Capítulo 15

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Depois de horas afins dentro da cela, apenas escutando Kai e Atena discutirem um meio de sairmos deste lugar, em algum momento eu adormeci, tendo o meu segundo sonho ruim, ou melhor pesadelo, em menos de uma semana

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Depois de horas afins dentro da cela, apenas escutando Kai e Atena discutirem um meio de sairmos deste lugar, em algum momento eu adormeci, tendo o meu segundo sonho ruim, ou melhor pesadelo, em menos de uma semana.

Novamente dentro da floresta que adorna o castelo estelar me encontro sem saber como sair, meus olhos correm para todos os lados, mas eu só vejo árvores e mais árvores, nenhuma com alguma ponta de luz para me guia, tento respirar, mas é como se eu tivesse corrido quilômetros afins pois a mesma se encontra irregular e impossível de ser controlada. Boa parte do pesadelo sou eu girando em círculo, escultado a minha respiração, até que um grito agudo em algum lugar da mata fechada me faz sentir um arrepio, realmente senti como se o sonho momentaneamente ficasse extremamente real.

Sem conseguir respirar normalmente, sem conseguir enxergar um palmo a frente do meu nariz sou bruscamente derrubada por algo que a princípio não sei o que é, até esse algo, ou melhor alguém, subir em minhas costas me perdendo no chão áspero.

Então sussurra em meu ouvido.

- Sentiu a minha falta? - A voz aguda demais mesmo baixa me faz querer sumir. - Não vai me responder? Pensei que fomos a mesma pessoa. - Seu tom infantil entrega o quanto é a forma emburrada que a mesma está.

- Me solte! - Grito começando a me debater de baixo dela.

- Não vai me dizer que agora também sou um medo seu? - Ela continua sussurrando perto da minha orelha. - Eu quero ser sua amiga.

Mais uma vez me desespero para que ela me solte, mas o que eu tento a deixa com raiva e com apenas uma mão como se eu fosse uma boneca de pano ela me virar bruscamente para fitá-la.

- Nós vamos ser amigas. - Ela berra perto do meu rosto tão agudo que meu ouvido chega a zunir.

- Me solte. - Quase imploro com a voz embargada.

- Vamos ser amigas. - O meu eu criado pela louca da minha mãe insiste me apavorando, pois a forma que sua cabeça se move é quase pior do que já vi em filmes patéticos de terror humano.

- Não! - Grito para que ela entenda, mas é nesse momento que abro por fim os olhos ainda estou dentro da cela.

Me encontro suada e respirando, assim como no sonho, irregularmente. Me sento no colchão passando as mãos no rosto sentindo o mesmo assim como o previsto molhado.

- Sky? - A voz de Kai me alcança os ouvidos.

- Sim? - É o que respondo olhando para sua cela mais a frente, a mesma mal iluminada pelas tochas com fogos, percebo que agora está de noite.

- Está tudo bem? Você acordou gritando e estava gemendo a alguns minutos. - Ele diz ficando de pé perto da sua grade onde consigo ver seu rosto preocupado.

- Só foi um sonho, está tudo bem. - Minto querendo um ombro para chorar, enquanto coloco essa agonia que me consome para fora.

Como está o Gabo? Será que ele já acordou? Será que ele vai ficar ao lado daquela cobra? E se ele não ficar, o que ela vai fazer? Essa é algumas das muitas perguntas que rondam o meu pensamento, enquanto tento me recuperar do pesadelo.

***
O dia volta a amanhecer eu e Kai não dormimos, ele passou pelo menos a metade da noite me falando as coisas que pensou junto com Atena que dormiu boa parte do tempo acordando quando o dourado do sol começou a atravessar as frestas das paredes da masmorra.

Nada muda durante a resto do dia, não conseguimos pensar em nada que seja bom o suficiente para nos tirar vivos e bem desse lugar horrendo. Guardas nos trazem comida e água, as quais penso em recusar, mas minha fome e sede não me deixavam mais pensar em nada e sem meu cérebro funcionando não vou a lugar algum.

Quando vejo que está começando a anoitecer novamente e as tochas serem repostas, a rainha Nina vestida em outro vestido ainda sendo da mesma cor dourado adentra a onde estamos troco olhares com Kai que levanta uma sobrancelha em questionamento, mas não fala nada.

Meu coração erra uma batida quando ela para no meio do extenso corredor e estica sua mão inicialmente para o nada, mas logo Gabo começa descer os degraus, ele está vestido em uma espécie de roupa de guerra só que toda do mesmo tom que a rainha veste.

Gabo parece bem sem nenhum ferimento, está limpo, cabelo acobreado bem penteado e me esfaqueando com seu sorriso, que não é direcionado a mim, mas sim para a mulher que vem nos prendendo neste lugar.

Que ele esteja fingindo por favor, ou esteja enfeitiçado, mesmo que seja horrível essa hipótese, eu morreria se o mesmo estiver aceitando tudo isso.

Gabo segura a mão de Nina, então os dois começam a caminhar para mais próximos de nós três. Ela para um pouco na sela ao lado a de Atena, mas não consigo ver o rosto da princesa, mesmo quase forçando a minha cabeça para fora das grades.

- Gabriel... - Atena o chama com a voz embargada.

- O meu noivo não vai falar nada, ele só veio me acompanhar nessa visita aos nossos prisioneiros. - A rainha dos Pássaros amarelos fala.

- Eu sinto muito irmãozinho. - A ruiva funga alto ao dizer tal coisa.

- Não tem nada para sentir. - Nina retruca se afastando junto a Gabo para a sela de Kai, me deixando consequentemente por último.

Ela não fala nada fica apenas observando o capitão como um asprecto, ela rir soprado dando as costas ao mesmo.

- Se ele não estivesse aqui seria você, como meu mais nove amante Kai Green, mas aprecio mais o príncipe Gabriel Aiken, além de lindo é muito bom de cama. - Meu sangue gela com suas palavras que mesmo sendo direcionadas ao outro seus olhos se encontram em mim, na mais pura forma de provocação.

Os dois finalmente, ou não, se aproximam da minha cela, mais uma vez não falam nada apenas ficam me fitando como se eu estivesse em um quadro dentro de uma exposição, não muito bem-sucedida.

- Gabriel, lembra o que eu te pedi quando estávamos vindo? - A rainha se torce para fitá-lo enquanto ele apenas assente afirmando que sim, se recorda.

Ele vem sozinho para próximo das grades onde estou, mas em um puro reflexo me afasto vejo o mesmo piscar algumas vezes, mas logo volta a sua cara de paisagem. Gabo estica a mão em minha direção e vejo algo reluzir na borda da sua camisa, de início penso ser algum botão da própria roupa, mas ele balança um pouco o braço fazendo que eu veja ser algo fino como uma... chave?

Me aproximo dele deixando que sua mão grade circule o meu pescoço e aperte levemente, ele meche uma sobrancelha como se pedisse algo, então entendo e começo a fingir está sendo sufocada. Nesse processo sinto algo gelado deslizar pelo decote do meu vestido, então me dobro com a mão na barriga para segura objeto o impedindo de chegar ao chão e tilintar nos entregando.

- Chega meu amor, não pode matá-la temos outros planos. - Gabo me solta e eu como ótima atriz caio no chão, fazendo um som oco soar.

Ela sai com ele alguns segundos depois, comigo ainda torcido e lutando para respirar sendo deixada para trás.

- Sky? Você está bem? - Kai pergunta em um tom preocupado.

Eu me levanto do chão com sorriso triunfante, enfio a mão no meu decote vendo-o arregalar os olhos enquanto Atenas pergunta o que está acontecendo, então retiro a chave pequena e dourada, que é apenas um passo para nossa liberdade.

Eu me levanto do chão com sorriso triunfante, enfio a mão no meu decote vendo-o arregalar os olhos enquanto Atenas pergunta o que está acontecendo, então retiro a chave pequena e dourada, que é apenas um passo para nossa liberdade

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