• ☾ Capítulo 23 - O Traidor ✾ •

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Koga

A festa estava animada, as pessoas riam e se divertiam. Todos sob o controle da mesma pessoa, que assombra a maior parte dos indivíduos presentes aqui.

Essa era minha realidade desde o dia em que fui retirado de minha verdadeira realidade.

Eu era membro de uma das famílias mais ricas do Japão, a família Yudai. Embora fôssemos influentes na Ásia, morávamos em um bairro de muito respeito em um dos países mais ricos da Europa.

Minha família consistia em meus pais, meu pequeno irmãozinho caçula, Yudai Riki, também apelidado carinhosamente de Taki e eu.

Embora fosse de uma família nobre eu tentava ser humilde, mas as consequências me fizeram arrogante conforme cresci e passei a andar com pessoas erradas.

Me lembro do dia em que minha escola recebeu um grupo de dez crianças que tinham sido vítimas de um acidente, elas eram todas órfãs e não tinham para onde ir.

Infelizmente eu e meus 'amigos' tratamos de lhes proporcionar a pior experiência de boas vindas de todas. Praticamos violência escolar com eles por muito tempo, cerca de alguns meses. É horrível relembrar de tudo isso. Imagino como deve ter sido ruim para eles.

Os deixamos em paz por algumas semanas até o dia em que um décimo primeiro órfão chegou, seu nome era Sunoo, naquela época eu era imaturo o suficiente para não pensar nos sentimentos daquele pobre garoto que além de perder os pais perdeu o "lar" e a nova família.

Ele virou o alvo principal, e me envergonho em dizer que transformamos sua via em um inferno durante mais alguns meses, até o dia em que uma garota, uma das órfãs, a mais medrosa, que sempre tinha que ser protegida por Jungwon ou seu irmão Jay, seu nome era Aya, ela o defendeu, nos enfrentou com uma coragem que nunca vi antes. E quando um de meus amigos ameaçou ataca-la fisicamente eu passei para o lado deles.

Já me sentia culpado por todo aquele sofrimento que os havia causado há algum tempo. Comecei a pensar em minhas atitudes quando meu irmãozinho me falou que sentia vergonha de mim por causa do que eu fazia, e ele estava certo. Eu daria tudo para encontrá-lo e dizer-lhe que foram suas palavras que me fizeram alguém melhor.

Eu e meu amigo Byeon Eui Joo recuperamos nossa humanidade e decidimos ajudá-los ao invés de ataca-los.

Apesar de nossa ajuda, eles não deixaram a gente se aproximar no início, e com razão. Mas depois de um tempo conseguimos uma boa aproximação e até viramos amigos.

Eles se tornaram definitivamente um de nós e muitos na escola se apegaram bastante a eles, inclusive alguns de meus antigos amigos e amigas que se arrependeram do que fizeram.

Mesmo com nossa amizade era visível que alguns de nossos novos amigos não confiavam em nós. Os mais velhos, protetores que agiam como pais, Jay, Heeseung e Minseong eram os que mais tomavam cuidado com nossa proximidade, eu não os culpava, embora aquilo me machucasse um pouco.

Apesar de tudo, nossas memórias eram boas até o dia em que uma das garotas nos chamou para uma festa em sua casa. Seu nome era Sooha, antes de tudo ela fazia parte do grupo de pessoas que os maltratava, porém, rapidamente se juntou a mim e Byeon Eui Joo, juntamente de seu namorado, Chris.

Como estávamos perto do fim do ano letivo ela resolveu fazer uma festa. Obviamente convidamos todos os nossos amigos mais próximos, e todos os onze estavam lá.

Tudo começou bem, estávamos nos divertindo, dançávamos, ríamos e fazíamos brincadeiras uns com os outros. Até que tudo se transformou em um pesadelo traumatizante, tudo parece voltar para minha mente apenas com a memória daquele dia.

𝑩𝑶𝑹𝑫𝑬𝑹: 𝑫𝑰𝑴𝑬𝑵𝑺𝑰𝑶𝑵Onde histórias criam vida. Descubra agora