❛❛Eu nunca acreditei em amor, mas já havia imaginado que com sua chegada vinha uma sensação avassaladora e instantaneamente você sabia que era amor.
Que bastaria um olhar ou um sorriso para que ele nascesse, e de repente a paleta de cores do mundo mudaria completamente e um mundo novo seria descoberto. Então, só restaria felicidade no peito.
Mas me enganei. O meu amor, por mais improvável que fosse, veio em forma de abraço no meio de um soluçar, um olhar sincero e centenas de atos acolhedores.
Ele foi construído. Igual uma casa de inverno.❜❜
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Casa do Ducado de Lastria.
Havia acabado de amanhecer quando Taehyung acordou de um sono incrivelmente profundo, mas diferente da noite passada havia tido um sonho completamente distinto dos outros que já tivera, e não era só porque dessa vez não tinha sido um pesadelo, e sim porque nunca havia tido um sonho tão tranquilo e expressivo. Jeongguk estava lá e ele sorria de uma forma tão bonita que fez seu coração palpitar diversas vezes, ele estava longe, mas não se sentiu mal sobre isso porque ele ainda estava lá, mesmo que estivesse longe.
Acordou sentindo uma sensação boa no peito como se isso lhe dissesse que estava tudo bem, que não havia o que temer dali em diante porque sua vida nunca mais seria a mesma depois da chegada do duque, assim como na realidade. Como se fosse algo lá em seu íntimo que estivesse tranquilizando-o.
Já fazia alguns dias que sentia isso, mas não conseguia entender ou explicar com clareza e também não tinha coragem pra compartilhar com alguém; qualquer um o acharia louco se dissesse em voz alta. Imaginariam que provavelmente estaria ouvindo vozes ou que estava perturbado. Naquela sociedade era muito fácil taxar um ômega de louco, bastava que ele dissesse algo fora do padrão e isso já era o suficiente para condená-lo. Por isso não confiava em ninguém, já viu a maldade de perto. Todos os dias.
Entretanto, sua mente ainda o confrontava ao lembrar-se das palavras de Phailin sobre confiar a ela quaisquer pensamentos que tivesse, e o que estava fazendo era o completo oposto, pois pensou sim em dizer a ela, mas faltava-lhe determinação em tudo que sentia vontade de fazer, e nesse caso, somente a ideia de ter que chegar, falar e olhar alguém nos olhos já era assustadora o suficiente. Tirando a possibilidade de que Phailin também poderia estar tentando fazer com que confiasse em si para depois dizer tudo a Jeongguk, não que fosse dizer algo ruim sobre ele, mas tinha medo de que ela o achasse estranho e o fizesse acreditar também.
Para Taehyung, tudo era motivo para pensar que estavam conspirando contra si. Estava tentando melhorar, tentando confiar e dar uma chance assim como seu marido pediu, mas tinha algo lá no fundo do seu coração que não deixava. Não era só uma coisa; eram os gritos, a falta de afeto, o desdém e as agressões. Era tudo junto. Uma mistura de várias lembranças que se convertiam em sentimentos de medo e desconfiança. Porque cada vez que pensava em se abrir aos outros, tudo voltava com força e o fazia se questionar se era o certo a se fazer.
Talvez não devesse pensar muito. Talvez devesse só observar, assim como estava fazendo naquele momento.
A imagem de Jeongguk fora a primeira visão que teve ao abrir os olhos naquela manhã. Por um breve momento assustou-se com seu corpo tão próximo a si; por alguns poucos centímetros seus narizes não se escostavam, ele até mesmo podia sentir a respiração alheia bater contra suas bochechas, mas ainda sim era longe o suficiente para que pudesse visualizar seus detalhes faciais de perto.
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Phoenix
RomanceEm uma época extremamente conservadora, Taehyung é criado por uma rígida família que prega que o único dever de sua vida como ômega é casar e servir um alfa. Não admitia, mas lá no fundo desejava uma vida longe das agressões que sofria, apesar de nã...