Lembranças/ parte dois. Ep bônus

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21/01

6:12

Olhava para a janela da sala, a chuva caia sobre o telhado das casas em um ângulo de 360° grau - quando batia sobre os telhados, aparentava levantar fumaça sobre o céu, dando uma linda visão para ela -. Tudo estava escuro, ainda era dia, 6:12 marcava o relógio da cozinha, mas a sua volta estava uma devasta escuridão por conta da tempestade perversa. A árvore da frente movia-se com velocidade por conta de todo o vento agitado que os céus largavam.

Aika se lembrou de um sonho, um tão real que nem sabia dizer se foi mesmo um devaneio de sua mente, ou realidade.

Nele a chuva era igual a essa que via.

O universo teria ficado com sanha da humanidade, provavelmente que por besteira dos humanos novamente, e então para dar um ensino a eles, as nuvens resolveram mandar gotas de água em forma de retaliação.

Tinha insuficientes lembranças de como aconteceu tudo na sua utopia, só conseguia se lembrar que doía seu peito de uma forma desagradável, como se algo muito ruim tivesse lhe acontecido.

Seu corpo teria ficado molhado por conta das lágrimas ou seria por conta do céu que estava em irá com todos os seres do mundo? Ainda não sabia muito bem.

Depois de um longo caminhar entre as gotas zangadas, seu corpo finalmente teria chegado até uma ponte, uma longa ponte, nela as águas estavam com mais odiosidade que o normal, as ondas iam e vinham até a beirada de seus pés.

Algo queria tentar derrubar ela, algo lhe puxava para dentro do mar. Estava quase a experimentar o melhor sabor do mundo quando alguém chegou, lhe impedindo de ir até às profundezas do pequeno oceano. Se lembrava de abraçar forte aquela pessoa e no final apagar em seus braços, e se acordar.

Ela não tinha muita do sonho, por mais que tentasse ao máximo para que sua mente desse a ela um pouco mais do devaneio.

Voltou a olhar a paisagem a frente, o universo surrava com gotas leves as terras que antes eram secas, e agora estavam em um barro completo.

Ela não notava a presença das pessoas boas, nem das pessoas ruins que antes, pela manhã, estavam todas reunidas na sala de estar. Agora somente existia aika, aika e a chuva.

Os pássaros da árvore também não estavam mais lá, e nem as vozes, onde estariam as vozes por aquela hora?

Teria tomado o remédio que a enfermeira deu a ela, ele tinha gostinho de morango e às vezes, outro que ela tomava, tinha gostinho de sonhos: de sonhos, pois, cada vez que tomava ele, ela dormia igual uma criancinha.

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- Aika, filha?

Uma voz estranhamente cognoscível, falou sobre as suas costas.

não se virou para olhar quem era, o céu brilhava tanto por aquela hora que ela não quis olhar para trás.

- você está linda com esse laço no cabelo.

Percebeu que havia choro entre as palavras, então virou seu corpo, encarando a sua mãe com um sorriso leve.

- foi a menina... A menina, ela me deu, ela disse que sou muito bonita, que o garoto dos meus sonhos, vai gostar de mim, claro, se o meu pai não lhe pegar. Sorriu com vigor para ela.

- claro...

Aika se perguntava o motivo pelo qual seu semblante ficou estranho. - você gosta de Azure? Ela é legal com você? Disse a moça logo em seguida.

- ela disse que iria me maquiar hoje, não é legal?

- sim, sim... Você vai ficar linda. Ela colocou a mão sobre o rosto de Aika. - filha... Sabe... Vou ter que ir viajar, não vou poder mais vir te ver. Seu sorriso ficou triste.

- você vai ir, ir para onde, aonde vai ir?

- bom... Para um lugar bem longe, sabe, bem distante daqui. Eun virou o rosto, limpando uma pequena gota de lágrima que caia sobre sua limpa pele, olhando de relance para trás e vendo o corpo dos caras ao qual aika tinha pavor.

- você vai ir com ele? A pequena ficou séria.

- eu, sabe... Vou ter que ir com ele... Prometo que volto para te ver, certo?

- você tem que voltar, se ele, o garoto dos meus sonhos, aparecer! Você precisa conhecer ele também. Sua voz saiu chorosa.

- prometo que vou estar aqui quando ele voltar, bom, azure vai estar aqui, né?

- azure vai. Soltou um longo sorriso ao se lembrar dela.

- quando ela voltar, diga a ela que eu pedi obrigada. Disse a mãe pela última vez, dando um leve beijo sobre a sua testa e então saindo pela porta da frente com o homem perverso

Em suas histórias, ele era o vilão, e ela era a mocinha que teria fugido do castelo para se divertir a noite.

Os olhos da sua mãe se fecharam. Era notável que existiam lágrimas pelo seu rosto, mas aika não entendi o motivo do choro. Será que o céu era a sua mãe, e quando ela chorava o céu também, por isso toda a água?ou será que ela era sensível às gotas de chuva, e acabava chorando cada vez que via uma. Existia mil possibilidades do motivo pelo qual ela estava a desperdiçar a água de seu corpo.
Porém, aika, por aquele momento, não entendia nenhuma delas.

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Acordou com o seu corpo na cama, em uma forma reta. Não se lembrava como teria parado ali, nem o motivo de estar ali.

Dessa vez sua mão não estava amarrada, e nem suas pernas, como costumava estar antes quando o mesmo caso ocorria.

Olhou para o lado e viu que o corpo da garota ao qual esperou a manhã toda estava sentada sobre uma poltrona ao lado de sua cama. Ela estava com o seu caderno de desenhos, ela sabia que era o seu, pois, desde muito tempo o tinha. Seus olhos brilhavam a cada página que ela passava, e dava para notar como estava interdita com as folhas, já que nem notou os olhos de aika lhe analisando com total alojamento.

- que bom que acordou. Ela largou o caderno ao notar uma pequena movimentação na cama. - meu pai me contou que você teve uma crise, eles te machucaram?

Não respondeu, não costumava responder depois que acordava de pesadelos.

- veja. Ela virou uma das folhas para Aika.
Mostrando um desenho ao qual ela não se lembrava muito bem de ter colocado no papel, ela não sabia qual dia foi feito, nem o motivo de ter desenhado ele e nem o seu significado

- você conhece o Cantor bloo, é fã dele? Que desenho lindo Aik! Sua cabeça se moveu lentamente, não sabia o que azure falava.

- eu... Conheci ele prima... Se você quiser, se você quiser, posso falar com ele para vir te ver, penso que assim você vai se sentir feliz, conhecendo o cantor que ama, ou até mesmo, pode se lembrar de algo que fez antes de vir para cá, não seria um sonho se lembrar de algum amigo seu?

"Cantor que amo?"

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