Capítulo 18

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Beatrice estava no jardim da sua casa quando Sophie foi vela, elas se sentaram e Sophie disse:

-É bom saber que não fica mais só no quarto.

-Não há de quem eu fugir agora, já que ele está doente.

-E o que conversaram no dia que chegou?

-Nada na verdade, eu disse que não tinha nada para falar e sai para falar com Ivan.

-Também não me disse o que falou com ele.

-Eu bati nele, e disse para nunca mais me preocupar.

-Também briguei com ele.

-Com Ivan?

-Sim, quando saiu no jornal, briguei com ele.

-Acho que exagerei com ele, ele até chegou a falar que me amava, mas eu estava tão nervosa e...

-Não exagerou em nada Bia, ele se aproveitou da doença de seu pai, James, doença do James, e do fato de você ter dado uma chance a ele para se tornar duque.

-É tem razão. Agora, mudando de assunto, Alice me disse que você arruinou o casamento do príncipe.

-Ele havia feito o mesmo que fez comigo em Louise,  só que mais.

-Mais?

-Sim, eu a ajudei e disse umas poucas e boas para aquele aproveitador.

-Onde está aquela Sophie quieta e educada ?

-Procuro saber também.

Elas riram e Beatrice disse:

-Ela me disse também que você é professora da melhor escola do País de Gales.

Sophie riu e disse:

-Isso você já sabia Bia.

-Sim, mas não sabia que era escritora também.

-Não sou escritora, estou tentando escrever um livro mas não tenho nenhuma ideia.

-Sei que vai pensar em algo incrível.

-Tomara mesmo. Agora, como se sente, sabe, de volta a Londres.

-Me sinto com 15 anos pensando em como fingir de doente para não sair de casa e não ir aos bailes.

Sophie riu e disse:

-E como você fez isso não?

-Várias e várias vezes, nenhuma foi convincente para mamãe, ela me deixava faltar, mas não acreditava em doença nenhuma. E você? Como se sente de volta?

-Estranha, eu não sei, é estranho voltar aqui com a vida pronta, me sinto deslocada, como se tudo estivesse calmo demais.

-Sente falta do estresse de fugir de velhos ricos?

Sophie riu e disse:

-Pensando assim não, nem um pouco. Acho que minha mãe não gostou de me ver assim.

-Assim como?

-Pronta, era o sonho dela me preparar, ela iria me ajudar a organizar meu casamento, me dar dicas da vida de uma mulher do lar e me ajudar com os netos...

-Mas o que ela encontrou foi uma adulta, que não precisa de ajuda e que cria a filha do jeito dela.

-Sim, era o sonho dela, preparar a filha menina para o mundo, eu o destruí e agora ela quer educar Alice.

-Alice?

-Sim, um dia peguei ela ensinando Alice a tocar piano, nós discutimos e até agora não nos resolvemos.

-Não acho que o problema seja a educação de Alice.

-Então o que acha que é?

-Acho que ela está se sentindo sozinha, você tem um marido, uma família, Visconde está preso e a companhia que ela achou que teria no momento em que seus filhos saíssem de casa era seu pai, mas ela não o têm mais e acho que agora é o momento que ela sente mais falta dele.

-Desenvolveu esse lado sensível durante a guerra Beatrice?

-Sempre fui sensível.

-Sensível como uma pedra.

-Sophie!

-Parei, agora e Visconde?

-Não sei como vou tira-lo de lá, mas...

-Não, não sobre a prisão, sobre vocês, leu a carta?

-Li.

-E então?

-Eu não sei, é difícil se apaixonar quando a outra pessoa está presa.

-Ama Visconde?

-E-eu não sei.

-Eu voto que ama.

-Já conversamos o bastante, o que acha de irmos até o parque.

-Sei que está tentando mudar de assunto, mas aceito ir ao parque porque gosto de lá e sinto saudades de caminhar com você.

-Então vamos. 

Em busca da liberdade - superando medosOnde histórias criam vida. Descubra agora