Capítulo 4

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Como imaginado pelo italiano, a reunião que deveria ser rápida, avançou noite adentro.

— Não abrimos mão do controle e distribuição das mercadorias, Max — Giovanni reiterou inflexível.

O homem a sua frente se remexeu nervoso. Giovanni sabia de todos os podres da família Maximiliano, e de seus pontos fracos. Eles estavam quebrados e precisavam do dinheiro dele para não ir à bancarrota.

— Durante anos tivemos o controle da operação, Giovanni. Nos conhecemos há tantos anos... temos uma relação antiga de amizade, cordialidade e respeito.

Giovanni sorriu com cinismo. As únicas palavras que não conhecia no mundo dos negócios era amizade, cordialidade e respeito. Ele era uma raposa esperta, comendo as ovelhinhas que se dispersavam do grupo.

— Sim. Estou aqui por este motivo. No entanto, amizade e negócios são assuntos que não combinam.

A porta abriu-se e o segurança de Giovanni o olhou com uma expressão séria.

— Tem um minuto senhor?

O velho homem que estava na sala levantou-se.

— Preciso de alguns minutos, Giovanni, para conversar com meus advogados.

Giovanni bufou contrariado e olhou para seu Rolex. Sua viagem romântica com sua bela esposa estava arruinada, eles não poderiam seguir hoje.

— Tudo bem, também preciso de alguns minutos. — Levantou-se e seguiu em direção ao segurança. — Qual o problema, Ângelo?

— Podemos ir a uma sala? O assunto é urgente.

Giovanni enrugou a testa, e seguiu para uma sala próxima. Entrou e fechou a porta.

— Espero que seja algo importante Ângelo, estou no meio de uma negociação.

— Senhor Bennedetti, o senhor não deve ir à viagem com sua esposa — afirmou categórico.

O italiano riu para dentro.

— Que história é essa, homem?

— Conseguimos interceptar ligações de sua esposa com Giacomo Bianchi. Ela planeja levá-lo para fora do país, onde ficará mais vulnerável... Sra. Patrícia está aliada ao seu primo... ela está levando-o para uma emboscada.

O coração de Giovanni disparou, e a musculatura inteira de seu corpo se retesou de tensão.

— Deve haver algo de errado... — Virou-se de costas e respirou forte. — Ela não me trairia.

— Sr. Bennedetti estou rastreando sua esposa há algum tempo. Estava em dúvida, por isso não o avisei. Mas, agora, eu tenho certeza, ela tem um caso com o Giacomo. Ela planeja matá-lo, assim ela e o seu primo poderão assumir os negócios da sua família. Sinto muito, senhor. Eu não queria lhe dar essa notícia.

Ele sentou-se e cobriu o rosto.

"Não, não podia ser verdade, devia haver alguma confusão. Patrícia não faria isso. Ela o amava."

— Você está certo disso Ângelo? — indagou abalado. — Você sabe o que acontecerá, não posso cometer enganos.

— Estou com as gravações aqui, por favor, ouça... — Entregou um celular para o italiano.

Giovanni olhou para o aparelho e titubeou. Era difícil admitir que a mulher que amava o estava traindo com seu arqui-inimigo. Ele olhou para a mão do segurança, pegou o celular e começou a ouvir as gravações. Quando terminou o último áudio, ele arremessou o celular com toda força na parede.

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