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Tobirama apressou o passo enquanto cruzava as movimentadas ruas de seu bairro. Agarrou a alça de sua mochila com uma certa urgência; estava escutando passos.

Sim, as ruas estavam cheias, ele tinha o total conhecimento disso. Mas os passos que lhe seguiam eram diferentes, de certa forma. Aqueles passos imitavam os seus em uma perfeita sincronia, quase como se quisessem se esconder.

Mas Tobirama era uma pessoa perceptiva, e com pouco esforço, notou que os passos alheios causavam um leve arrastar no chão, quase que um sussurro; mas quando olhava para trás, nada podia ser visto.

Após algum tempo, Tobirama parou de olhar para trás. Após meses, os passos já lhe eram familiares, como um velho amigo. Ainda assim, o pequeno tormento em sua mente permanecia.

Por certa razão, ele sentia que os passos estavam se aproximando cada vez mais de si, de uma forma progressiva. À cada dia, estavam mais perto, até que eventualmente...

Chacoalhou a cabeça em um gesto negativo para tentar espantar tais pensamentos. Finalmente, havia virado a última esquina e se encontrou na rua de sua casa.

Correu até sua residência e pegou meio desajeitado a chave no bolso de sua mochila, destrancando a porta em seguida.

Não lhe passou despercebido que os passos já não o seguiam mais

– Hashi-Nii! Estou em casa! – Anunciou quando finalmente adentrou o recinto. Fechou a porta atrás de si e se escorou nela por alguns segundos. Cerrando os olhos, aproveitou o momentâneo momento de paz que o atingiu.

Mas até quando?

– Oi, Tobi! Guarde suas coisas e venha comer! – Escutou seu irmão gritar da cozinha.

Não querendo espantar a momentânea calmaria que estava sentindo - ir ao quarto só lhe traria mais tormento -, Tobirama largou sua mochila em um canto e seguiu até a cozinha.

– Eu fiz os seus biscoitos favoritos – informou Hashirama assim que chegou no cômodo desejado. Ele lhe deu um forte abraço seguido de um beijo na testa. O mais velho estava pronto para acrescentar algo, mas o ressoar da campainha o interrompeu. – Ah, eu vou ver quem é. Pode comer a vontade.

Tobirama acenou com a cabeça, embora o mais velho já não pudesse mais lhe ver. Caminhou até o balcão e pegou alguns dos biscoitos que estavam na forma. O cheiro estava delicioso.

Após mastigar os doces por alguns minutos, Tobirama notou que seu irmão não voltou à cozinha. Curioso, ele apanhou mais alguns biscoitos e rumou até a sala.

Hashirama tinha companhia.

– Tobirama, boa tarde.

O albino sorriu mínimo.

– Boa tarde, Madara-San.

Hashirama, e seu melhor amigo, Madara, estavam conversando no sofá. Tobirama não tinha uma opinião formada sobre o homem ao lado de seu irmão; ele era educado e um pouco sério demais; e às vezes, o Senju tinha a vaga impressão de que ele ficava lhe observando um pouco mais do que julgava necessário.

Mas tal impressão nunca lhe prendeu o pensamento. Não devia ser nada.

– Então você já se mudou? – Hashirama perguntou ao amigo.

– Sim. Terminei agora à pouco.

– Sua antiga casa era tão boa, por que quis se mudar tão de repente? – O Senju mais velho não disfarçou a curiosidade em sua voz.

– Eu precisava de mais... espaço. A nova casa tem um porão perfeito.

Quase passou despercebido pelo Senju mais novo que os olhos de Madara caíram sobre si por breves segundos.

Matching StepsOnde histórias criam vida. Descubra agora