Sentimentos guardados

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Após uma semana da chegada de Takemichi, Mikey não sabia ainda como reagir com o garoto. O menor não falava muito desde de que o Sano havia "salvado" ele, comia muito pouco e mal se cuidava. O maior as vezes tinha que brigar para que os de cabelos negros tomasse um banho ao dia ou escovasse os dentes.

- Come pelo menos um pouco, ontem você só comeu carne- por incrível que pareça, o mais sombrio de Tokyo estava preocupado com uma criança que mal acabara de conhecer.

-Hm- murmurrou o de cabelos pretos pegando o Hashi em cima da mesa.- Meus pais...

-Huh?- Disse Mikey depois de colocar a banderinha no seu hamburguer.

- A-aqueles no salão eram os meus pais. - Depois de uma semana, o menor revelou uma esxpressão que não fosse de um zumbi, seu rosto demonstrava tristeza. Finalmente aceitou de que seus pais estavam mortos e de que não voltaria a vê-los.

-Já imaginava- E imaginava mesmo, mas o que mais lhe intrigava era de que seus rostos eram familiares, principalmente de Takemichi- Ei, do que seus pais trabalhavam?- pergunta para o menor em busca de alguma resposta para as suas dúvidas.

-Eu não sei ao certo. Mas um homem sempre visitava a gente, meus pais falavam que era uma pessoa do trabalho- O mesmo já havia acabado de comer ou quase, ainda tinha alguns pedaços de frango frito em seu prato.- Nunca cheguei a perguntar quem era ou o que queria.

Sano ainda estava muito inquieto sobre suas dúvidas, após a resposta do mais novo deixou tudo muito confuso, mas sabia que ele ainda estava em momento de recuperação e de que trazer o passado de volta não iria lhe fazer bem. Então decidiu para dar uma contrariada caminhar na praia, era uma tarde quente (como sempre) e queria ver as ondas.

- Quer caminhar? Vi que já acabou de comer- Take concordou com a cabeça e os dois foram dar uma volta.

Depois de longos minutos, Mikey senta onde costuma sentar para observar as ondas e logo percebe que o menor havia se sentado também.

- Draken, Izana, Emma, Baji e Shinichiro...- Sano se pronuncia para quebrar o silêncio entre os dois- Sei como é perder alguém próximo, esses nomes são amigos e familiares meus que perdi. - olha para o menor que estava com os braços em volta das pernas tentando ser forte o suficiente para não desabar e voltar a chorar como todas as noites em que Mikey acabara de dormir.

-Você parece ser forte- sorri fraco apertando ainda mais as pernas. O mesmo se assusta ao receber o braço do mais velho em seu pescoço. Ele envolvia em si trazendo mais para perto assim deixando os dois com apenas um pequeno espaço onde corria o ar.

-Nah, não chego nem perto. Sou um homem que suporta- deposita um beijo na cabeça do de cabelos negros que cora imediatamente. Mikey não pensava nesse ato na forma de romance, afinal de que a diferença entre a idade dos dois é muita (2 anos, mas Mikey já considerava em extremo), pensava em uma forma de acalmar a pessoa nessas situações de desespero. Emma fazia isso quando ele estava tendo pesadelos, deve ser por isso que entrou em colapso depois de sua morte, não havia mais beijos.

Os dois continuaram a observar o mar fazer seu trabalho, quebrar as ondas e soltar pequenas espumas em seu final. Nem perceberam a presença de um homem cuja a aparência parecia ser mais velho.

- No lugar de sempre né- Kokonoi se pronuncia atrás das duas figuras a poucos metros de distância.

- No horário de sempre- Sano se levanta indo até o mesmo. O de cabelos compridos lhe entrega uma sacola, onde contém alimentos e o que precisa para sobreviver. Kokonoi sempre trás tais coisas para Mikey pois foi a última ordem de seu líder ou mais preciso, ex líder.

Os dois conversam brevemente até o mais alto ir embora em direção a estrada que havia ali. Mikey vem em direção de Takemichi mostrando as sacolas com um sorriso em seu rosto.

- Parece que este mês temos alguns doces- sacode a sacola e se senta ao lado do mais novo, mas logo percebe que ele não estava contente, afinal é doces né?- O que foi da cara?

- Lembra aquele cara que falei que ia em casa para trabalho? - O mais velho concorda colocando um pirulito na boca- Então, ele é esse cara.

Mikey não podia acreditar, o que Kokonoi fazia na casa desse rapaz? Será que ele teve haver com a morte dos mesmos? Será que reconheceu Takemichi? Antes mesmo de poder falar com o tal, já havia deixado o lugar demonstrando apenas restos de poeira. Sano não aguentava mais, teria de resolver isso imediatamente.

Continua...

A luz que me faltaOnde histórias criam vida. Descubra agora