.... Sentia que se não fosse por Ana ali ao meu lado, já teria desabado e invadido aquela sala sem elegância alguma e abraçado a minha mãe. Ido em busca de novidades por conta própria. Tudo que eu pensava era como eu a havia tratado, as últimas palavras que eu tinha dito a ela. Eu estava bêbado e apenas a cortei, dizendo palavras rudes. Sempre fui assim. Um péssimo filho. E se algo mais sério acontecesse à ela e eu não tivesse nem a chance de vê-la mais uma vez? Não iria suportar.
Porque eu era assim? Porque eu erro, erro e erro, mas quando percebo meus erros, não os conserto a tempo? Sempre me toco quando algo acontece e coloca em risco de perder tudo. Só então, a realidade cai sobre mim... E não estou apenas falando de minha mãe, não! De uma certa vizinha morena também. A que estava comigo o tempo todo desde que cheguei ao hospital. Não saiu do meu lado nem por um instante e eu a contemplava por isso. Como poderia ser tão boa comigo depois de tudo que fiz e disse? Podia ter simplesmente dito para me virar sozinho e me deixar pegar o carro e dirigir em alta velocidade e puro nervosismo... Mas, não, ela estava preocupada!
Como pude maltratar algo tão valioso como ela?
Ela vale ouro e sorte seria a do cara que tivesse seu coração, especialmente a merecesse, o que não era o meu caso. Eu nunca seria esse cara. Ana já era linda... agora com suas atitudes e altruísmo, bondade e compaixão, conseguia enxergá-la mais bonita ainda, sua alma parecia ser tão pura para esse mundo. E eu estava me tornando mulherzinha Afff.
— Oh, meu bebê! — Ouvi a voz de Amélia invadir meus ouvidos e bufei com isso. Eu não a queria ali, nem por circunstância alguma, nem por nada! Ana havia ligado pra ela e a mesma disse que não podia, que viria mais tarde, mas eu nem me importava, não queria que ela viesse agora, nem mais tarde e nem nunca! Não queria ouvir sua voz... Só me deixaria mais nervoso. Nervoso de tanta raiva. Ela sentou ao meu lado e vi Ana se levantar, provavelmente deixando espaço pra mim e minha "namorada". Não queria que ela saísse, queria que ela ficasse ali, afinal, ela era a única coisa que estava me mantendo mais calmo e impedindo que caísse aos pedaços.
Amélia tentou me abraçar e me afastei de imediato e assim ficamos longos minutos. Ela tentava se aproximar e eu apenas recuava sem dizer nada, pois se algo saísse de minha boca... Ahhh! Eu a mandaria para bem longe ou para o inferno! Fomos interrompidos pela voz do médico. Me levantei na mesma hora e Ana veio também, chegando ao meu lado pra saber de algo. Tive vontade de segurar sua mão por um breve instante de inconsciência... Daria a desculpa que estava com as pernas bambas e que precisava de ajuda para manter-me de pé. Me contive.
— Tenho boas e más notícias. Sua mãe está melhor e não corre risco de vida, mas ela terá que ficar mais alguns dias em observação, dependendo de seu desenvolvimento e melhora, ela pode ir o quanto antes para casa. Teve machucados internos e externos, mas nada que não podemos cuidar. Braço torcido, tornozelo também, arranhões, mas já está fora de perigo. Ela vai ficar bem! — Garantiu ele e eu apenas o ouvia com atenção. Tão aliviado, mas ao mesmo tempo tão culpado! — Você já está aqui faz um tempo, meu rapaz, sugiro que vá para casa descansar.
Após o médico sair, continuei no mesmo lugar e com meus pensamentos um turbilhão. Eu não sabia o que pensar ou o que fazer. Senti braços ao meu redor e realmente queria que fosse os de Ana, mas não era. Empurrei Amélia e ela me olhou indignada.
— Amor, eu estou apenas tentando te ajudar e te dar apoio... — Em uma tentativa falha, tentou tocar meu rosto.
— Eu não quero você aqui. Não quero seu apoio. — Soltei as palavras sem pudor algum. Ela me olhava com raiva e ódio... Eu nem ao menos me importava. Não a queria ali, nem ali e nem em qualquer outro lugar. Nunca quis, na realidade, Ana estava ali ao meu lado, apenas observando, seus olhos lacrimejavam como os meus e continha um sorriso pequeno e contido. Eu sabia o que minha mãe significava pra ela. O fato de ela estar ali comigo me fazia admirá-la mais ainda, sua força e calma todo esse tempo, sua paciência...
— É minha culpa. Tudo que eu faço é decepcionar minha mãe, chego em casa bêbado, faço besteiras... — Deixei as lágrimas escaparem, me sentia um tolo, um total fracasso por chorar. Era difícil chorar na frente de alguém e me sentia libertado e sem medos ao me entregar desse jeito na frente dela... Era completo bobo, mas não possuía vergonha. Ana se aproximou lentamente e sorriu meigamente, me passando um ar de tranquilidade e paz. Afundei naquele mar azul, a fim de me afogar neles e nunca deixá-los.
Eles eram lindos! Tão meigos e cintilantes... Prontos para serem admirados.
— Não se culpe, foi uma fatalidade, podia ter acontecido com qualquer um. — Sua voz soava tão doce e isso me acalmava decerta forma. Era a calmaria no meio da turbulência. — Não ouviu o médico? Ela vai ficar bem e é isso que importa agora, tudo bem? — Bastou ela terminar de falar e me agarrei a ela, puxando-a para um abraço apertado, era esse o abraço que eu precisava. Deus... Precisava tanto!
Vi Amélia sair bufando e nem me importei, apenas apertei Ana mais contra mim e suspirei pesado com o contato, ela ficou surpresa de primeira, deixou seus braços afastados e achei que não fosse me abraçar de volta, e se não abraçasse, teria toda razão. Mas, não foi o que aconteceu, para a minha alegria, suas pequenas mãos subiram para minha nuca, envolvendo meu pescoço e retribuindo meu abraço do mesmo jeito sufocante. Sorri contra seus cabelos e fechei meus olhos...
Aquele era o melhor lugar do mundo e não havia nada comparado à aquele abraço. Aqueles braços delicados me envolvendo... retribuindo o carinho. Eu a apertava cada vez mais contra mim, querendo não sair desse aperto nunca mais e me deixando sem ar, eu não precisava de oxigênio no momento... não queria. Queria passar a eternidade ali, dentro do lugar mais aconchegante e calmo, no seu colo, como era bom! Eu não estava entendendo essa minha necessidade de estar ali com ela, mas apenas atendi meu desejo. Inspirei o cheiro delicioso de morangos que vinha de seus lindos cabelos castanhos.
Esse shampoo! Enterrei meu rosto em seu pescoço e assim fiquei. Aquela posição podia estar desconfortável para ela, mas pra mim não, estava incrivelmente satisfeito com isso. Poderia me acostumar com isso... ela me afastou e olhou atentamente pra mim. Seus olhos azuis agora estavam em minha boca e os meus na sua, eu não conseguia desviar o olhar ou controlar a vontade de beijá-la. Me aproximei lentamente, já sentindo sua respiração acelerada e quente contra meu rosto...
Tão perto...
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Sera que vai ter bônus????
Depende de vocês, precisamos de 50 estrelinhas as 20 hs do dia 20/02 caso não acontece bónus sera postado excepcionalmente na quarta 23/02
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Sempre foi Você
Storie d'amoreAnastásia Steele e Christian Grey passaram a ser vizinhos há pouco tempo, estudam na mesma escola e fazem o último ano da escola juntos. Eles tem uma certa implicância e "ódio" um pelo outro desde que se conheceram, mas isso muda com o passar do te...