23 de fevereiro de 2009
Eu odeio Andrea Agosti, ODEIO! Tudo nela me irrita. O jeito arrogante de ser, o modo que anda como se fosse a dona do mundo, e principalmente o fato dela sempre arrumar um jeito de perturbar a minha vida. Todo lugar que eu ia, lá estava ela. Às vezes penso que Andi me persegue.
— Emilia, para de apertar o pobre do taco, ele não tem culpa se você 'tá de mal humor.
Desviei minha atenção da mesa dos "populares" onde aquela estúpida está sentada e olhei para minha irmã.
— Outra vez estragando comida, Emi?
Mj perguntou rindo ao juntar-se a mim e Camila na mesa. Apenas revirei os olhos e fiz careta de nojo para as minhas mãos que estavam começando a grudar. Ótimo.
— Agosti trancou ela de novo na sala de teatro.
Camila contou, ou melhor, fofocou, para Mj, que riu descaradamente ao ouvir aquilo, sendo acompanhada pela minha irmã.
— Quantas vezes ela fez isso essa semana mesmo? – Mj zombou. – Acho que foram sete?
— Na verdade, foram oito.
As duas começaram a rir novamente, e eu bufei enquanto pegava guardanapos na tentativa de limpar meus dedos. As idiotas que chamo de melhor amiga e irmã ficaram caçoando de mim até que os meninos do time de basquete apareceram no refeitório.
— O Dixon é lindo. Parece que fica mais a cada dia que passa.
E lá estava ela, a Mj boba e apaixonada desde a sexta série por Dixon Agosti. Sim, ele é o irmão mais velho do meu inverno pessoal, vulgo Andrea.
Mas diferente dela, Dixon é um cara legal, super gentil, simpático e é muito inteligente. Era difícil de acreditar que ele e Andi são da mesma família.
— Respira Mj, respira. Ai não, ele 'tá vindo aqui!
— Pelo amor de Deus Mj, se acalma.
Não era somente Dixon que estava vindo, Ian, namorado da Camila, também estava.
Legal, adoro ficar de vela.
Estava prestes a levantar quando alguém me impediu. Olhei para o lado apenas para ver aquela coisa sentar perto de mim.
— Oi lindinha. Vim te fazer companhia para não ficar sobrando, sabe? — abriu um enorme sorriso, e tenho que admitir que acharia lindo se não fosse Andi. — Sinta-se privilegiada, muitas garotas queriam estar no seu lugar.
Andrea Agosti e seu ego maior que o mundo. Era justamente por coisas assim que eu não suportava sua presença.
— Primeiro, tire suas mãos imundas de mim. – Ela fez que não com a cabeça. Infantil. — Não estou brincando, Agosti. – Dessa vez, ela fez sinal de rendição e tirou. Mas ainda continuava perto demais. Menos mal. — Segundo, eu não te chamei aqui. Ninguém chamou, na verdade. Então você pode ir embora. E terceiro, eu já disse que você não faz meu tipo.
Pelo canto de olho pude ver Mj e Dixon conversando, e minha irmã e o namorado estavam aos beijos. Meu Deus, até quando vou ser obrigada a aguentar isso?
— Emilia meu amor, eu sou o tipo de todo mundo. Principalmente das garotas... Ainda mais as que são brasileiras.
Arregalei os olhos e senti meu rosto esquentar. Andi soltou uma risada e eu fechei a cara, levantando do banco depois de sentir ela apertar minha cintura.
— Nunca mais, ouviu bem?! Nunca mais encoste em mim, sua nojenta.
Completamente irritada, sai do refeitório. Não aguentaria mais um minuto perto dela.
{...}
Estava esperando Mj para ir embora já fazia uns 20 minutos. Camila tinha ido para casa com Ian e eu, como sou uma ótima amiga, disse que iria esperar Mj, mas ela sumiu.
— Olha só... – De novo não, por favor. — É perigoso ficar aqui na frente da escola uma hora dessas, linda.
Mordi o lábio inferior com força antes de olhar para Andi, que estava gloriosamente sentada em sua moto.
— Não mais do que ficar perto de você.
— Boa – ela riu, sem dar importância para meu comentário. — Sobe ai – falou enquanto pegava outro capacete. Arregalei os olhos. — Que foi? Vou te levar 'pra casa. Não posso te deixar sozinha aqui.
— Nunca que eu sento nesse treco.
Andi bufou e fechou os olhos por alguns segundos, parecia estar buscando paciência. Não seja chata, discuta comigo!
— Não fala assim da Mave – fingiu estar ofendida e passou a mão no tanque da moto. — Vamos, Emilia. Eu vim em paz. Prometo que vou devagar. Aliás, a Mj já foi embora.
— E por que eu acreditaria em você?
— Meu irmão levou ela. Vamos ou não? Sua casa é longe 'pra você ir andando sozinha essa hora.
— Tá. Mas eu só vou porque não tenho outra opção. – O sorriso vitorioso de Andi quase me fez desistir. — Mas se você fizer alguma gracinha eu corto seus dedos fora.
Ela fez uma expressão inocente e beijou seus dedos.
{...}
Eu estava tremendo quando Andi estacionou a moto em frente da minha casa.
Essa filha da puta me enganou, no começo estava indo devagar e de repente a rua virou um borrão diante dos meus olhos.
— Ah, qual é, Emilia? Você tava precisando de um pouco de adrenalina.
Voltei a realidade aos poucos e soltei sua cintura, lutando para que minhas pernas parassem de tremer. Quando desci da moto vi que ela estava rindo de mim.
— Você é ridícula! Eu te odeio. – Disse irritada, mas ela nem ligou e continuou rindo de mim. — Espero que você caia quando estiver indo 'pra sua casa.
— Sua mãe não te ensinou que não pode desejar mal ao próximo? – Levantei a mão e mostrei o dedo do meio para ela. — Emilia! Ei!
— O que?
— Você ainda 'tá com o capacete, linda.
— E você quer ele? – Sorri enquanto segurava o capacete. Andi estendeu a mão e sorriu esperando. — Então toma.
Joguei no gramado do quintal e ri da expressão de Andi.
— Tá doida garota? Você sabe quanto isso custa?
— Não sei e não quero saber
— Aqui olhai, arranhou! Vai ter que pagar lindinha.
— Você não pode me obrigar.
— Eu já sei como vvocêvai pagar. – Ela disse enquanto começou a caminhar na minha direção. Dei um passo para trás e olhei para Andi sem entender. — Aceito um beijo como forma de pagamento.
— Um beijo?
Perguntei para ter certeza do que tinha escutado.
— Sim, um beijo.
— Então você quer um beijo? — Andi assentiu e apontou para os seus lábios com um sorriso enorme. — Ok, fecha os olhos.
Ela pareceu surpresa por me ver cedendo, mas logo fechou os olhos.
Lentamente, comecei a andar até chegar na porta da minha casa e comecei a gargalhar.
— Isso não vale!
— Achou mesmo que eu ia te beijar? Ah, por favor.
Andi negou com a cabeça algumas vezes e sorriu.
— Você ainda vai implorar pelos meus beijos, Emilia Alo.
— Nunca.
— Nunca diga nunca, linda — ela piscou e começou a ir na direção da moto. — A gente ainda vai casar Emilia, guarde isso na sua memória.
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stupid wife {endi}
FanfictionJá se imaginou casado com alguém que você nunca suportou na vida? Emilia também nunca havia imaginado isso, muito pelo contrário. Era para ter sido apenas mais uma manhã normal, Emilia acordaria, tomaria o café da manhã com sua família, depois iri...