2. Vida Nova (Revisado)

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Música: Wide Awake - Katy Perry 

Foto de Ully Lages: Juniper Dorgal

Entre no grupo do Facebook : Andressa Nunes - Escritora

***

Saímos do carro. Estamos em uma clareira escura em meio a um bosque, não consigo ver quase nada a minha frente. Eliot deve adorar surpresas, por que não me diz uma palavra, apenas me estende a mão. Deixo-me ser guiada por ele, pra onde quer que seja.

– Confia em mim? – ele sussurra em meu ouvido, fazendo alguns pelos se arrepiarem.

– Eu tenho escolha? – ouço um riso.

– Não, nem uma – um pequeno nervosismo percorre minha espinha.

Ele da um pequeno sinal com a mão e inúmeras luzes se acendem, revelando um jato particular, com um MK desenhado em sua lateral. Sem dúvida pertence ao senhor Enzo. Há alguns funcionários circulando por ali, e um deles se aproxima de nós.

– Boa noite senhor e senhora Makoll – ele diz

– Com licença, estamos no século XXI, ainda posso usar meu próprio sobrenome – digo e Eliot aperta minha mão.

– Me desculpe – o empregado faz uma reverencia.

– Ela só estava brincando – Eliot responde me dando um olhar mais de decepção do que de repreensão. – Ele está pronto?

– Sim senhor. Posso? – diz apontando para as malas aos nossos pés.

– Claro. Charles ajude-o – Eliot diz ao motorista.

Os dois levam nossas malas para dentro do jatinho, e em seguida eu e Eliot também entramos. Fico encantada, olhando cada detalhe. Eu já havia voado em jatos particulares várias vezes, mas não tão sofisticados quanto este. Ele tem o interior todo em vários tons pastel.

– Vem aqui comigo? – ele diz de dentro da cabine. Eu franzo o cenho.

Entro na cabine e ele está sentado no banco do piloto. Ele está com fones enormes em volta do pescoço e um óculos espelhado pendurado no bolço de sua camisa branca.

– O que foi? – pergunto curiosa.

– Sente-se – ele pede gentilmente.

– O que foi? – pergunto novamente me sentando.

Ele não fala nada, apenas me senta corretamente, olhando para a frente ao invés de para ele. Começa a apertar cada sinto de segurança, um a um sem dizer nada, e eu continuo imóvel, sou incapaz de soltar uma letra A se quer.

– Eu disse que você teria que confiar em mim – diz sentando-se em seu lugar.

– Tudo bem – concordo. – Mas onde está o piloto? – dou uma pequena olhada em volta.

– Está olhando para ele – ele aponta com os polegares para o próprio peito.

Uma vez meu pai disse que Enzo já fora piloto de avião. Mas Eliot não é Enzo, ele é apenas filho dele. Minhas mãos estão dormentes, o que quer dizer que estou entrando em pânico.

– Não. Me tire daqui – começo a mexer no sinto.

– Calma – fala tranquilamente. – Eu disse que você não teria escolha a não ser confiar em mim.

– Mas não disse que iríamos voar assim.

– Apenas detalhes – ele levanta-se e depois se ajoelha ao meu lado. – Nunca faria nada pra te machucar ou que eu não tivesse certeza absoluta de ser totalmente seguro.

Por Livre e Espontânea PressãoOnde histórias criam vida. Descubra agora