Eu pássaro

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EU PÁSSARO

Observo as luzes dos prédios a minha frente
Por trás das imensas grades que me separam do precipício
que se forma fora da minha janela, no vigésimo segundo andar.
O que me difere de estar em uma prisão, é a ida e vinda do trabalho...
A visão que tenho, é de muitos vagalumes que piscam durante sua jornada noturna;
Eu aqui nessa prisão...
Não, não desejo ser um vagalume noturno, desejo ser uma borboleta e voar na imensidão do infinito...
Desejo ser borboleta,
mas, sou um pássaro nessa gaiola de concreto.
Vejo às luzes se apagarem quando chega à alva.
A porta da gaiola se abre,
não posso voar;
Sou um pássaro com as asas podadas, sou um caminhante nessa cidade de edifícios cinzentos...
Sou um pássaro sem asas desejando ser borboleta e voar
Pelo infinito...

Maria Boaventura.

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