E se?

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Espero que gostem! Erros e repetições serão corrigidos na revisão. 

...

"Não é sempre que eu vou admitir

Mas que ciúme, que que eu 'tô fazendo aqui?"

Para uma pessoa que abominava conflitos, Remus parecia conseguir se envolver neles com extrema facilidade.

Conflitos com seus amigos. Conflitos com pessoas ao redor de seu grupo. Conflitos com pessoas específicas. Conflitos com ele mesmo. Tudo isso era suficiente para tornar sua cabeça um lugar mais conturbado que o normal, e mais propenso a agir de maneira que piorasse tais situações. O que já tinha acontecido há algumas semanas, como consequência de tudo que estava obstruindo seus pensamentos. Com consequência do algo mais conflituoso que ele possuía, seus sentimentos.

Remus não sabia muito sobre sentir, pelo menos não na prática. Mas nem o que sabia na teoria adiantava quando ele se encontrava perdido ao sentir coisas novas, estranhas, inexplicáveis. Quando ele se perdia nisso por estar tão confuso.

Mas ele não tinha para onde fugir. Por isso tentava se distrair sentado no chão do quarto de seu amigo, James, folheando um livro qualquer que estava na cabeceira do garoto, enquanto seus amigos conversavam sobre uma única coisa: hoje. Dia trinta e um de Dezembro, com todos eles juntos na casa dos Potter.

— Sirius, eu se fosse você nem sairia daí. Duvido que consiga ficar melhor que eu. — A voz de James invadiu sua concentração e o garoto riu de sua própria fala enquanto colocava seus óculos e se olhava no espelho do quarto.

Peter também riu, como sempre, marcando presença em qualquer comentário que James Potter fizesse. Remus continuou focado no livro, acostumado com aquele tipo de interação vinda dos dois garotos e se esforçando ao máximo para ficar distraído e não se importar.

James e Sirius acharam que seria uma boa ideia usarem blusas iguais naquela data, apenas em uma de suas brincadeiras e piadas tão próprias, que faziam tanto sentido para os dois. Remus e Peter apenas observavam, do lado de fora da estranha bolha que era formada pelo vínculo tão único deles. Isso era algo que Remus já tinha se acostumado também - e provavelmente Peter, mas mesmo se não tivesse, ele seria a última pessoa a dizer algo para aqueles dois.

Depois de insistirem para a mãe de James usar um feitiço que duplicasse as camisas, já que não podiam usar magia fora da escola, eles conseguiram uma réplica da camiseta branca social do garoto, e combinaram de usar no dia trinta e um de Dezembro, na celebração de ano novo - eles até chegaram a perguntar se os outros dois garotos também queriam fazer isso, mas Peter optou por observar e Remus por simplesmente revirar os olhos.

— Eu não teria tanta certeza disso. — Sirius respondeu alto, de dentro do banheiro. — Se eu fosse você. — Completou, abrindo a porta do banheiro com uma força desnecessária para o normal mas necessária para sua dramatização.

Sirius saiu do banheiro com aquele ar confiante que parecia único dele, e que transformava o ambiente em um espaço focado apenas nele. Pelo menos essa era a sensação identificada por Remus. Aquela camiseta branca parecia mais marcante apenas por ser usada pelo garoto, que havia dobrado as mangas até seus cotovelos e deixado o primeiro botão dela aberto.

Ele jogou os cabelos, que estavam um pouco úmidos, para trás enquanto andava na direção de James, se colocando ao lado dele depois de piscar para o melhor amigo. Com o olhar um pouco levantando de seu livro, Lupin acompanhou a cena meio que involuntariamente, porque ela realmente parecia muito mais interessante que qualquer coisa naquelas páginas. Pelo menos até o momento em que o olhar de Black encontrou o seu, e ele sorriu.

Pra gente acontecer (wolfstar)Onde histórias criam vida. Descubra agora