Um feitiço de morfismo escondia as pernas traseiras da centaura Sinjir Hivtur. Na época ainda era aprendiz druida e havia sido designada, junto de seu mestre, para afugentar caçadores, justamente de centauros, nos entornos de Latárnia.
Foi tarde, quando o mestre Luhigelik viu o ódio desmedido fervorar no olhar de sua aprendiz. Todo seu corpo já estava sendo aprisionado por raízes trepadeiras.
Sustentando a conjuração do morfismo, que Ilusionava peladas pernas humanas, junto ao rígido prender das raízes, Sinjir caminhou sedutora ocultando sua foice atrás de seu corpo cálido. Luhigelik não pôde evitar a sua admiração ao poder de sua aprendiz, talvez por isso falhou em resistir ao feitiço.
Os caçadores temerosos e intrigados viram ela vir com volúpia e, na indecisão de sentimentos, se aquietaram esperando o encontro.
Sinjir explicitou seu ataque em erotizado movimento, e assim, enrijecidos, os caçadores se viram imobilizados e suas cabeças foram logo decepadas.
Sabendo que ser excesso lhe tornava uma criminosa, Sinjir voltou-se a seu mestre vendo nele boa causa.
– Vale em defesa de um mestre, duas vidas? – retoricamente perguntou Sinjir, antes de deixar definitivamente seu mestre sem ar com um delicioso coice de suas patas traseiras, agora orgulhosamente expostas.