📜 1- Uma Criança Inocente

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     Pessoinhas, tudo bem com vocês?
Eis a minha nova fic.
Espero que gostem!
Não esqueçam de comentar...
Beijinhos de Cereja e até a próxima!
💋💋💋

          Havia uma aldeia no interior do Japão, localizada numa área afastada, bem longe de qualquer coisa que pudesse ser chamado de civilização. O mundo vivia a época em que as bruxas eram reais. Dragões ainda cortavam os céus... Seres mágicos e criaturas fantásticas podiam ser vistas, se olhasse com atenção, em qualquer bosque ou floresta.

          As bruxas e magos¹ ajudavam as pessoas. Faziam remédios, banhos e curativos usando raízes, folhas, flores, frutos e sementes, com a ajuda inestimável da sabedoria dos seus antepassados, que traziam na memória dos mais antigos ou em velhos grimórios¹, que nem chegavam a empoerar, por serem estudados com bastante frequência.

          Os praticantes de magia nunca cobravam nenhuma remuneração pelos seus serviços, pois tinham suas  profissões nas comunidades onde viviam: professores, ferreiros,  lavadeiras, pintores, lavradores e artesãos que trabalhavam em barro, tecidos e pedras. As pessoas eram imensamente gratas e davam pequenas oferendas, frutos do seu trabalho, como frutas, verduras, legumes, grãos, ovos, leites, queijos, carnes, óleos, pães, bolos, roupas e pequenos mimos como sinal de gratidão. Viviam em harmonia.

          Entretanto, um dia, uma coisa terrível aconteceu. Um dos magos foi acusado injustamente. Tudo devido ao  ciúme de um homem inseguro e um monte de fofocas, geradas pela mordacidade de alguns aldeões.  Formaram uma turba raivosa, composta de pessoas, que em segredo tinham inveja ou medo dos poderes dos bruxos e bruxas, e dos chamados "maria-vai-com-as-outras" e dirigiu-se à casa daquele homem, falsamente acusado de seduzir a esposa alheia. Estavam todos muito revoltados incapazes de ouvir a voz da razão,  como geralmente acontece quando uma multidão é manipulada por alguém que diz coisas que vão de encontro aos seus pensamentos mais íntimos. Como resultado, o homem e a sua esposa foram brutalmente assassinados.

          Quando já haviam saciado a sua sede de sangue e estavam se preparando para ir embora, ouviram um choro de criança. E, de uma das portas internas, apareceu um menino. Era pequeno e esguio. Não deveria ter mais de seis anos. Os cabelos longos e negros desciam até quase a cintura. Tinha um rosto delicado e pálido, de onde dois olhos grandes, amarelos e tristes, os fitavam com raiva, apesar das lágrimas, e, junto com a boca crispada, faziam uma promessa muda de vingança. Felizmente, mesmo pessoas cruéis como aquelas, cegas pelo ódio, não seriam capazes de matar uma criança tão frágil, que era inocente demais para compreender os mistérios da magia.

          Naquele dia, Orochimaru, uma criança com apenas sete anos ainda  incompletos, foi abandonado em sua casa, junto com os pais mortos. Um homem estava passando, escutou os murmúrios da multidão e sensibilizou-se com a situação daquela criança. Por isso, entrou e enterrou os corpos no fundo do quintal, com uma pedra pra servir de lápide para cada um. Infelizmente, o homem não podia assumir a responsabilidade por uma criança, pois era um andarilho. Assim sendo, seguiu seu caminho, deixando Orochimaru abandonado à sua própria sorte.

          Ninguém teve coragem de se apossar da sua casa. As pessoas eram supersticiosas. Tinham medo de maldições e outras coisas. O pequeno órfão ficou ali... No início, comeu o que havia sobrado da dispensa dos pais. Também colhia as frutas que conhecia no bosque ao fundo da casa. Era pouco, mas foi suficiente para que sobrevivesse alguns meses. Algumas pessoas, às vezes, na calada da noite, deixavam comida e roupas velhas na porta da casa, talvez para tentar apaziguar suas consciências. Mas não davam carinho. E o menino tentava se cuidar e ser independente, mas a solidão machucava seu coraçãozinho.

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