Capítulo 28

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— Não creio nisso! — sussurro colocando os óculos de sol na ponta do nariz e acompanhando a aproximação de uma scooter — É sério que iremos nos locomover com uma moto?

Questiono assim que Roy retira o capacete e vem até mim. Vale ressaltar que o sorriso torto já estava em seu rosto antes mesmo de eu me pronunciar.

— Isso nem é considerado uma moto, mon amour! — aponta para o veículo.

— Achei que iríamos tirar onda em Santorini com um conversível. — digo em tom brincalhão. A verdade é que estava começando a me acostumar a andar de moto, e até gostando — Sua sorte é que estou de bom humor esta manhã, Roy Carter!

— A noite foi boa, é? — pergunta com certa malícia envolvendo minha cintura e depositando beijos leves em minha nuca.

— Apenas vamos! — tento ser firme, mas estava amando cada momento da minha vida de recém-casada.

— Sim, senhora! — engrossa a voz e bate continência antes de subir na moto.

— Está bem feliz, hein! — agora é minha vez de brincar. Ele vira para trás com o mais lindo dos sorrisos.

— Tenho muitos motivos para tal! Um deles é você! — sem esperar uma resposta, volta para frente e dá partida.

A manhã estava belíssima, fresca e com um lindo céu azul. Este é o nosso segundo dia na ilha e Roy estava nos levando para tomarmos café em um restaurante local chamado Mes Amis. Muito conhecido por sinal. Chegamos bem rápido. Fomos direcionados ao varandão que dá vista para o mar na parte de trás do restaurante. O local estava relativamente cheio.

— O que vai pedir? — pergunto olhando atentamente o cardápio. Agradecia mentalmente por ter a tradução de cada alimento em inglês. Ele responde algo em uma língua completamente desconhecida por mim.

— Certo, senhor poliglota! Agora traduza, eu não falo grego! — sorrio de lado e ele ri.

— Eu vou querer o verdadeiro iogurte grego, algumas frutas e queijo feta com torradas. — tira os olhos do cardápio e me fita — E você?

— Vou querer o mesmo! E um copo de café gelado.

Após o café da manhã, regado a risadas e boas lembranças de ambas as partes, saímos do restaurante. Estava prestes a subir na moto, quando Roy segura meu braço.

— Onde pensa que vai? — o sorriso brincava em seus lábios.

— Sei lá! — olho para os lados — Qual é a programação?

— O que acha de aproveitarmos um pouquinho do mar Egeu?

— Eu amaria! — agarro seus ombros e meus olhos brilham de animação — Mas eu preciso passar em casa para colocar um biquíni. — aponto para minhas vestes.

— Pobre Clara! Seu esposo já ajeitou tudo. — pisca e começa a andar, levando-me ao seu lado. Não questiono. Sei que será mais uma de suas surpresas.

Viramos a poucos metros do restaurante. Descemos por uma longa escadaria de pedras, cercada por casas brancas, que ia do nível da rua até próximo ao mar. Fizemos a maior parte do percurso em um silêncio agradável. Vez ou outra Roy fazia uma piadinha ou um comentário para me deixar sem graça.

— Iremos fazer um passeio de Iate? — pergunto ao avistar alguns barcos e iates atracados no pequeno porto.

— Sim! — responde retirando uma chave do bolso e balançando no ar.

— Não me diga que o iate é seu! — crispo os olhos.

— Na verdade é do meu pai. — dá de ombros.

𝗗𝗮 𝗩𝗮𝗿𝗮𝗻𝗱𝗮 | Em Paris [Livro 2]Onde histórias criam vida. Descubra agora