e comi a pizza.

Quando ia a sair, vi que um grupinho de adolescentes estúpidos entrou e começou a puxar o garoto para fora e a mandaram o mesmo para o chão, então eu saí e guardei as minhas compras no carro. Quando ia embora começaram a bater no garoto equatoriano, então suspirei saindo do carro e caminhei até ao grupo.

-Aonde você vai maricas?--questionou o tal Kyler para o equatoriano.

-Ei! Cuidado com o carro ,cara!-- falou meu pai se levantando .

-Quem é este cara?--falou um dos babacas.

-Deixe o coitado do garoto em paz e meta se com alguém de seu tamanho!--comentei .

-Sim, deixem o nerd em paz!--disse meu pai.

-Estão vendo essa garota e esse cara?--Questionou um dos babacas.

 - A meter se onde não é chamada, pena que eu não bato em garotas, e o cara a Jantar num mini mercado como um mendigo.--Assim que Kyler disse isso, senti o meu sangue ferver e os meus punhos se fecharem. Não ia deixar que ele falasse assim do meu pai, por mais que ele fosse um idiota. Podem falar mal de mim, mas do meu pai só eu posso falar mal e não gosto de ser subestimada.

Sangue de Cobra, Alma de GuerreiraOnde histórias criam vida. Descubra agora